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Economia

- Publicada em 15 de Julho de 2019 às 03:00

Reforma deve incentivar aplicações de risco

Diretoria do Banco Central se reúne para discutir patamar da Selic

Diretoria do Banco Central se reúne para discutir patamar da Selic


/Antonio Cruz/Agência Brasil/JC
A aprovação da reforma da Previdência no primeiro turno da Câmara, na sexta-feira, deve acentuar o ritmo de queda dos juros, empurrando ainda mais os investidores para aplicações de maior risco, dizem especialistas. Já há economistas prevendo que, com o aval à reforma, a taxa básica Selic, hoje em 6,5%, possa cair a 5% este ano, espremendo os ganhos da renda fixa tradicional e estimulando investimentos em ações, fundos imobiliários e multimercado e até dívida corporativa.
A aprovação da reforma da Previdência no primeiro turno da Câmara, na sexta-feira, deve acentuar o ritmo de queda dos juros, empurrando ainda mais os investidores para aplicações de maior risco, dizem especialistas. Já há economistas prevendo que, com o aval à reforma, a taxa básica Selic, hoje em 6,5%, possa cair a 5% este ano, espremendo os ganhos da renda fixa tradicional e estimulando investimentos em ações, fundos imobiliários e multimercado e até dívida corporativa.
A migração exigirá do aplicador uma seletividade até então rara em um país onde, pouco tempo atrás, lucrava-se 1% ao mês sem correr riscos, e 88% da população investe em poupança.
O impacto da reforma sobre o cenário de investimentos está ligado à economia de cerca de R$ 900 bilhões em 10 anos que deve proporcionar. Segundo Alexandre Espírito Santo, economista da Órama, isso atenuaria o peso da dívida pública sobre o PIB, dando ao Banco Central maior liberdade para reduzir juros sem gerar inflação ou comprometer o interesse de investidores internacionais pelo Brasil.
Por causa da lentidão da economia, o Banco Central (BC) vinha sendo pressionado pelo mercado a cortar os juros, mas argumentava, em seus comunicados, que isso só poderia ser feito após a aprovação da reforma. Com essa perspectiva cada vez mais concreta, os investidores passaram a dar como certa a queda da Selic. Para Renato Junqueira, da Gap Asset, é possível que o Brasil tenha juros reais (descontada a inflação) perto de zero já em 2020.
Esse cenário torna difícil encontrar boas oportunidades no Tesouro Direto, programa que permite a compra de títulos públicos por pessoas físicas pela internet e é hoje o queridinho dos investidores. Isso porque o retorno desses papéis acompanha a redução tanto da Selic como dos juros futuros, que reagem à projeção para a taxa básica nos próximos anos.
Como o mercado já esperava que a reforma da Previdência fosse aprovada, os juros futuros vinham caindo. Em setembro passado, por exemplo, os contratos futuros para 2025 estavam em 12,5%. Esta semana, já haviam caído para 6,8%. Com isso, a rentabilidade do Tesouro Direto despencou. Hoje, o título indexado à inflação com vencimento em 2024 paga juros de 2,74% mais a variação do IPCA. No começo do ano, pagava juros de 4,37%.
Segundo Rodrigo Franchini, da assessoria de investimentos Monte Bravo, é pouco provável que essas taxas caiam mais - o que permitiria ao investidor lucrar com a venda do papel antes do vencimento, já que estaria abrindo mão de um título mais rentável emitido no passado. Para Franchini, isso só deve ocorrer com os títulos de vencimento muito distante, como 2035, cujos juros demoram mais a cair devido à incerteza frente a um período tão longo.
Ou seja, quem quiser ampliar seu patrimônio terá de buscar alternativas mais arriscadas. Para Patrick O' Grady, diretor executivo da gestora digital Vitreo, é possível se expor a mais risco em todos os tipos de investimento. Na renda fixa, por exemplo, ele prevê migração para debêntures (títulos de dívidas) emitidos por empresas com classificação de risco pior, que pagam mais. 
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