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Sistema Financeiro

- Publicada em 25 de Junho de 2019 às 03:00

Lucro da Caixa cresce 6% no primeiro trimestre

Recuperação judicial da Odebrecht não teve impacto, diz Guimarães

Recuperação judicial da Odebrecht não teve impacto, diz Guimarães


/VALTER CAMPANATO /ABR/JC
O lucro recorrente da Caixa Econômica Federal cresceu 6% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2018, para R$ 3,87 bilhões, com aumento da receita de prestação de serviços, redução na provisão para calote e apesar de uma queda de 2% na carteira de crédito do banco.
O lucro recorrente da Caixa Econômica Federal cresceu 6% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2018, para R$ 3,87 bilhões, com aumento da receita de prestação de serviços, redução na provisão para calote e apesar de uma queda de 2% na carteira de crédito do banco.
O lucro recorrente exclui efeitos extraordinários de receita ou despesa. Já o lucro contábil cresceu 23%, para R$ 3,9 bilhões, também em comparação com o primeiro trimestre de 2018.
Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, a recuperação judicial da Odebrecht não impactou o resultado do trimestre. Para ele, "era óbvio que a recuperação judicial da Odebrecht era iminente" e, por isso, 95% do provisionamento para as perdas já foi feito no balanço referente a dezembro de 2018.
"Já teve perda com a recuperação judicial, mas no balanço não haverá, ou haverá residual. Só haverá se as garantias de terrenos forem a zero."
Ele afirmou ainda estar tranquilo com o nível de provisionamento do banco para calote de empresas do tipo - de acordo com o presidente da Caixa, há pelo menos mais dez empresas perto de entrar em recuperação judicial. "Estamos muito tranquilos com relação a muitas empresas que não têm condições."
De janeiro a março, as receitas com prestação de serviços aumentaram 2,3%, para R$ 6,5 bilhões - nos 12 meses até março, a inflação acumulada medida pelo IPCA (índice oficial de preços) foi de 4,58%. A elevação ocorreu pela alta de 19,8% na receita de serviços com fundos de investimento, com a migração de clientes que antes aplicavam em títulos de renda fixa, e pelo aumento de 8,5% nas receitas de convênios e cobrança bancária.
A inadimplência no primeiro trimestre recuou para 2,47% em relação aos três primeiros meses do ano passado. A melhora do calote ajudou o banco a reduzir em 24,4% a provisão para devedores duvidosos, que caiu para R$ 2,8 bilhões. Segundo a Caixa, a queda reflete a diminuição de R$ 14,4 bilhões na carteira de crédito e a mudança na composição dessa carteira, concentrada em empréstimos de risco baixo.
A carteira de crédito do banco recuou 2% em um ano, para R$ 685,8 bilhões, impactado pela queda de 18% nos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.
O lucro do banco também foi influenciado pela redução das despesas administrativas, com um programa de demissão voluntária e devolução de prédios comerciais no País. A Caixa estima que o PDV gere uma economia anual de R$ 716,1 milhões.
Em junho, a Caixa lançou programa de renegociação de dívidas imobiliárias em atraso e cortou juros no financiamento habitacional.
O banco quer recuperar R$ 1 bilhão com a regularização, de um universo de R$ 10,1 bilhões de dívidas em atraso de 5,2 milhões de contratos ativos - entre eles, do programa Minha Casa Minha Vida, embora o banco não detalhe o número total desses imóveis na renegociação.
Em maio, a Caixa anunciou um programa de renegociação que deixava de fora débitos com garantia, como crédito habitacional. O banco também exige que o cliente tenha em mãos o dinheiro para pagar o valor acertado com o banco. A ideia é recuperar R$ 1 bilhão.

Instituição quer vender ações no banco PAN e em corretora

A Caixa Econômica Federal planeja vender suas ações no Banco PAN e na corretora de seguros Wiz, em mais um passo para se desfazer de negócios que não são considerados chave para o banco, informou ontem o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães.
Dentro dessa diretriz se insere ainda a venda de papéis da Petrobras, em operação que termina hoje e com a qual o banco público espera levantar R$ 7,5 bilhões.
Guimarães reconheceu que o banco PAN gerou perdas relevantes para a Caixa. Para minimizar os prejuízos, a Caixa decidiu comprar, há cerca de quatro meses, papéis do PAN a um preço estimado em R$ 2,50. Segundo ele, as ações foram vendidas a R$ 8, e a Caixa ganhou R$ 600 milhões na operação.
"É a primeira vez que a Caixa Econômica Federal teve um retorno positivo com investimento no banco PAN", afirmou. Ele disse estar conversando com o BTG, outro acionista do PAN, sobre a venda de participação da Caixa no banco.
"Não faremos nada que não seja coordenado com o sócio, que, no caso, é o banco BTG. Porque nós só faremos alguma coisa totalmente coordenada", disse.
A compra de parte do banco PAN pela Caixa foi alvo de investigação deflagrada pela Polícia Federal em 2017. A PF apurava suspeitas de pagamento de propina e lavagem de dinheiro na transação, aprovada pelo Banco Central, mas que pode ter prejudicado a Caixa.
Os antigos executivos do PanAmericano já tinham sido alvo de investigações em 2010 e respondem a ações movidas pela Justiça Federal em São Paulo pelas fraudes contábeis que levaram o banco à intervenção do BC.
Em 2009, a Caixa comprou 35% do capital social do Panamericano (49% do capital votante e 20% do não votante), com planos de expandir o crédito imobiliário para o segmento de baixa renda. Em 2011, o apresentador Sílvio Santos vendeu o Panamericano para o BTG Pactual por R$ 450 milhões.
A Caixa também aguarda com expectativa a conclusão da operação de venda das ações da Petrobras que termina hoje. Ao todo, o banco público venderá 241,3 milhões de ações da petrolífera, equivalente a 1,85% do capital da companhia. A operação envolve apenas ações ordinárias, que dão direito -o banco detém 3,2% dessas ações.
De acordo com a Petrobras, a Caixa ficará com as 36,3 milhões de ações preferenciais, que não têm direito a voto, mas preferência no pagamento de dividendos, que tem em sua carteira. O valor equivale a 0,36% do capital total da estatal.
O presidente da Caixa revelou ainda a intenção de se desfazer da fatia indireta de 12% que o banco tem na corretora Wiz, controlada pela Fenae (federação de associações do pessoal da Caixa), e pela CNP Assurances. Guimarães disse que o desejo da Caixa de sair da Wiz já foi comunicado à corretora. "Não tem nenhum sentido manter essa situação. É mais uma daquelas perguntas: por que isso foi feito em qualquer momento do tempo? Porque o banco mais próximo da Caixa, que é o Banco do Brasil, tem um modelo totalmente diferente, no qual ele tem 100% da sua corretora de seguros. Por que a caixa não tem 100%?"