O mercado voltou a cortar a expectativa de crescimento da economia do Brasil neste ano, segundo a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central (BC) ontem. O levantamento feito semanalmente mostra que a estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2019 foi para 0,93%, ante a projeção de 1% da última publicação. Em 2017 e 2018, a economia brasileira avançou 1,1%.
A pesquisa desta semana também indicou que a Selic (taxa básica de juros) deve terminar este ano em 5,75%, enquanto, na semana passada, a projeção era de 6,5%. A discussão do corte dos juros para tirar o País da estagnação ganhou força com a divulgação do resultado primeiro trimestre, que recuou 0,2%. Nesta quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC deve decidir se mantém ou se altera a Selic, atualmente em 6,5%.
Embora a projeção desta segunda-feira para a economia brasileira fique abaixo de 1%, na primeira pesquisa do ano, em 7 de janeiro, a expectativa era que o desempenho em 2019 fosse de 2,53%. Na semana seguinte, ocorreu o único crescimento do ano, quando a previsão subiu para 2,57%. Desde então, o mercado passou a cortar a projeção. Os números desta semana indicam o 16º corte consecutivo.
Na avaliação diária da pesquisa, o mercado vinha mantendo a previsão da Selic a 6,5% desde 31 de janeiro. O percentual se manteve assim até cair sequencialmente na semana passada, de 6,5% para 6,25% na quarta-feira, depois para 6% na quinta-feira, e 5,75% na sexta-feira. Nos três dias, foram divulgados dados de abril, respectivamente, do comércio (queda de 0,6%), de serviços (alta de 0,3%) e do crescimento da economia (recuo de 0,47%).
Na publicação Focus desta semana, houve também corte para a projeção de crescimento em 2020. Na publicação anterior, a expectativa era de uma alta de 2,23%, agora, de 2,20%.
Já o IPCA, índice que mede a inflação, deve fechar no fim do ano em 3,84% no acumulado de 12 meses. Há uma semana, o projetado era de 3,89%. O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A cotação do dólar para o fim do ano permanece inalterada em R$ 3,80.