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Economia

- Publicada em 25 de Abril de 2019 às 21:43

Cenário requer atuação firme no comércio

Brandão aponta mudança de postura em relação a governos anteriores

Brandão aponta mudança de postura em relação a governos anteriores


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Guilherme Daroit
Visto como desafiador por conta da guerra comercial entre potências, de medidas protecionistas e de crise em países estratégicos para o Brasil, o cenário mundial exige medidas firmes do governo federal. A afirmação é do subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, que defende ações como a busca por acordos comerciais, a revisão tarifária e a remoção de barreiras não-tarifárias no País.
Visto como desafiador por conta da guerra comercial entre potências, de medidas protecionistas e de crise em países estratégicos para o Brasil, o cenário mundial exige medidas firmes do governo federal. A afirmação é do subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, que defende ações como a busca por acordos comerciais, a revisão tarifária e a remoção de barreiras não-tarifárias no País.
"Precisamos nivelar nossa competitividade com os outros países", justifica Brandão, que esteve em Porto Alegre nesta quinta-feira para evento do Prêmio Exportação RS, na ADVB. No campo dos acordos, o subsecretário conta que há cinco frentes trabalhando em acertos com a União Europeia (UE), a EFTA (grupo de países europeus que não integram a UE), Canadá, Coréia do Sul, Singapura e México. "Não abrimos outras porque temos que concluir primeiro essas", conta Brandão.
O mais maduro é o acordo com a União Europeia, em discussão há mais de 20 anos, e a intenção do governo é chegar a uma conclusão ainda em 2019. "Se não der, passamos para o próximo da lista", comenta Brandão, citando que há mudança de postura nas relações na comparação com governos anteriores, privilegiando, agora, os países desenvolvidos.
Outra ação é a revisão de tarifas de importação, que, atualmente, seriam de 11% a 13% em média. Grande parte dos bens de capital pagam 14%, em comparação com média de 4% em outros países. Barreiras não-tarifárias também fazem parte dos esforços da pasta, destacando-se a implantação do Portal Único de Comércio Exterior.
Instituído no ano passado, o portal já teria diminuído o tempo de porto para exportações brasileiras de 13 para 6,4 dias, abaixo da média de 8 dias dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). "Agora, o foco é na importação. Temos tempo de porto de 17 dias hoje, e a meta é chegar aos 10 dias, que é a média da OCDE", conta o subsecretário.
Brandão, servidor de carreira do Planalto há 16 anos, argumentou ainda que a criação do Ministério da Economia, reunindo atribuições de quatro pastas da estrutura anterior, trouxe ganhos de coesão. "É um grande desafio de administração, mas traz convergência na equipe, não se vê mais políticas antagônicas entre a equipe econômica", defende.
O Ministério trabalha com previsão de aumento de 2,5% nas exportações em 2019, e, na importação, de 8%. Ao todo, o saldo comercial deve fechar o ano em cerca de US$ 50 bilhões. "Temos um cenário desafiador, que requer atuação mais firme do governo, de ir contra a situação que não é propícia", afirma Brandão.
Uma das preocupações segue sendo a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que, se por um lado aumenta a venda de produtos como soja, por outro refreia a procura chinesa por insumos, como o minério de ferro, segundo Brandão. Outro problema é a crise da Argentina, terceiro maior parceiro comercial brasileiro. No ano passado, as exportações brasileiras ao país vizinho caíram 15%, e as gaúchas mais ainda, retraindo 21,2%. No primeiro trimestre de 2019, de acordo com o subsecretário, as vendas do Rio Grande do Sul aos argentinos caíram 50%, grandeza que não deve se repetir ao longo do ano pois é inflada pela base de comparação, uma vez que a crise argentina se aprofundou a partir de abril de 2018.
O evento foi parte da transformação do Prêmio Exportação, que neste ano chega à 47ª edição. Segundo o presidente do Conselho do Prêmio, Fabrício Forest, o objetivo é fazer da iniciativa uma plataforma de conteúdo para as empresas exportadoras gaúchas, e não mais apenas uma premiação. Ao longo do ano, outros eventos, como a Arena da Exportação, na qual empresas contam suas experiências no comércio exterior, também acontecerão. A premiação será concedida em jantar em 6 de junho.
 
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