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Agronegócios

- Publicada em 30 de Junho de 2019 às 21:13

Angus ganha espaço em fazendas de todo o Brasil

Selo sustentável para cortes premium foi lançado em Belo Horizonte

Selo sustentável para cortes premium foi lançado em Belo Horizonte


/CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
Originária da Escócia e introduzida em solo brasileiro por pecuaristas de Bagé há mais de 100 anos a partir de touros trazidos do Uruguai, a raça Angus hoje está presente em todo o País. A expansão da raça pelos campos brasileiro começou há cerca de 10 anos, de forma tímida, e se acelerou especialmente nos dois últimos anos com um intenso trabalho de divulgação e valorização do bovino feito pela Associação Brasileira de Angus, alcançando hoje até o Norte do País. Na última semana, essa avanço ganhou um símbolo de peso, em Minas Gerais.
Originária da Escócia e introduzida em solo brasileiro por pecuaristas de Bagé há mais de 100 anos a partir de touros trazidos do Uruguai, a raça Angus hoje está presente em todo o País. A expansão da raça pelos campos brasileiro começou há cerca de 10 anos, de forma tímida, e se acelerou especialmente nos dois últimos anos com um intenso trabalho de divulgação e valorização do bovino feito pela Associação Brasileira de Angus, alcançando hoje até o Norte do País. Na última semana, essa avanço ganhou um símbolo de peso, em Minas Gerais.
Lançado em Belo Horizonte, o selo de sustentabilidade da carne Angus (que prevê regras que vão desde o manejo a relações de trabalho e ambiente) foi concedido, pela primeira vez, à Fazenda Santa Mônica, do Grupo ARG, cuja construtora atua principalmente em obras no Exterior. A empresa acabou de finalizar investimento de R$ 20 milhões em um novo frigorífico (Dimeza) exclusivamente dedicado à carne Angus. Em duas propriedades em Minas Gerais, o grupo mantém 60 mil cabeças de gado, que agora serão abatidos, desossados e vendidos ao consumidor com a marca Cara Preta. 
"Sempre trabalhamos com gado comum, mas há alguns anos começamos a criar Angus e decidimos investir também na industrialização e venda de cortes nobres. O mesmo processo de gourmetização que ocorreu com o café, por exemplo, chegou às carnes. É um mercado que ainda vai crescer muito, por isso o investimento", explica o empresário José Géo, um dos sócios da ARG.
A conquista de investidores como Géo, e de muitos outros Brasil afora, não ocorreu por acaso. É fruto de diferentes programas de melhoria genética, certificação de qualidade e valorização da raça junto ao consumidor e exportações. A estratégia levou a Angus para fora das porteiras do Rio Grande do Sul e tornou a raça a principal opção de pecuaristas para cruza industrial com Nelore, segundo a gerente nacional do programa Carne Angus, Ana Doralina Menezes, e formou um mapa impensável até pouco tempo, já que a raça é tradicionalmente adaptada ao clima frio.
Hoje, os criadores se espalham por todo o Brasil, inclusive nos longínquos e quentes Acre e Rondônia. Há Angus pisoteando os pastos de 17 estados, em 11 dos quais já existem núcleos de criadores que são, inclusive, referência genética para a raça, como no estado do Rio de Janeiro. Essa expansão pelo clima temperado é fruto de uma seleção genética que prioriza, por exemplo, animais de pelo mais curtos (que portanto resistem melhor ao calor) e a bovinos mais resistentes ao carrapato e seus danos (pois o parasita costuma atacar com mais força em terras quentes). 
"Hoje isso é feito mais visualmente e pelo conhecimento do dono, no olho, digamos assim. Mas estamos começando a fazer essa seleção de animais pela análise genética", explica o presidente da associação, Nivaldo Dzyekanski, criador de Santa Catarina, hoje também um forte polo da raça.
Ampliar a presença em território nacional também é uma estratégia para ganhar mercado para a venda de sêmen e de bons reprodutores, por exemplo. E a proposta vem dando resultados, tanto que animais da raça vêm batendo recordes em leilões Brasil afora. Neste mês, por exemplo, 50% de uma fêmea foi vendida por R$ 240 mil, no leilão São Marcos. Foi o maior valor já obtido por uma fêmea. E porque o produtor vem pagando mais para melhorar o plantel? Porque há retorno, assegura. 
"Enquanto o boi vivo comum recebe cerca de R$ 3 mil no mercado, um Angus rende até R$ 15 mil. São animais mais precoces (ficam prontos antes para o abate), produzem mais carne. E de melhor qualidade, o que se reflete na hora da venda, já que os frigoríficos pagam cerca de 10% de prêmio pelo quilo da carne Angus", explica Dzyekanski.
E por que razão os frigoríficos pagam mais pelo produto? Porque o consumidor também vem aceitando pagar mais pela carne angus certificada, assegura o criador. Isso, de acordo com o presidente da associação de criadores, também é fruto de ações de valorização e reconhecimento da qualidade superior da carne Angus.
Segundo Roberto de Oliveira, proprietário do restaurante Fazenda Barbanegra, em Porto Alegre, desde 2013, quando começou a trabalhar exclusivamente com cortes Angus, se tornou raro qualquer tipo de queixa quanto a qualidade dos pratos servidos. E o consumo é grande: são cerca de 1 tonelada servidas por mês. "Tivemos propostas para trabalhar com outras raças, mas a Angus é a que tem um programa mais maduro e critérios de qualidade mais restritivos, então os padrões são mais exigentes para a carne", avalia Oliveira.

Churrascadas e eventos para cativar o público

Terceira edição do Festival Angus Malbec segue até 25 de agosto, em Gramado

Terceira edição do Festival Angus Malbec segue até 25 de agosto, em Gramado


CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
Dentro das ações promovidas pela Associação Brasileira de Angus para se aproximar do consumidor final da carne Angus estão a participação em diferentes eventos e parceiros. Em São Paulo, por exemplo, a carne esteve presente na Best Beef, organização de churrascadas Brasil afora e parcerias com diferentes restaurantes, como 3º Festival Angus Malbec, em Gramado, até 25 de agosto.
A ideia da parceria com o restaurante Malbec é propor ao público uma experiência "do campo ao prato", levando conhecimentos sobre cortes bovino aliados a boa gastronomia. Neste ano, entre as estrelas do cardápio estão Costela premium, Bombom de alcatra ao molho de queijo, a Short Ribs e o T-Bone Steak.
Outra ação que vem ganhando espaço na agenda são as grandes churrascadas, como a realizada neste ano em Viamão, no clube de polo El Paraíso, que atraiu cerca de mil pessoas.
Em São José dos Campos, a Angus também foi uma das atrações do Mr. Moo, que se denomina a maior churrascada do mundo e que reuniu cerca de 6 mil pessoas. Das seis toneladas de carne servidas, cinco toneladas eram de Angus. O evento reuniu cerca de 300 assadores. Em São Paulo, uma grande churrascada prevista para o mês de agosto promete quebrar recordes.

A preferida na compra de sêmen

Raça responde por mais de 50% da genética comercializada no País

Raça responde por mais de 50% da genética comercializada no País


FAGNER ALMEIDA/FAGNER ALMEIDA/DIVULGAÇÃO/JC
Um dos números que mostram a expansão da presença da raça no Brasil é a venda de doses de sêmen comercializadas, que cresce ano a ano e que, em 2018, superou pela primeira vez o patamar de mais de 50% das doses vendidas. No ano passado, de acordo com Nivaldo Dzyekanski, foram comercializadas em todo o Brasil 9,62 milhões de doses de todas a raças. Mais da metade (51,35%), 4,94 milhões, foram de Angus. Em 2017, foram 8,07 milhões de doses, das quais 3,85 milhões da raça britânica, o equivalente a 47,7% do total.