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Economia

- Publicada em 24 de Abril de 2019 às 18:03

Hospital testa inovações para reduzir riscos e falhas no cuidado com pacientes

Reis mostra solução da Logicalis que monitora instrumental cirúrgico a partir de chip RFID

Reis mostra solução da Logicalis que monitora instrumental cirúrgico a partir de chip RFID


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Hospitais vão demandar cada vez mais tecnologias com foco em melhorar o fluxo de materiais e reduzir riscos e problemas corriqueiros que geram custos e falhas nos cuidados de pacientes. O segmento é visto no Brasil como carente de práticas e com potencial de crescimento a ser turbinado. Um exemplo: regras de controle de infecção determinam que o profissional faça oito vezes a higienização das mãos antes de ingressar no ambiente de uma cirurgia. Quem controla isso?   
Hospitais vão demandar cada vez mais tecnologias com foco em melhorar o fluxo de materiais e reduzir riscos e problemas corriqueiros que geram custos e falhas nos cuidados de pacientes. O segmento é visto no Brasil como carente de práticas e com potencial de crescimento a ser turbinado. Um exemplo: regras de controle de infecção determinam que o profissional faça oito vezes a higienização das mãos antes de ingressar no ambiente de uma cirurgia. Quem controla isso?   
O desafio é fazer a gestão de tudo que acontece dentro de cada estabelecimento, como a simples higiene das mãos, a partir de dados da conectividade com dispositivos, a chamada internet das coisas (IOT), que ganhou um termo customizado na saúde, que é a IOTM - internet das coisas para a área médica.
As próprias instituições de saúde geram modelos que podem acelerar as práticas. O grupo D'Or, maior rede do setor privado hospitalar no País, criou no fim de 2018 um laboratório de inovação aberta, o Open D'Or, e já testa tecnologias de startups. O laboratório, ligado ao braço de Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (ID'Or), foi montado na unidade situada no bairro Botafogo, no Rio de Janeiro.
Duas soluções apresentadas no laboratório do Open D'Or são desenvolvidas pela Logicalis. A primeira é justamente para certificar se o médico, enfermeiro ou outro técnico fizeram as oito higienizações das mãos antes de ingressar na sala de procedimento. Para isso, um sensor com uso de QR Code rastreia o número de vezes que o funcionário acionou o higienizador, a parir do crachá que está na roupa da pessoa. 
"Esses dados vão alimentar um mapa da situação, indicando locais onde isso é mais crítico, horários, turnos e perfil de quem não cumpre a obrigação", explica o consultor da Logicalis Carlos Alberto dos Reis Júnior. Os dados vão orientar ações para garantir que a higiene seja feita dentro da regra. Outra solução envolve a cena da cirurgia. Com uso de rastreadores munidos de RFID, todas as movimentações de materiais são acompanhadas com alertas sobre o uso dos itens. "Um dos maiores problemas, causa de 90% das mortes em procedimentos, é esquecer algum material, como uma gaze, dentro do corpo do paciente", diz Reis.
Para conseguir flagrar eventos fora do normal ou registrar condutas como descarte de instrumental, cada item tem um dispositivo com rádio-frequência que é detectado pela mesa dotada de sensores. Na tela do computador, indicadores sinalizam se há alguma oscilação ou falta de materiais alertando para, por exemplo, algum material esquecido.
Um dos canais que têm sido usado para atrair desenvolvedores é o ambiente de universidades. A área de Ciência de Computação da PUC-Rio criou um braço de soluções para a área médica em seu Laboratório de Engenharia de Software (LES), que virou o Medles, com a vertente da Medicina, explica o pesquisador Antônio Benchimol.
Projetos de tecnologia e negócios no segmento têm surgido com mais força nos últimos quatro a cinco anos, diz Benchimol. "No Medles, unimos pessoas inovadoras e empreendedores", diz o pesquisador. Na interface com o Open D'Or, problemas que são mais dentro dos hospitais pode encontrar soluções na interação com o laboratório.
O modelo de busca de soluções criado pela rede, com seu Open D'Or, é visto pela Cisco, que fornece equipamentos e soluções para os hospitais, como um caminho adequado, pois melhora as condições de rastrear ativos - de medicamentos, instrumentais até o paciente, foco de perdas e ineficiências na operação. "Não se muda processos dento do hospital, eles são melhorados. Mudar processos gera mais barreiras", alerta Ricardo Santos, gerente de desenvolvimento de negócios para saúde e educação da Cisco América Latina.
A companhia colocou a vertente da saúde como um dos focos e lançou, em março deste ano, um programa para adoção de boas práticas nos hospitais. "Se ninguém fizer nada, as boas práticas mundiais vão levar muito mais tempo para chegar ao Brasil. A intenção é acelerar isso e evitar o atraso tecnológico", reforça Santos.
Dez hospitais foram selecionados para a primeira fase do programa que vai até marco de 2020. Não haverá custo aos participantes para o diagnóstico e indicação de soluções. O programa ocorre em parceria com a HISSM, organização mundial que certifica instituições em uso de tecnologias e gestão na área da saúde. A ideia é levar os resultados também a hospitais públicos, diz Santos.
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