Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 28 de Agosto de 2019 às 03:00

Insegurança no campo preocupa produtores

Empresas enxergam riscos, mas produtor não, afirma Caleffi

Empresas enxergam riscos, mas produtor não, afirma Caleffi


/CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
Reclamação recorrente entre quem trabalha e vive no campo, a falta de segurança pessoal e patrimonial vem prejudicando resultados na pecuária de Norte a Sul do Rio Grande do Sul. Segundo dados da Secretaria de Segurança, um dos problemas mais corriqueiros é o roubo (abigeato) e o abate de gado. Dados do governo mostram que, em 2018, foram cerca de 6 mil casos de abigeato somente no Rio Grande do Sul.
Reclamação recorrente entre quem trabalha e vive no campo, a falta de segurança pessoal e patrimonial vem prejudicando resultados na pecuária de Norte a Sul do Rio Grande do Sul. Segundo dados da Secretaria de Segurança, um dos problemas mais corriqueiros é o roubo (abigeato) e o abate de gado. Dados do governo mostram que, em 2018, foram cerca de 6 mil casos de abigeato somente no Rio Grande do Sul.
Porém, para o especialista em segurança Gustavo Caleffi, o gargalo da segurança no campo é maior do que as questões do roubo de gado. Para o especialista, é necessária uma mudança cultural no campo para prevenir crimes rurais. O assunto foi tema de palestra promovida pela Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) na manhã de ontem, durante a Expointer.
Para Caleffi, que é diretor da Squadra Gestão de Riscos, algo comum visto nas propriedades é a falta de cuidados básicos com a segurança do patrimônio, como o maquinário, os galpões, os silos de grãos etc. "Médias e pequenas empresas enxergam os riscos do negócio, mas empresários do campo não", pontua. Para o especialista, se o proprietário não detém controle do seu estoque de defensivos agrícolas, insumos, combustível e peças, a perda de dinheiro é muito maior se comparada ao abigeato. "Está cada vez mais difícil ganhar dinheiro. Agora é a hora de mudar o que está dentro de casa", afirma, referindo-se aos processos internos das propriedades.
Como forma de otimizar a segurança, Caleffi adianta dicas simples e que deveriam ser rotineiras, mas que passam desapercebidas pelos criadores, como fechar as porteiras com cadeados, controlar diariamente os estoques e manter em segurança os equipamentos que podem ser furtados. "Riscos desconhecidos são riscos assumidos", salienta. A preocupação com a mão de obra é outro ponto de atenção, pois os trabalhadores da propriedade podem ser responsáveis por desvios. "Precisa existir preocupação com o recrutamento e manutenção da mão de obra na fazenda", salientou.
Para o presidente da Febrac, Leonardo Lamachia, a segurança no campo é uma prioridade da federação e que, agora, se tornará permanente na gestão recentemente eleita. Para Lamachia, é necessário, entre outras ações, conscientizar os criadores para que, a partir de união da iniciativa privada, seja possível auxiliar o Estado. "Vamos replicar o modelo do Instituto Floresta no campo", disse. Entre as ações defendidas pela Febrac está a criação, por parte do governo do Estado, de um Departamento de Crimes Rurais dentro da Secretaria de Segurança do Estado. "Entendemos que é preciso ter ação de inteligência, para compreender a enfrentar esse problema que, infelizmente, afeta muitos criadores todos os anos da atividade agropecuária", completou. Além disso, mencionou a necessidade de aproximação dos setores de inspeção municipais de alimentos. "Se há roubo de gado nas fazendas é porque alguém está disposto a adquirir e revender esse produto. Controlando o comércio dessa carne ilegal, conseguiremos conter, também, o abigeato", destacou.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO