O Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho registrou crescimento real de 1,2% no ano passado, de acordo com estimativas de relatório da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgado pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) nesta sexta-feira (26). A soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Estado ficou levemente acima da alta nacional, que foi de 1,1% em 2018.
O indicador alcançou, no ano passado, a cifra de R$ 445 bilhões, com desempenho parelho dos setores do Comércio (+5,6%), Construção Civil (+5,2%) e Indústria (+5%), compensando as perdas sobre as atividades ligadas à Agropecuária (-4,2%) e aos Serviços (-1%).
De acordo com a secretária Leany Lemos, apesar do sinal positivo, a reversão da crise fiscal gaúcha depende de crescimento econômico de longo prazo. "Por isso, as reformas estruturais são importantes para sinalizar ao mercado. Mesmo em meio ao período de forte recessão e queda na sua receita, o Estado acabou ampliando seus gastos. Em três anos, apenas a folha salarial saltou ao algo ao redor de R$ 5 bilhões, defendeu.
Na comparação trimestral, o PIB gaúcho fechou os últimos três meses do ano passado com um avanço de 2,7% frente ao mesmo período de 2017, puxado pelo desempenho do setor industrial (7,9%), seguido de perto pelo setor do Comércio (atacado e varejo teve crescimento de 6,3%). A construção civil registrou alta de 1,9%, ao passo que a Agropecuária (-2,3%) e Serviços (-0,2%) reproduziram um comportamento negativo verificado praticamente em todos os trimestres anteriores. A alta do último trimestre é a segundo consecutiva (no 3º trimestre, foi de 4%).
Na avaliação do coordenador de pesquisas da Fipe, economista Eduardo Zylberstajn, o desempenho da economia gaúcha no segundo semestre é bastante animador. “O Rio Grande do Sul conseguiu crescer acima do país, mesmo sem depender diretamente do comportamento da agricultura”, observou. Para ele, embora ainda aquém das necessidades, os sinais de retomada são positivos na medida depois de um período de retração.
Ao término da apresentação do desempenho da economia em 2018, Leany Lemos confirmou que a Seplag pretende retomar até o final os cálculos do PIB através do Departamento de Economia e Estatística (DEE). “Estamos reavaliando o contrato com a Fipe, mas precisamos também reestabelecer a parceria com o IBGE”, anunciou.