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Economia

- Publicada em 08 de Julho de 2019 às 03:00

Mercopar marcará recuperação, diz Sebrae-RS

'As empresas vão para Caxias do Sul participar de rodadas de negócios e tirar pedidos', diz Godoy

'As empresas vão para Caxias do Sul participar de rodadas de negócios e tirar pedidos', diz Godoy


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
Duas marcas devem dominar a 28ª Mercopar 2019 no começo de outubro, em Caxias do Sul. Uma é a da recuperação, depois da edição de 2018 que foi uma das menores da história do evento. O segundo diferencial será a inovação. Mesmo quem não é do ramo e quer dar uma volta pelos estandes entre 1 e 3 de outubro, no Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul, vai poder entender por que, de cada 10 palavras faladas hoje sobre indústria, 10 tratam de digitalização, que será a vedete do pavilhão dedicado a demonstrações de tecnologia e interações. O diretor-superintendente do Sebrae-RS, principal realizador da feira que ganhou a companhia, neste ano, da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), André Vanoni de Godoy, já comemora os números de expositores e o tamanho que o evento terá. Até a semana passada, eram 202 empresas com espaços confirmados. Entre as atrações internacionais estará a alemã Pepperl Fuchs, gigante em sensores, dispositivo crucial nos processos de digitalização, que ficou três anos sem expor e volta à cena.  
Duas marcas devem dominar a 28ª Mercopar 2019 no começo de outubro, em Caxias do Sul. Uma é a da recuperação, depois da edição de 2018 que foi uma das menores da história do evento. O segundo diferencial será a inovação. Mesmo quem não é do ramo e quer dar uma volta pelos estandes entre 1 e 3 de outubro, no Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul, vai poder entender por que, de cada 10 palavras faladas hoje sobre indústria, 10 tratam de digitalização, que será a vedete do pavilhão dedicado a demonstrações de tecnologia e interações. O diretor-superintendente do Sebrae-RS, principal realizador da feira que ganhou a companhia, neste ano, da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), André Vanoni de Godoy, já comemora os números de expositores e o tamanho que o evento terá. Até a semana passada, eram 202 empresas com espaços confirmados. Entre as atrações internacionais estará a alemã Pepperl Fuchs, gigante em sensores, dispositivo crucial nos processos de digitalização, que ficou três anos sem expor e volta à cena.  
Notícias sobre negócios são importantes para você?
Jornal do Comércio - O que é possível projetar para a Mercopar de 2019, a menos de três meses da feira?
André de Godoy - Estamos apostando em uma feira muito maior que a de 2018, que teve 193 expositores, pois já ultrapassamos 4 mil metros comercializados em uma área de 14,2 mil metros quadrados e 202 expositores que contrataram espaços. O País está saindo da crise, então demora para as empresas decidirem investimentos. Temos três meses ainda pela frente para comercializar. Em 2018, as empresas presentes fizeram negócios somando R$ 54,4 milhões, mesmo com pouco mais de 3 mil metros quadrados ocupados. Mas um fator pesou. Sempre fizemos a Mercopar com a Hannover Messe, mesma instituição que faz a Feira de Hannover (maior em tecnologia industrial no mundo). Mas, em 2017, a organização saiu do Brasil, e nossa parceria foi desfeita. Com isso, fizemos sozinhos a edição de 2018. Neste ano, temos a parceria com a Fiergs, que é a entidade-mãe da indústria gaúcha, então somos nós e a federação apostando na feira. Posso antecipar que teremos uma concentração muito forte na área de inovação.
JC - Até outubro, que tamanho vocês esperam chegar?
Godoy - A nossa meta eram 4 mil metros comercializados, o que já alcançamos. Tudo que vier além será bom, pois reforça a leitura do mercado de que a Mercopar é uma feira de negócios, que sempre foi o perfil e é o que a diferencia frente a outras do setor. As empresas vão para Caxias do Sul participar de rodadas de negócios e tirar pedidos, como se diz.
