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Economia

- Publicada em 25 de Junho de 2019 às 21:23

Clima traz cenário pouco promissor para o trigo

Falta de frio pode prejudicar desenvolvimento e reduzir a produção

Falta de frio pode prejudicar desenvolvimento e reduzir a produção


/JOSÉ SCHAFER/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
Um cenário pouco promissor marca o início da safra de trigo no Rio Grande do Sul em 2019, começando pelo plantio feito com atraso devido ao excesso de chuva, em maio. Depois de a chuva levar ao adiamento da semeadura no Noroeste do Estado em cerca de 10 dias ou mais, o calor de junho vem dificultado a germinação e o florescimento do grão. E mesmo com a chuva que predominou no dia de ontem, os prognósticos climáticos não são dos melhores para a cultura.
Um cenário pouco promissor marca o início da safra de trigo no Rio Grande do Sul em 2019, começando pelo plantio feito com atraso devido ao excesso de chuva, em maio. Depois de a chuva levar ao adiamento da semeadura no Noroeste do Estado em cerca de 10 dias ou mais, o calor de junho vem dificultado a germinação e o florescimento do grão. E mesmo com a chuva que predominou no dia de ontem, os prognósticos climáticos não são dos melhores para a cultura.
De acordo com a agrometeorologista da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Loana Cardoso, a previsão é de temperaturas acima da média em todo o Rio Grande do Sul ao longo de julho. O que não é uma boa notícia, levando em conta que o trigo precisa de boa luminosidade e frio. "O próximo mês será de poucos dias com uma sequência de baixas temperaturas. Será marcado por dias de frio e calor intercalados", antecipa.
Para o presidente da comissão de trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Hamilton Jardim, o cenário pouco animador pode se refletir em produtividade menor e o no encarecimento final da lavoura, já que o cultivo do grão costuma exigir alto investimento. "E a atual safra tem apresentado elevado número de sementes plantas que não germinaram", lamenta o representante da Farsul.
No noroeste do Estado, o solo muito seco dos últimos dias é uma preocupação. Taciano Reginatto, engenheiro agrônomo da Cooperativa Tritícola Santa Rosa (Cotrirosa), revela que parte do que foi semeado entre o final de maio e o início de junho não germinou corretamente devido à falta de umidade do solo. "A procura por sementes foi grande neste ano. Teve produtor que havia aumentado a área e agora está em risco. É cedo para dizer que vai ter quebra, mas a produtividade já não deve ser mais a esperada antes", analisa Reginatto.
José Vanderlei Waschburger, coordenador da regional da Emater em Santa Rosa, afirma que nos 44 municípios de abrangência da unidade os danos gerais são pequenos. Ele avalia que a boa luminosidade compensou um pouco a falta do frio, mas conta que em algumas propriedades registram mais ataques de largas devido ao calor, por exemplo. "Apesar de também percebermos folhas mais amareladas ou danificadas, assim como aumento de pragas, esses são casos pontuais", ressalta Waschburger.
Na região de Erechim, que tem semeadura mais tardia e ainda está em andamento, enquanto o clima é uma incerteza o único dado concreto neste ano é que o trigo vem perdendo espaço para a cevada. Segundo Luiz Ângelo Poletto, assistente técnico da Emater, enquanto a cevada se expandiu de cerca de 6 mil hectares para 10 mil neste ano, o trigo deverá repetir os mesmo 28 mil hectares do ano passado. "A cevada tem compra garantida pela Ambev e bom preço,de cerca de R$ 68,00 a saca ante R$ 41,00 do trigo", ressalta.
De acordo com Jonathan Pinheiro, analista da Safras & Mercado, as cotações não são animadoras. Enquanto neste período do ano a tonelada de trigo no Estado está entre R$ 780,00 e R$ 800,00, em 2018 estava em R$ 900,00. "E ainda tende a baixar mais com o avanço da safra, salvo ocorram novas e grandes perdas, como em 2018", aponta.
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