A Petrobras vai reduzir o preço do botijão de gás residencial (GLP) em 8,16%, a partir de segunda-feira, para R$ 24,06. Desde maio, a unidade de 13 quilos era vendida a R$ 26,20. Com a mudança, o botijão terá o menor valor desde novembro.
O Sindigás, que reúne as empresas do setor, estima que a queda do GLP residencial oscilará de 6,5% a 12%, dependendo do local. De outro lado, a Petrobras elevou, na quinta-feira, os preços da gasolina e do diesel em cerca de 4%.
O "choque de energia barata", lançado no mês passado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não será capaz de, por si só, reduzir o preço do gás de cozinha. O programa visa reduzir os preços do produto, utilizado por consumidores residenciais e indústria, mas estudo da Secretaria de Avaliação de Políticas Públicas do Ministério da Economia, porém, avalia que o programa não será capaz, sozinho, de reduzir o preço do botijão de gás. O estudo do ministério conclui que há "necessidade de medidas adicionais na regulação do mercado de GLP, para que haja um fortalecimento da concorrência, potencializando os efeitos benéficos do choque de oferta de gás natural para os consumidores do botijão de gás de cozinha".
O ministério defende, por exemplo, o fim da política que concentrou o mercado de GLP nos botijões de até 13 quilos; o fracionamento de recipientes transportáveis; e o enchimento de botijões de outras marcas para reduzir os preços. "Com essas medidas adicionais, o mercado vai prover outras possibilidades de arranjos concorrenciais para que essa maior oferta de gás possa contribuir com preços competitivos", disse o secretário responsável pelo estudo, Alexandre Manoel.
A primeira medida deve ser implementada já na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), prevista para o fim do mês. O governo deve acabar com a política de preços diferenciados e restrições para que botijões de 13 quilos sejam usados no aquecimento de saunas e piscinas, por exemplo.
O estudo aponta que a política é "ineficaz, ineficiente e pouco transparente". E barra a entrada de agentes no mercado. O CNPE deve recomendar à Agência Nacional de Petróleo (ANP) posição oficial para outras duas medidas em estudo. Uma delas é a possibilidade do enchimento fracionado de recipientes. A outra trata da proibição de que um botijão de uma distribuidora seja retornado e enchido por outra.