Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Transporte

- Publicada em 05 de Junho de 2019 às 21:07

Transposul começa confiante na retomada

Pode faltar caminhões para acompanhar esperada volta do crescimento

Pode faltar caminhões para acompanhar esperada volta do crescimento


/MARIANA CARLESSO/JC
O setor de transporte está carregado de boas perspectivas para os próximos anos. É o que fica evidente ao se visitar a 21ª edição da Transposul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, que se realizada em Bento Gonçalves até sexta-feira. As expectativas de retomada da economia vão além da projeção de alcançar até R$ 250 milhões em negócios, ante os R$ 150 milhões de 2018. O setor está de olho em diferentes mudanças que estão a caminho. Dentro da feira, empresas transportadoras e indústrias miram suas ações e negócios em mudanças oriundas da greve dos caminhoneiros no ano passado e na preparação para a volta do crescimento da economia, passando por mudanças no ICMS, entre outros.
O setor de transporte está carregado de boas perspectivas para os próximos anos. É o que fica evidente ao se visitar a 21ª edição da Transposul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, que se realizada em Bento Gonçalves até sexta-feira. As expectativas de retomada da economia vão além da projeção de alcançar até R$ 250 milhões em negócios, ante os R$ 150 milhões de 2018. O setor está de olho em diferentes mudanças que estão a caminho. Dentro da feira, empresas transportadoras e indústrias miram suas ações e negócios em mudanças oriundas da greve dos caminhoneiros no ano passado e na preparação para a volta do crescimento da economia, passando por mudanças no ICMS, entre outros.
Na abertura do evento, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado (Setcergs), João Jorge Couto da Silva, afirmou que poderá faltar estrutura e até mesmo caminhões para acompanhar a esperada retomada da economia brasileira. De acordo com o empresário, os recentes anos de crise e a consequente retração dos negócios levaram muitas indústrias e transportadoras a reduzir frotas, estruturas e equipe de pessoal.
"Apesar de termos passado por alguns anos de economia fortalecida, a crise que veio depois levou muitas empresas a encolher. Com isso, se tivermos mesmo que um pequeno crescimento, que espero para 2020, as empresas que não se prepararem para isso enfrentarão problemas", alerta o presidente do Setcergs.
A preparação para essa recuperação e expansão do PIB, porém, já teve início em boa parte do setor. Além de estarem planejando os negócios de olho em melhores dias, diz Silva, indústrias e transportadoras também estão tentando evitar problemas do passado recente. Em 2018, o transporte de cargas e a economia, assim como a vida dos brasileiros como um todo, foi durante afetada pela greve dos caminhoneiros. A paralisação que literalmente parou o Brasil deixou traumas que agora se refletem em números.
Dados divulgados nesta semana pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que as vendas de caminhões no País somaram 39 mil unidades nos cinco primeiros meses do ano, alta de 47% ante igual período de 2018. De acordo com Silva, isso se deve ao temor de industrias e transportadores se verem novamente refém de uma greve de caminhoneiros. "Com frotas próprias maiores, as empresas não ficarão tão dependentes dos caminhoneiros e transportadores autônomos", explica Silva.
Outro tema que entrou na pauta é o impacto da substituição tributária na economia gaúcha e a cobrança de ICMS sobre o setor, que mudou em 2017 onerando o transporte de cargas. O assunto foi explicitado pelo presidente da Fetransul, Afrânio Kieling, que questionou o vice-governador Ranolfo Vieira, que representou o governador Eduardo Leite, que está em viagem ao Chile. Kieling, por sinal, deu uma alfinetada nas viagens internacionais de Leite, lembrando também de recente viagem do governador a Nova Iorque (EUA).
"Está certo o governador ir para o Chile buscar negócios para o Rio Grande do Sul. Mas ele tem que olhar também para as empresas aqui do Estado. Que olhe um pouco mais para as questões burocráticas do Estado, que tem muitas exigências e papeladas para uma simples licença", criticou Kieling.
O empresário também chamou a atenção do vice-governador sobre questões relativas ao ICMS que incide sobre o setor de transportes, que foi alterado no início deste ano, com o fim da isenção do imposto no frete com destino interestadual. Outro ponto levantado foram as revisões relacionadas a substituição tributária, que estariam fazendo o Rio Grande do Sul perder competitividade em relação a outros estados.

Dallagnol lota auditório para falar de ética empresarial

Procurador da República destacou avanços produzidos pela Lava Jato

Procurador da República destacou avanços produzidos pela Lava Jato


/MARIANA CARLESSO/JC
Uma das principais atrações do primeiro dia da Transposul não tinha ligação direta com o setor de transporte de cargas, mas está intimamente ligada ao mundo empresarial. Com o tema Ética nos negócios em um mundo de pressões, o procurador da república Deltan Dallagnol falou para cerca de 400 pessoas em um auditório lotado. Ele lembrou que os muitos esquemas de corrupção desvendados na Lava Jato têm como atores principais não apenas políticos, mas grandes empresas e importantes executivos.
"Apenas as denúncias ligadas a uma grande empresa já envolveram 74 executivos, quatro ex-presidentes, um terço dos ministros e senadores e quase metade dos governadores do Brasil", ressaltou Dallagnol.
O procurador destacou, ainda, que boa parte desses executivos que agiram para corromper políticos disseram que apenas cumpriam ordens. Dallagnol alertou, porém, que a conduta não se justifica pela pressão, seja lá de onde ela venha. Agir devido a pressão da empresa e da própria realidade endêmica da corrupção no Brasil, disse o procurador, apenas reforça o círculo vicioso do crime. E também não reduz a responsabilidade de cada um.
"No setor privado, as maiores empresas de infraestrutura estavam incluídas no esquema, incluindo empresários da lista de bilionários da Forbes. Foram condenados, responsabilizados e presos", ponderou Dallagnol.