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Agronegócios

- Publicada em 25 de Julho de 2019 às 03:00

Produção de grãos crescerá 27% em 10 anos

Milho e soja devem responder pela maior parte dessa expansão

Milho e soja devem responder pela maior parte dessa expansão


/SCOTT OLSON/AFP/JC
Na próxima década, o Brasil vai produzir 300 milhões de toneladas de grãos, ou seja, mais 62,8 milhões de toneladas (27%). O crescimento anual deverá ser de 2,4% até 2028/2029. Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/2019 a 2028/2029. O estudo leva em consideração para os cálculos a produção de grãos de 236,7 milhões de toneladas, segundo levantamento de maio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na próxima década, o Brasil vai produzir 300 milhões de toneladas de grãos, ou seja, mais 62,8 milhões de toneladas (27%). O crescimento anual deverá ser de 2,4% até 2028/2029. Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/2019 a 2028/2029. O estudo leva em consideração para os cálculos a produção de grãos de 236,7 milhões de toneladas, segundo levantamento de maio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação do ministério e um dos pesquisadores das projeções, o aumento virá, principalmente, do cultivo de soja e de milho nos estados do Mato Grosso (129,5 mil toneladas) e do Paraná ( 64 mil toneladas). A produtividade da agricultura (Produtividade Total dos Fatores - PTF) deve crescer no próximo decênio a uma taxa anual de 2,98%, pouco abaixo da calculada para anos anteriores. "Além disso, testes realizados sobre os impactos de políticas mostram que entre outras medidas, os investimentos em pesquisa e as exportações do agronegócio são as principais variáveis impactando positivamente na produtividade", destaca Gasques. O coordenador também cita o crédito rural e os preços agrícolas como fatores significativos para o aumento da produtividade.
O crescimento da produção agrícola no Brasil deverá continuar ocorrendo com base na produtividade. "Em grãos, esse fato é verificado ao observar que para os próximos dez anos, a produção está prevista crescer 27% e a área plantada, 15,3%". Com base na produtividade, a maior alta deverá ocorrer no Norte e no Centro Nordeste do País.
O mercado interno, juntamente, com as exportações e os ganhos de produtividade, também irá alavancar o crescimento nos próximos 10 anos. A pesquisa usou dados da Conab, Embrapa, IBGE, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro (com maior crescimento) deverão ser carne suína, soja em grão, algodão em pluma, celulose, milho, carne de frango, leite e açúcar. Entre as frutas, os destaques são para a manga, uva e maçã. As carnes (bovina, suína e de frango) devem passar do volume atual de 26 milhões de toneladas para 33 milhões de toneladas, alta de 27%. As carnes suínas e de frango são as que apresentam maior destaque nos próximos anos, com incremento de aproximadamente 28% cada uma.

Elevação prevista para a Região Centro-Oeste é de 33%, diz estudo

A maior expansão de produção se dará no Centro-Oeste: de 107,4 milhões de toneladas para 143 milhões de toneladas, com projeção de ganhos de produção de 33%. Na Região Sul, o aumento será de 20% na produção de grãos, saindo de 78 milhões toneladas para 93,6 milhões toneladas.
A Região Norte crescerá 30% no período estudado, de quase 10 milhões de toneladas para 12,7 milhões de toneladas. Entre os grandes estados produtores, Mato Grosso continuará liderando a expansão da produção de milho e soja no País, com aumentos previstos de 35,4% e 43,1%, respectivamente. "O acréscimo da produção de milho deve ocorrer especialmente pela expansão da produção do milho de segunda safra", explica José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação do Ministério da Agricultura.
O interesse pelo grão ocorre por causa da expansão da indústria do etanol de milho, principalmente no Centro-Oeste, e também como suprimento de ração animal por meio do DDG (Dried Destilers Grains), que é um subproduto rico em proteínas e fibras fornecido como alimento a bovinos, suínos e aves, exemplifica o coordenador.
A soja, carro-chefe do setor, deve ter forte expansão em estados da Região Norte (Tocantins, Rondônia e Pará). No Pará, a produção deve aumentar 51,3%; em Rondônia, 55,9%; e em Tocantins, 57,78%. Contribuem para isso a atração pela cultura e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos.