Depois da pressão do setor da construção civil, o governo estuda agora limitar os saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em
A restrição para este ano seria uma forma de atender à construção civil. Um dos principais aliados do setor é o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. "Confio no bom senso do governo. Não tem dinheiro para saque extra, desestabiliza o fundo e gera desemprego no setor", afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins.
No Ministério da Economia, há quem acredite que um valor tão baixo tem pouco efeito na economia em 2019. No outro desenho, o impacto poderia levar o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano a 1,1%, segundo cálculos oficiais. Hoje, a projeção é de crescimento de 0,82%.
Na Caixa, há reclamações de que será preciso um grande reforço no atendimento - que deverá ser ampliado para os fins de semana - sem nenhum tipo de retorno para o banco.
A partir do ano que vem, a ideia é permitir que os trabalhadores tenham direito a uma nova modalidade de retirada dos recursos: o "saque aniversário". Se escolher essa opção, o trabalhador vai ter de abrir mão de resgatar a totalidade do FGTS caso seja demitido sem justa causa. Nessa situação, ele continuaria a sacar a parcela dos recursos anualmente até os recursos se esgotarem.
A ideia agora é ampliar as faixas do "saque aniversário". Estão sendo estudadas faixas de limite e também um valor fixo. Até domingo, esses eram alguns dos limites estudados, segundo fontes próximas à situação: quem tem até R$ 500,00, poderia sacar a metade. A partir daí, seria fixado um percentual mais um valor fixo. Para quem tem acima de R$ 20 mil, a opção estudada é limitar em 5%, mais um valor fixo de R$ 2,9 mil.
O anúncio era para ser feito na semana passada, em meio à solenidade de 200 dias de governo Bolsonaro, mas o setor da construção civil pressionou, por preocupação de que a retirada dos recursos poderia reduzir o uso do FGTS como fonte a juros mais baixos para financiamentos para os setores imobiliário, de saneamento básico e infraestrutura. Depois das mudanças, o anúncio deve ser feito hoje, segundo o presidente Jair Bolsonaro.