Itaú e Bradesco mantiveram suas projeções para o dólar no final do ano em R$ 3,80. Mas os economistas do Itaú veem o dólar a R$ 4,00 no final de 2020, por conta do "ambiente global mais desfavorável". Já o Bradesco avalia como "transitórios" os efeitos do quadro externo no câmbio e estima que o dólar deve seguir no nível de R$ 3,80 ao final do ano que vem.
O Itaú ressalta que a desaceleração econômica global reduz o apetite ao risco dos investidores, pressionando os prêmios de risco em economias emergentes. O Credit Default Swap (CDS) do Brasil chegou a encostar em 145 pontos no começo da semana, mas, na sexta-feira, operava em queda, em 129 pontos, de acordo com cotações da IHS Markit. "O CDS avançou, mas permanece em patamar baixo, refletindo a expectativa da continuidade da agenda de reformas", observa o Itaú.
O estresse que pautou os ativos financeiros ao longo desta sexta-feira teve efeito limitado no mercado de juros. As taxas foram marcadas por um viés da alta durante boa parte da sessão, mas, no meio da tarde, os principais contratos estavam de lado, com exceção dos de curtíssimo prazo, que recuaram. A aversão ao risco no exterior acabou servindo como argumento para uma realização de lucros moderada na curva, mas sem força para avançar diante da perspectiva desinflacionária global, do avanço das reformas no Brasil e da expectativa de queda da Selic.