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Negócios corporativos

- Publicada em 12 de Agosto de 2019 às 03:00

Grupo de credores quer família fora da Saraiva

Para melhorar margem, 30 de 104 lojas já foram fechadas no País

Para melhorar margem, 30 de 104 lojas já foram fechadas no País


/GILMAR LUÍS/arquivo/JC
Um grupo que reúne alguns dos mais importantes credores da centenária livraria Saraiva está cobrando que a família fundadora se afaste da gestão do negócio. A exigência tem sido feita em meio às discussões sobre o plano de recuperação judicial da rede varejista, que deveria ter sido votado na última quarta-feira. Fazem parte do grupo 21 editoras de livros - entre as quais líderes de mercado, como Companhia das Letras, Melhoramentos, Nova Fronteira, Moderna, FTD e outras.
Um grupo que reúne alguns dos mais importantes credores da centenária livraria Saraiva está cobrando que a família fundadora se afaste da gestão do negócio. A exigência tem sido feita em meio às discussões sobre o plano de recuperação judicial da rede varejista, que deveria ter sido votado na última quarta-feira. Fazem parte do grupo 21 editoras de livros - entre as quais líderes de mercado, como Companhia das Letras, Melhoramentos, Nova Fronteira, Moderna, FTD e outras.
A Saraiva afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que tem "concentrado seus esforços no diálogo com seus fornecedores para chegar a uma solução que equilibre, da melhor forma possível, o interesse de todos os envolvidos". Sem condições de honrar dívidas de R$ 674 milhões, a Saraiva entrou com pedido de recuperação judicial em novembro do ano passado, a fim de obter um fôlego financeiro e evitar a falência.
Com isso, obteve da Justiça a suspensão das execuções desses débitos até que seja aprovado em assembleia de credores um plano de pagamento. Até agora, não houve consenso. A Saraiva propôs pagar a boa parte de seus credores apenas 5% de sua dívida em 14 anos. O restante seria quitado somente após esse período e com o excedente de caixa a ser gerado pela empresa. Credores trabalhistas e fornecedores que aceitem continuar dando crédito para a livraria teriam condições melhores.
As editoras não concordaram com a proposta e começaram a trabalhar em um plano alternativo. Segundo apurou a reportagem, a ideia dos credores é obter pagamento de uma parcela maior da dívida - cerca de 15% em 14 anos - e emplacar uma mudança expressiva na governança. O grupo pleiteia que os credores tenham direito a indicar três dos cinco membros do conselho de administração da companhia. E caberia ao conselho indicar a nova diretoria executiva a ser contratada. Jorge Saraiva Neto, presidente-executivo da empresa, resiste à proposta.
Ele não quer abrir mão do comando da companhia fundada por seu bisavô, o imigrante português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, que começou o negócio como um sebo de livros usados no Centro de São Paulo. A relação entre as grandes editoras e a atual gestão da Saraiva é bastante complicada. A rede varejista precisa, além de ter seu plano de recuperação aprovado, que os fornecedores voltem a vender por consignação, mecanismo pelo qual a Saraiva só paga os livros efetivamente vendidos.
As editoras passaram a vender a maioria dos produtos para a rede apenas mediante pagamento à vista, preocupadas com novos calotes. Por outro lado, com a crise no mercado, temem abdicar de um canal de vendas tão grande quanto a Saraiva, que é a maior rede de livrarias do País. De qualquer modo, entre os credores, persiste uma grande dúvida sobre as chances de sobrevivência da Saraiva.
A despeito da moratória obtida nos últimos meses desde que a Justiça suspendeu execuções contra a empresa, a Saraiva ficou no vermelho em todos os meses deste ano. O prejuízo acumulado chega a R$ 114,1 milhões de janeiro a junho, de acordo com os relatórios apresentados pelo Lucon Advogados, nomeado pela Justiça para administrar o processo de recuperação judicial da empresa. O último, referente ao mês de junho, apontou perdas de R$ 22,5 milhões (os números ainda não foram auditados). Para reduzir despesas e melhorar as margens do negócio, a Saraiva já fechou 30 das suas 104 lojas e deixou de comercializar produtos eletrônicos e de informática.
 

Rede D'Or fecha a compra de 10% da Qualicorp

A Rede D'Or São Luiz, um dos principais grupos de saúde do Brasil, se comprometeu a adquirir 10% das ações da Qualicorp, administradora de planos de saúde. O negócio ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As ações serão vendidas pelo empresário José Seripieri Junior, fundador e atual CEO da Qualicorp.
Ele é, hoje, o principal acionista, com 20% de participação na empresa, que tem capital pulverizado na bolsa. Se o negócio for concluído, continuará possuindo 9,98% das ações. O acordo de acionistas entre ambos, regulando o direito a voto nas assembleias, ainda não foi divulgado, mas a Rede D'Or dá sinais de que pretende assumir a gestão da Qualicorp.
No comunicado ao mercado, Junior, como é conhecido, afirma que deixará o posto de CEO quando a transação for efetivamente selada. Já a Rede D'Or informa que "pretende atuar ativamente junto à companhia, o que poderá resultar na alteração da composição dos órgãos de administração da Qualicorp".