A Avianca Brasil efetuou o repasse antecipado das taxas de embarque e confirmou os voos que partirão do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, nesta terça-feira (16). A informação foi divulgada pela Fraport Brasil, concessionária do complexo aeroviário na Capital. A situação tem ocorrido
desde a quinta-feira passada, quando a companhia aérea, que enfrenta recuperação judicial, tem confirmado diariamente a realização dos voos, à medida em que antecipa os valores aos aeroportos.
Na segunda-feira (8), a Fraport havia informado à imprensa que a Avianca Brasil só estaria
autorizada a operar voos domésticos em Porto Alegre caso fizesse o repasse das tarifas dos voos com antecedência a partir da quinta (11) passada. No comunicado, a concessionária também registrou que "a companhia aérea, que encontra-se em processo de recuperação judicial, vem enfrentando graves problemas financeiros, cancelamentos e atrasos por todo o Brasil". A Fraport diz que a Avianca acumula dívida de R$ 5,5 milhões. Por dia, a empresa deixa de pagar, em média, R$ 20 mil. Em recuperação judicial desde dezembro, a dívida total da Avianca chega a R$ 2,7 bilhões.
Recentemente,
a Azul firmou acordo para assumir as operações da companhia no Brasil. Outras duas empresas no País, a
Latam e a Gol, também têm interesse por ativos da Avianca.
Ag�ncia Brasil
Cerca de 300 voos da Avianca, programados para o período entre 15 e 20 de abril foram cancelados, segundo tabela disponibilizada pela empresa aérea na internet. Os cancelamentos, uma média de 50 voos por dia, são em decorrência do cancelamento da matrícula de dez aeronaves alugadas pela empresa aérea, determinado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no dia 12 de abril.
A medida da Anac dá cumprimento a uma decisão judicial que determinou a reintegração de posse das aeronaves à empresa de leasing, que é a dona das aeronaves.
Para acessar a lista atualizada de voos cancelados
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No último dia 5, a assembleia de credores aprovou o plano de recuperação judicial em uma reunião que durou mais de sete horas. O plano prevê a divisão da empresa por meio da criação de sete unidades produtivas isoladas (UPIs), que serão levadas a leilão.
Seis UPIs conterão partes dos direitos de pousos e decolagens ("slots") da Avianca nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont e uma vai englobar o programa de fidelidade da empresa.
O plano de recuperação da empresa aérea foi homologado no último dia 12 pelo juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. De acordo com a decisão, a empresa permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram as obrigações previstas no plano que se vencerem até dois anos depois da concessão da recuperação.
Seguindo o compromisso assumido com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de informar com uma antecedência mínima de 72 horas os voos que seriam cancelados, após a agência ter cancelado a matrícula de dez de suas aeronaves.
De acordo com a Infraero, uma parte "relevante" da dívida da companhia aérea com a administradora aeroportuária foi quitada hoje. Segundo a administradora de aeroportos, o acordo feito com a Avianca "prevê a continuidade da operação enquanto suas cláusulas forem cumpridas".