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CONSUMO

- Publicada em 13 de Junho de 2019 às 03:00

Vendas do varejo recuam 0,6% em abril, após dois meses de estabilidade

Setor de artigos farmacêuticos registrou retração no período

Setor de artigos farmacêuticos registrou retração no período


/GILMAR LUÍS/ARQUIVO/JC
O volume de vendas do varejo recuou 0,6% em abril ante o mês anterior, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda ocorre depois de dois meses de estabilidade - em março, o resultado foi revisado de 0,3% para 0,1% e, em fevereiro, de 0% para -0,1%, na comparação mensal. "Os resultados mostram que há uma perda de ritmo no varejo em 2019", afirma a gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Isabella Nunes.
O volume de vendas do varejo recuou 0,6% em abril ante o mês anterior, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda ocorre depois de dois meses de estabilidade - em março, o resultado foi revisado de 0,3% para 0,1% e, em fevereiro, de 0% para -0,1%, na comparação mensal. "Os resultados mostram que há uma perda de ritmo no varejo em 2019", afirma a gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Isabella Nunes.
A situação ocorre em função do alto nível de desemprego e a baixa atividade econômica no País. "Isso dificulta o crescimento da massa de rendimentos, que é fator fundamental para o crescimento significativo do consumo", explica Isabella.
Em relação a abril de 2018, houve alta de 1,7% no volume de vendas de varejo. O acumulado no ano é de 0,6% e, nos últimos 12 meses, de 1,4%. O setor segue 7,3% abaixo do seu nível recorde, alcançado em outubro de 2014.
Cinco das oito atividades tiveram queda de março para abril. Os destaques ficaram com hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,8%) e tecidos, vestuário e calçados (-5,5%).
Também houve recuo nas vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8%), revertendo os resultados positivos apresentados no mês de março.
A queda observada na venda de artigos farmacêuticos pode ter sido influenciada pelo reajuste oficial dos medicamentos que ocorre no mês de abril. "A compra de remédios pode ter sido antecipada para março", diz Isabella.
As atividades em alta nessa comparação foram apenas móveis e eletrodomésticos (1,7%) - que registra o quarto resultado positivo consecutivo - combustíveis e lubrificantes (0,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,3%).
Na comparação com o mesmo período de 2018, o melhor desempenho de abril foi observado nas vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com taxa de crescimento de 13,4%, a mais alta do ano. O segmento engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc. e foi beneficiado pelo dinamismo vindo do e-commerce e do deslocamento do feriado da Páscoa. As comemorações neste ano aconteceram majoritariamente em abril, enquanto, no ano passado, ocorreram em março.
A Páscoa também teve impacto positivo nas vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que subiram 1,6% em abril, ante igual período do ano anterior.
A maior contribuição negativa nessa base de comparação ficou por conta da venda de combustíveis e lubrificantes, com recuo de 3,6%. A elevação dos preços de combustíveis, acima da variação média dos preços, é o fator relevante que vem influenciando negativamente o setor.
O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças, e de material de construção, ficou estável em relação a março de 2019, após avançar 1,1% no mês anterior. Na comparação com abril de 2018, foi observada alta de 3,1%. O setor de material de construção também cresceu no período, com alta de 4,1%.

Segmento de hipermercados já acumula queda de 0,3%

O varejo está no mesmo patamar de dezembro de 2018, afirma a gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Isabella Nunes. Embora algumas atividades tenham avançado desde janeiro, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,4%) e móveis (1,4%), o segmento de hipermercados e alimentos, que tem muito peso no comércio varejista, acumula queda de 0,3% até abril.
"A população está ficando mais cautelosa, os índices de confiança estão baixos e os índices de venda são compatíveis com esse cenário", afirma a gerente.
Pesquisa de sondagem do comércio feita pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getulio Vargas (FGV) sugere que o setor segue cauteloso. Em maio, o Índice de Confiança do Comércio recuou 5,4 pontos, ao passar de 96,8 para 91,4 pontos, retornando ao mesmo nível de setembro de 2018.
"A nova queda expressiva da confiança do comércio sugere que os empresários do setor ainda estão encontrando dificuldades com o ritmo de vendas no segundo trimestre. Os indicadores de situação atual refletem o fraco desempenho da atividade no início de 2019", avalia o coordenador da pesquisa, Rodolpho Tobler.