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Economia

- Publicada em 28 de Maio de 2019 às 03:00

Número de lojas fechadas no País volta a subir após cinco trimestres

Projeção é que 2019 seja mais um ano fraco para o setor varejista

Projeção é que 2019 seja mais um ano fraco para o setor varejista


JONATHAN HECKLER/ARQUIVO/JC
Depois de quase um ano e meio no azul, o comércio varejista brasileiro voltou a fechar mais do que abrir lojas no primeiro trimestre. Entre janeiro e março, o saldo ficou negativo em 39 pontos de venda. O número é pequeno, mas emblemático, pois indica grande mudança de rota. E confirma o quadro de estagnação da economia, já apontado por outros indicadores.
Depois de quase um ano e meio no azul, o comércio varejista brasileiro voltou a fechar mais do que abrir lojas no primeiro trimestre. Entre janeiro e março, o saldo ficou negativo em 39 pontos de venda. O número é pequeno, mas emblemático, pois indica grande mudança de rota. E confirma o quadro de estagnação da economia, já apontado por outros indicadores.
No último trimestre de 2018, o saldo entre abertura e fechamento de lojas foi positivo em 4,8 mil unidades. O ano passado também tinha sido o primeiro ano positivo de inaugurações depois da recessão, com 11 mil pontos de venda abertos. O saldo de lojas de 2018 é pequeno comparado às 220 mil lojas que o varejo perdeu entre 2014 e 2017. Mas era importante, porque sinalizava a recuperação do setor, agora ameaçada.
Os dados de abertura de lojas fazem parte de estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) feito com base nas informações prestadas por empresas formais e com vínculo empregatício, reunidas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No final do ano passado, ainda sob a influência do prognóstico favorável para a economia neste ano, a expectativa era de que 2019 encerrasse com a abertura líquida de 22 mil lojas, diz o economista-chefe da CNC, responsável pelo estudo, Fabio Bentes.
Hoje, ele acredita que essa projeção está prejudicada diante do pífio desempenho da atividade econômica esperado para este ano.
"Essa previsão vai derreter como todas as previsões de indicadores têm derretido. Seguramente não vamos ter crescimento no número de lojas, e há o risco de que o ano termine com um número negativo", diz Bentes.
O economista-chefe da CNC ressalta que todos os fatores condicionantes do consumo, como emprego, renda e juros ao consumidor estão evoluindo muito mal, o que reforça sua avaliação de que este será mais um ano perdido para a expansão do varejo. "Os números mostram que o varejo está indo para o ralo de novo, e quem tinha planos de expansão deve estar engavetando", diz.
Bentes lembra que, no fim do ano passado, uma pesquisa com comerciantes feita pela CNC apontava que quase metade dos entrevistados pretendia abrir lojas ou ampliar as existentes. Atualmente, esse indicador está abaixo de 40%.
O estudo realizado pela CNC mostra que o segmento de vestuário e calçados foi o que mais fechou lojas no primeiro trimestre deste ano - quase 400 - e também foi o que mais demitiu trabalhadores, 65,7 mil pessoas, de um total de 101,4 mil funcionários no varejo como um todo.
"O segmento de vestuário é o mais democrático do varejo, tem tíquete médio para todos os bolsos", afirma Bentes. Para ele, o fato de esse segmento ser o mais atingido revela a grande abrangência da crise.
Até as farmácias, que vinham resistindo à crise econômica brasileira, sucumbiram no primeiro trimestre. Foram fechados 196 estabelecimentos no primeiro trimestre, número que supera o encerramento de pontos de venda de móveis e eletrodomésticos.
Já os supermercados e hipermercados, que vendem itens de consumo básico, continuaram no azul e inauguraram 645 lojas entre janeiro e março.
 
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