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- Publicada em 15 de Julho de 2019 às 03:00

Índice de famílias gaúchas endividadas tem expansão

Cartão de crédito é o principal fator que leva à formação de dívidas

Cartão de crédito é o principal fator que leva à formação de dívidas


/MARCOS SANTOS/USP IMAGENS/DIVULGAÇÃO/JC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Fecomércio-RS aponta avanço percentual de famílias endividadas tanto na margem quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O índice chegou a 69,4%, maior desde fevereiro do ano passado, quando alcançou 70,1%.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Fecomércio-RS aponta avanço percentual de famílias endividadas tanto na margem quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O índice chegou a 69,4%, maior desde fevereiro do ano passado, quando alcançou 70,1%.
De modo geral, os dados revelam quadro de endividamento ainda controlado, porém, com tendência de piora em alguns indicadores de inadimplência. A análise por grupo de renda mostra que o resultado na margem foi puxado pelas famílias com menos de 10 salários-mínimos (que compõem 80,7% da amostra), com avanço na quantidade de endividados e de famílias com dívidas em atraso. Já o percentual de famílias que não terá condições de pagar suas dívidas nos próximos 30 dias teve um pequeno aumento na margem.
A lenta recuperação do mercado de trabalho através das ocupações informais é um dos pontos que contribuem para o resultado, de acordo com o presidente de Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. "A instabilidade da renda, característica da informalidade, reflete na imprevisibilidade da receita das famílias, que podem encontrar maior dificuldade para manter as contas em dia", comenta Bohn.
A parcela da renda comprometida das famílias, na média de 12 meses, teve um pequeno avanço em relação a maio, atingindo 30,0%. No mesmo período, o tempo de comprometimento com dívidas foi de 5,3 meses, uma redução considerável comparação ao ano passado, ocasião em que o indicador era de 7,4 meses.
O cartão de crédito ainda é o principal fator responsável pelas dívidas, conforme apontado por 78,1% dos entrevistados. Na sequência, aparecem os carnês (22,9%), crédito pessoal (11,1%) e financiamento de carro (10,5%).
O percentual de famílias com contas em atraso teve o quarto aumento consecutivo na margem e se aproximou do nível registrado em junho de 2018, no entanto, o percentual manteve-se abaixo do patamar (22,1%) verificado no mesmo período do ano passado (23%). Paralelamente, houve aumento no grupo de famílias com dívidas em atraso com rendimento de até 10 salários-mínimos, passando de 19,2% para 23,2%. Já entre aquelas com rendimento maior, a variação foi pequena, de 17,8% para 17,3%.
Na média em 12 meses, o indicador ficou praticamente estável (18,5%), bem como o tempo médio de atraso das contas, que registrou 62,3 dias. Outro subindicador que registrou aumento foi o de percentual de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas nos próximos 30 dias (8,0%), valor acima do verificado no mês passado (7,6%) e em junho de 2018 (5,6%). Na média em 12 meses, o indicador passou de 5,6% para 5,8%.

Ipea registra deflação para as classes mais pobres

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda aponta em junho a primeira deflação desde novembro de 2018 para as classes de renda mais baixa (-0,03), devido principalmente à queda de preços de alimentos e bebidas. Ficaram mais baratos itens importantes como cereais (-4,5%), frutas (-6,1%) e massas e farinhas (-0,75%).
Ainda que em menor proporção, os recuos nas tarifas de energia elétrica (-1,1%), do gás de botijão (-0,48%) e da gasolina (-2,0%) também impactaram favoravelmente a inflação das classes de menor renda e anularam até as altas dos preços dos aluguéis (0,38%), das tarifas de água e esgoto (1,6%) e ônibus urbano (0,39%). Em contrapartida, a alta de 1,5% nos preços dos artigos de higiene pessoal impediu uma deflação mais expressiva para as famílias mais pobres.
Embora pelo 3º mês consecutivo tenha ocorrido desaceleração no ritmo de crescimento dos preços para todas as classes, as famílias mais ricas ainda registraram variação positiva de preços (0,03%). A deflação dos alimentos impactou menos os segmentos de renda mais alta, devido ao peso relativamente menor desse grupo na cesta de consumo dessas famílias. Por outro lado, a queda nos preços dos combustíveis gerou um alívio inflacionário muito maior nas faixas de renda mais alta e compensou o aumento de 18,9% nas passagens aéreas.
A inflação em junho para as classes mais ricas também foi impactada pela alta dos artigos de higiene pessoal, pelo reajuste de 0,8% dos planos de saúde, pelos aumentos de 7,3% do gás encanado, de 0,47% do condomínio, de 0,28% dos serviços pessoais e de 0,5% dos itens de vestuário.
Ainda que a diferença entre as classes esteja se reduzindo ao longo dos últimos meses, no acumulado do ano a inflação da faixa de menor poder aquisitivo (2,38%) ainda se mantém acima da registrada no segmento de renda mais elevada (2,27%).