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Economia

- Publicada em 07 de Maio de 2019 às 18:29

Dólar avança com ambiente externo e disputas internas do governo Bolsonaro

A moeda americana fechou cotada a R$ 3,9694

A moeda americana fechou cotada a R$ 3,9694


MARCELLO CASAL JR/ABR /JC
Agência Estado
A conjugação de ambiente global de aversão ao risco com temores de diluição da reforma da Previdência, na esteira de disputas internas no governo Jair Bolsonaro, fez com que o dólar subisse mais um degrau nesta terça-feira (7), emendando o segundo pregão consecutivo de alta. Com valorização de 0,29%, a moeda americana fechou cotada a R$ 3,9694. Na semana, o dólar já sobe 0,77%, o que leva a valorização acumulada em maio a 1,23%.
A conjugação de ambiente global de aversão ao risco com temores de diluição da reforma da Previdência, na esteira de disputas internas no governo Jair Bolsonaro, fez com que o dólar subisse mais um degrau nesta terça-feira (7), emendando o segundo pregão consecutivo de alta. Com valorização de 0,29%, a moeda americana fechou cotada a R$ 3,9694. Na semana, o dólar já sobe 0,77%, o que leva a valorização acumulada em maio a 1,23%.
A moeda americana já iniciou os negócios em alta e chegou a correr até a máxima de R$ 4 ainda pela manhã. Operadores notaram um forte movimento especulativo com dólar futuro, desencadeado pelo aguçamento das tensões entre as alas militar e olavista do governo. A percepção de balbúrdia no governo, que dava força à tese de falta de articulação política, prenunciava uma tramitação acidentada da reforma na comissão especial, levando a uma desidratação acentuada do texto do governo. O movimento especulativo ainda contava com o pano de fundo externo de valorização global do dólar, em meio a um movimento de aversão ao risco provocado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
As apostas a favor da moeda americana amainaram ao longo da tarde. A corrida ao dólar até os R$ 4 trouxe exportadores ao mercado e deu início a um movimento de realização de lucros de posições comprados. "O mercado aproveitou essa confusão no governo e a alta lá fora para testar a barreira dos R$ 4. Foi mais um movimento especulativo. Bastou bater nessa resistência de R$ 4 para trazer os vendedores e o dólar voltar", diz Marcos Trabbold, diretor operacional da B&T Corretora.
Além da moderação dos ganhos da moeda americana no exterior, operadores citaram como pontos que contribuíram para a perda de fôlego do dólar o início dos trabalhos da comissão especial da Câmara e a MP dos Ministérios. O relator da reforma da Previdência na comissão, Samuel Moreira (PSDB-SP), propôs um plano de trabalho com realização de 10 audiências públicas até o dia 29 de maio. A votação do parecer na comissão seria realizada em junho e, em seguida, o texto seguiria para o plenário da Câmara. O pontapé inicial da agenda será dado nesta quarta, com audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Já o parecer do relator da MP dos Ministérios em Comissão Mista do Congresso, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), trouxe, em concordância com o governo, a recriação dos ministérios das Cidades e Integração Nacional. Abre-se espaço no governo a ser ocupado por partidos do Centrão, fundamentais para a tramitação da reforma no Congresso.
Para o operador de câmbio Cleber Alessie, da H.Commcor, na ausência de um sinal inequívoco de força do governo no Congresso, a moeda americana tende a se manter pressionada e oscilar conforme o vaivém do ambiente externo. "O mercado está míope, com foco na Previdência. Mas já não há aquele otimismo do início do ano. Lá fora, estão recalibrando as posições com essa questão da China e dos Estados Unidos, o que influencia o mercado local", diz Alessie.
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