JC - O que vai ter em inovação na feira?
Godoy - Estamos em contato com empresas fornecedoras de sistemas, como SAP, IBM, Dell, Siemens, Oracle e TOTVS, para levá-las para que apresentem a micro e pequenas empresas (MPEs) o que têm para inseri-las na era da Indústria 4.0. O Senai é outro parceiro forte que terá um espaço onde mostrará tecnologias que estão desenvolvendo nessa área. O grande mote da Mercopar 2019 é inovação e Indústria 4.0, justamente porque é uma realidade que as empresas não têm mais como ignorar. E isso também está acessível a MPEs. Outro paradigma que precisa ser quebrado é que tecnologia e inovação são só para grandes empresas. Não é. Inovação não é só sistema de informação. Qualquer modificação em termos de processo produtivo pode ser, é o que traz resultado para a empresa. Não precisa comprar algo supersofisticado para dizer que está inovando.
JC - Ok, é acessível a todos os tamanhos, mas há dificuldade de conseguir ou entender como é a digitalização. Onde estão os gargalos para as MPEs?
Godoy - Primeiro, elas precisam entender como isso acontece. Até muitas médias e grandes empresas não estão cooptadas para esse cenário. O que vemos de Indústria 4.0 na Alemanha - onde surgiu esse termo e estão grandes avanços - ainda não chegou aqui. Para as pequenas, essa resistência é maior. Como trabalhamos? Investimos muito em startups de tecnologia. Fazemos eventos propondo desafios para que elas criem soluções para grandes empresas, o que tende a disseminar o conceito às pequenas. São soluções que uma grande indústria não consegue ter agilidade para ter.
JC - Quais são as dificuldades para uso de digitalização?
Godoy - O Sebrae trata inovação como mudanças de processos produtivos que geram resultados para a empresa. Não há tanta dificuldade na capacitação, mas no entendimento do processo. É nesta área que atuamos. Outra coisa que vimos muito claro na Feira de Hannover neste ano: digitalização é diferente de automatização. Às vezes, com um chip que coloco em uma máquina, dobro a produção dela. Isso é inovação que não oferece dificuldade para a MPE, precisa é acessar, e é onde entramos para oferecer caminhos. A Mercopar é o fórum para que isso aconteça de maneira concentrada, em três dias. 
JC - Inovação vai ser a grande estrela?
Godoy - Serão quase 500 metros quadrados só de demonstração de tecnologias. O pavilhão 1 terá a jornada 4.0, com âncoras de tecnologias, e as startups terão espaço, além de eventos, com talk shows, workshops e hackathons.
JC - Quanto a conjuntura econômica vai pesar nos negócios na feira?
Godoy - Não dá para assumir um discurso de que as coisas estão difíceis e não vai dar. O cenário não é ruim hoje, ele só não é tão promissor quanto se achava que seria. Achamos que a feira vai provocar o aumento da confiança entre os parceiros e os agentes para acreditar que vai haver uma retomada da economia. O clima é de recuperação, de crescimento e realização de negócios. Pela área vendida, maior que em 2018, as empresas mostram interesse, mas ainda estão com o pé atrás, à espera da definição da reforma previdenciária. Se a reforma for aprovada neste mês, o cenário pode mudar completamente.
JC - O Rio Grande do Sul tem tradição na indústria metalmecânica; Caxias do Sul, sede da feira, é o maior polo desse setor na América do Sul. As empresas estão em busca da inovação ou é preciso acelerar o passo?
Godoy - O fato de o Estado ter um polo industrial consolidado ajuda muito. Mas aqui também as empresas estão na expectativa pelas privatizações e pela entrada do Estado no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Sem isso, o processo fica travado. O empresário vive de expectativas, e, se ela não é positiva, os investimentos podem ser menores. As empresas estão prontas para a era da inovação, ainda mais com a cultura que temos de companhias inseridas no mercado internacional. Os endereçamentos das questões fiscais locais e nacionais vão ajudar a dar um salto.
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