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Trabalho

- Publicada em 02 de Maio de 2019 às 03:00

Protestos marcam atos do Dia do Trabalho no Brasil

Em Porto Alegre, manifestantes e integrantes de centrais sindicais realizaram caminhada pela orla do Guaíba

Em Porto Alegre, manifestantes e integrantes de centrais sindicais realizaram caminhada pela orla do Guaíba


/ALEXANDRE ADAIR/RAW IMAGE/FOLHAPRESS/JC
Milhares de pessoas participaram, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, do ato conjunto realizado pelas centrais sindicais neste feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalho. Os manifestantes protestaram contra o projeto de reforma da Previdência do governo do presidente Jair Bolsonaro e o aumento do desemprego, unindo 10 entidades sindicais e duas frentes populares num ato unificado pela primeira vez na História.
Milhares de pessoas participaram, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, do ato conjunto realizado pelas centrais sindicais neste feriado de 1º de Maio, Dia do Trabalho. Os manifestantes protestaram contra o projeto de reforma da Previdência do governo do presidente Jair Bolsonaro e o aumento do desemprego, unindo 10 entidades sindicais e duas frentes populares num ato unificado pela primeira vez na História.
Em Porto Alegre, ocorreu um ato no pelo dia do trabalhador na Orla do Guaíba, com uma caminhada até o Gasômetro, em Porto Alegre. Para os organizadores, o ato foi o maior dos últimos anos e contou com a participação da população. A atividade contou com a presença de diversas entidades representativas e movimentos. No Rio Grande do Sul, também ocorreram manifestações em Caxias do Sul, Bagé, Erechim, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria e Ijuí.
Em São Paulo, lideranças sindicais discursaram contra a reforma. Um abaixo assinado contra o projeto é passado entre os presentes com o objetivo de conseguir um milhão de assinaturas. As centrais prometem se mobilizar contra a votação do projeto na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, prevista para junho. Além dos discursos políticos, apresentações musicais começaram por volta das 10h, com o grupo Mistura Popular.
O candidato derrotado do PT à presidência e ex- prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, criticou em seu discurso a agenda neoliberal do governo Bolsonaro, que prevê mais cortes de direitos trabalhistas. O também derrotado candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, disse que a reforma é a destruição da previdência pública. Ele criticou o fato de o governo liberar R$ 40 milhões em emendas aos deputados para garantir a aprovação da reforma.
Os presidentes das três maiores centrais sindicais do País, CUT, Força Sindical e UGT, comemoraram o ato unificado. Mais de 200 mil pessoas estiveram no evento, segundo a CUT. "O presidente Bolsonaro disse que o ato estaria esvaziado e aqui está nossa resposta. Nós vamos colocar o Brasil no eixo de novo. Não é possível que um país deste tamanho tenha que acabar com a previdência. O governo precisa de uma política de crescimento econômico", disse Wagner Freitas, presidente da CUT.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou que os mais pobres e que precisam da aposentadoria, e não os empresários. "Não queremos que a reforma tire direitos. Queremos ampliar esses direitos", afirmou Torres.
Para Ricardo Patah, presidente da UGT, a unificação das centrais neste 1 de Maio foi uma quebra de paradigma. "Em nome dos desempregados do País, pregamos a união das centrais sindicais. É fundamental estarmos juntos", disse Patah.

Oposição não tem como barrar reforma, diz Paulinho da Força

O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade/SP), líder da Força Sindical, avalia que a oposição não tem força para barrar a aprovação da reforma, mas afirma que "a rua" dá força para negociar uma reforma justa, que garanta direitos dos trabalhadores e combata privilégios. Ele disse que os partidos de centro trabalham para aprovar uma reforma desidratada, com uma economia em torno de R$ 500 bilhões em 10 anos, em vez do R$ 1,1 trilhão esperado pelo governo, o que evitaria a reeleição do presidente Bolsonaro. "Quanto mais tempo ganharmos na tramitação da reforma, mais gente fica contra", disse.
As centrais também se uniram num ato único neste 1º de Maio por questões financeiras. O fim da contribuição sindical obrigatória com a reforma trabalhista e a Medida Provisória (MP) 873, que dificulta a cobrança da contribuição dos trabalhadores sindicalizados, reduziram as fontes de recursos das centrais. A MP 873 proíbe o desconto em folha dos trabalhadores sindicalizados e obriga o pagamento via boleto. Com os cofres vazios, as centrais não fizeram sorteios de brindes. Em eventos da Força Sindical no passado, havia sorteio de veículos e de apartamentos.

'Unidos ultrapassaremos dificuldades', afirma Bolsonaro

Em pronunciamento alusivo ao Dia do Trabalho, o presidente Jair Bolsonaro admitiu "dificuldades" iniciais no governo, mas evitou temas como desemprego e reforma da Previdência, que estiveram presentes na celebração da data feita pelas centrais em São Paulo. Nos cerca de dois minutos de fala, Bolsonaro enalteceu a Medida Provisória da "Liberdade Econômica", assinada na terça-feira com objetivo de diminuir a burocracia para pequenos negócios.
O presidente mencionou diretamente o Dia do Trabalho ao finalizar o discurso. "O caminho é longo. Sei que unidos ultrapassaremos essas dificuldades, que são naturais nas transições de governo, especialmente se as posições políticas forem antagônicas. O Brasil elegeu a esperança, razão pela qual estarei sempre atento para não decepcioná-los. É o meu compromisso com você nesse Dia do Trabalho", concluiu.