Segmento de viagens de negócios cresce 14,7% até junho

As viagens de negócios no Brasil cresceram 14,7% no primeiro semestre de 2019, se comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp). Nas principais capitais, o segmento registrou alta das taxas de desenvolvimento do setor durante 2018, sendo o segundo principal motivo da chegada de estrangeiros no País. Dados do Ministério do Turismo (MTur) apontam que, em 2018, mais de 13% dos turistas que desembarcaram em solo nacional o fizeram com essa finalidade.

Para o diretor executivo da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), Gervasio Tanabe, as medidas propostas pelo atual governo podem ter provocado esse crescimento. "Todas as ações, nestes primeiros seis meses, sinalizam de forma positiva uma expectativa de alta no mercado de viagens. Isso muda até o ânimo das empresas, fazendo com que elas se movimentem ainda mais e que seja possível alcançar esse aumento de quase 15% em todo o ano de 2019."

Os principais portões de entrada de visitantes internacionais foram São Paulo (2,2 milhões), Rio de Janeiro (1,3 milhão) e Rio Grande do Sul (1,1 milhão). Entre as cidades mais procuradas estão São Paulo (48,7%), Rio de Janeiro (19,7%), Curitiba (4,5%), Campinas (3,9%) e Porto Alegre (3,4%). A vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens no Rio Grande do Sul (Abav-RS), Rita Vasconcelos, confirma que o primeiro semestre deste ano foi mais positivo que o mesmo período de 2018 para a economia do turismo em Porto Alegre. "Ocorreram mais eventos na área de negócios, mas também em âmbito esportivo, a exemplo da Copa América, que movimentou bastante a hotelaria, os bares e restaurantes, e também a área de serviços de transportes turísticos."

Segundo o diretor dos Sindicatos dos Hotéis de Porto Alegre (Sindha), Ricardo Ritter, o mês de junho foi o mais significativo para a hotelaria da Capital no receptivo de turistas de negócios e eventos, com uma taxa de ocupação de 70% (bem acima da média de 54%). "Os jogos da Copa América lotaram a cidade de visitantes e não foi só a hotelaria que se beneficiou: bares, restaurantes e comércio lucraram com a movimentação", diz Ritter, que é proprietário do Ritter Hotel, em frente à rodoviária de Porto Alegre. Ele avalia que um dos motivos pelos quais a cidade permanece atraindo "basicamente" visitantes do segmento de negócios e eventos é o fato de que ainda está com algumas estruturas demandando atenção do poder público.

"É urgente a revitalização do Centro, onde está a maioria dos hotéis, e para onde os turistas têm se deslocado menos, devido à degradação da região", comenta. Ritter acredita que iniciativas como a abertura de um espaço para visitação no Cais do Porto (projeto anunciado recentemente pelo governo do Estado) devem alavancar o entorno.

Segundo o Sindha, o ramo de negócios fomentou a expansão do setor no primeiro semestre deste ano, respondendo por um aumento de 4% da taxa de ocupação frente ao mesmo período de 2018. "Acreditamos que o segundo semestre será ainda melhor."