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INFRAESTrUTURA

- Publicada em 06 de Junho de 2019 às 21:40

Porto do Rio Grande terá terminal para celulose

Terminal atende à previsão de expansão do setor florestal, diz Estima

Terminal atende à previsão de expansão do setor florestal, diz Estima


/JOÃO MATTOS FOTOGRAFIA/DIVULGAÇÃO/JC
Ainda em fase de escolha do terreno, um novo terminal específico para a cadeia produtiva da celulose está em desenvolvimento no porto do Rio Grande. O investimento, segundo o diretor-superintendente dos portos do Estado, Fernando Estima, deve passar dos R$ 300 milhões, e será feito pela chilena Ultramar. O assunto foi um dos temas da viagem da comitiva do Piratini ao país nesta semana, e não tem data para conclusão.
Ainda em fase de escolha do terreno, um novo terminal específico para a cadeia produtiva da celulose está em desenvolvimento no porto do Rio Grande. O investimento, segundo o diretor-superintendente dos portos do Estado, Fernando Estima, deve passar dos R$ 300 milhões, e será feito pela chilena Ultramar. O assunto foi um dos temas da viagem da comitiva do Piratini ao país nesta semana, e não tem data para conclusão.
"A tomada de decisão já aconteceu. O tempo disso não é nossa prioridade no momento, mas sim ajudar a acelerar o processo e colocar o Estado à disposição", afirma Estima. A Ultramar já opera no Rio Grande do Sul por meio da Sagres, que faz a operação logística para a CMPC. A efetivação da construção tem a ver com o crescimento contínuo de produção que tem tido a fábrica de celulose de Guaíba. O processo acompanha o modelo, segundo Estima, no qual as operações se iniciam pelo cais público, mas, depois de cativadas as cargas, migram para um greenfield (terreno não consolidado) dedicado àquele transporte. "Iniciamos o estudo das áreas possíveis dentro do porto para esse investimento, que certamente ultrapassará os R$ 300 milhões", afirma o superintendente.
Embora tenha ligação com a CMPC, o novo terminal atende, também, às perspectivas de crescimento do segmento florestal no Estado, inclusive com a possível implantação de novas fábricas. "O porto tem que se preparar para ter um terminal de celulose. As intenções do setor florestal com o Estado são muito fortes, essa cultura vai se firmar cada vez mais no Rio Grande do Sul", acrescenta Estima, lembrando que uma floresta plantada por aqui consegue produzir comercialmente já no sétimo ano, período que chega a 14 anos em outros países.
O superintendente esteve, na quinta-feira, na Capital para o Fórum Internacional de Infraestrutura e Logística, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, onde apresentou os planos do Piratini para os portos gaúchos. A superintendência será transformada, em breve, em empresa pública, de forma a possuir maior autonomia.
Um dos temas mais urgentes do segmento, a obra de dragagem de manutenção no porto do Rio Grande, está se encaminhando para a sua conclusão. De acordo com Estima, 83% da obra já foi realizada até o início da semana. A expectativa é de que a execução seja finalizada em dois meses. "A obra passou por todas as entidades, foi judicializada, mas agora não vai mais parar", garante Estima. Depois de concluída, serão mais dois meses para a homologação do novo calado, que só então será conhecido com certeza.
Um dos focos do governo estadual é estabelecer um sistema de dragagem permanente, que é visto como mais barato e eficiente. Estudos sobre a viabilidade de uma parceria público-privada na área já foram iniciados, segundo superintendente. Outro foco está na ocupação das áreas disponíveis no porto e seu entorno, como o Distrito Industrial. Ao contrário da maioria dos outros portos do País, a unidade de Rio Grande possui vasta extensão de terra ainda a ser utilizada, o que é visto como um diferencial. "Precisamos de foco para investir onde precisa. A infraestrutura precisa de investimentos, não de mais portos", afirmou Estima, criticando os planos de construção de um novo porto em Torres, no Litoral Norte, que, na visão do superintendente, serão abandonados após a realização de estudos técnicos de viabilidade.

Rio Grande do Sul aprendeu com erros na concessão de rodovias

Outro palestrante do Fórum Internacional de Infraestrutura e Logística, o secretário adjunto de Logística e Transportes do Estado, Eduardo Krause, falou sobre o programa de concessões do Piratini. Batizado de RS Parcerias, o programa lançado em março contempla, na sua primeira rodada, três equipamentos ligados ao transporte: as rodovias ERS-324 e RSC-287, e a estação rodoviária da Capital, somando investimentos de R$ 3,3 bilhões. Segundo o adjunto, todas as concessões serão debatidas com a sociedade, evitando erros cometidos no passado.
"Temos que ouvir o cidadão. Se precisar, abrir mão um pouco, atrasar um pouco, para que o edital não seja questionado quando for à rua. Se cidadão não é servido, não faz sentido conceder um serviço público", defendeu Krause. Os editais devem ser lançados até setembro.
A lição, segundo o adjunto, foi aprendida com o processo de privatização anterior, realizado no governo Antônio Britto (1995-1998), quando as concessões viraram o centro da discussão política. "Nenhum dos lados estava totalmente certo nem totalmente errado, mas, no fim, chegamos aqui sem estradas", argumenta Krause, para quem um diálogo e busca pelo consenso poderiam ter aperfeiçoado os contratos, diminuindo as tarifas e aumentado as audiências públicas. "Hoje, 25 anos depois, estamos envolvidos nisso de novo, usando os erros como aprendizado", defendeu o adjunto. O Piratini já encomendou ao BNDES a modelagem para a concessão de outras cinco rodovias, as ERSs 115, 122, 235, 239 e 240.