Os grupos Renault e a Fiat Chrysler (FCA) deverão anunciar nesta segunda-feira (27) o resultado das conversas entre os dois conglomerados para uma eventual fusão, segundo o jornal americano Wall Street Journal. Se concretizada, a união das dias empresas criaria a terceira maior montadora do mundo, atrás de Volkswagen e Toyota. Combinadas, Fiat Chrysler e Renault teriam valor de mercado de aproximadamente US$ 36 bilhões (o equivalente a R$ 144,8 bilhões).
Entre as possibilidades de aliança está uma fusão em que ambas as companhias teriam igual participação. Uma alternativa seria a troca de ações entre as montadoras como um acordo inicial que pavimentaria o caminho para uma união posterior. Os negócios entre os dois grupos envolveriam mais que a criação de uma joint venture. O acordo deverá incluir a cooperação na área de tecnologia para veículos elétricos, plataformas de manufatura e conectividade.
O anúncio desta segunda-feira deverá será feito antes da abertura das Bolsas. Na mesma data, haverá uma reunião do conselho de administração da companhia francesa. Procuradas pela reportagem, a FCA disse que não comentaria o assunto e a Renault, que não teria informações sobre o possível acordo.
As conversas entre os conglomerados teriam começado quando a Renault estava sob comando do executivo Carlos Ghosn, acusado de má conduta financeira e corrupção por suposta tentativa de enriquecimento às custas da Nissan, com quem o grupo francês já tem uma aliança - que inclui ainda a Mitsubishi. O atual presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, reuniu-se com o ministro francês Bruno Le Maire na última sexta-feira (24) para apresentar o plano para a aquisição. O governo francês detém 15% da companhia e não se opõe ao negócio.
Nissan e Mitsubishi não participaram das tratativas com a FCA. A francesa chegou a pedir a um banco que a assessora que apresentasse à Nissan um plano para a criação de uma holding que combinaria as duas parceiras, mas os japoneses resistem a tentativas de aprofundar a parceria. O acordo Renault-FCA poderia mudar o equilíbrio de poder no grupo franco-japonês. Juntas, Renault, Nissan e Mitsubishi lideram as vendas no mundo, com quase 10,8 milhões de carros comercializados no ano passado (VW e Toyota venderam cerca de 10,6 milhões cada).
Só a Renault vendeu em 2018 cerca de 3,9 milhões de veículos. A Nissan, 5,65 milhões, e a Mitsubishi, 1,22 milhão. A Fiat Chrysler, que hoje ocupa a 8ª posição em número de unidades vendidas, possui 13 marcas (entre elas, Jeep, Alfa Romeo, Dodge e Ram). Comercializou 4,8 milhões de veículos no ano passado.