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Economia

- Publicada em 12 de Abril de 2019 às 03:00

''É um remédio amargo', diz Busnello sobre pedido de recuperação judicial

Empresário aponta que inadimplência do setor público e privado complicou a situação da empresa

Empresário aponta que inadimplência do setor público e privado complicou a situação da empresa


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
"É um misto de sentimento de frustração por ter de chegar a este ponto, mas o espírito da recuperação judicial é exatamente este: o importante é saber o momento de entrar." O desabafo é do presidente da construtora Toniolo, Busnello, Humberto César Busnello, diante da decisão da empresa de buscar o expediente para aplacar uma dívida de R$ 153,5 milhões. "É como um remédio que tem na prateleira: toma esse, é amargo, mas vai curar. Se não tomar agora, pode piorar e o remédio pode não fazer mais feito."
"É um misto de sentimento de frustração por ter de chegar a este ponto, mas o espírito da recuperação judicial é exatamente este: o importante é saber o momento de entrar." O desabafo é do presidente da construtora Toniolo, Busnello, Humberto César Busnello, diante da decisão da empresa de buscar o expediente para aplacar uma dívida de R$ 153,5 milhões. "É como um remédio que tem na prateleira: toma esse, é amargo, mas vai curar. Se não tomar agora, pode piorar e o remédio pode não fazer mais feito."
O pedido foi processado na quarta-feira pelo 2º juizado de Direito Empresarial, Recuperação de Empresas e Falências em Porto Alegre, com prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação, que depois terá de ser validado com credores para dar início ao processo. Busnello apontou como razões principais para o endividamento a inadimplência do setor público e "infelizmente também do privado", que atingiram o caixa e a capacidade de honrar débitos com bancos e fornecedores.
Empreiteiras com as quais a Toniolo tem contratos também entraram em recuperação judicial e interromperam o fluxo de pagamentos. Muitas foram alvo de investigações. Busnello observa que a construtora gaúcha não foi envolvida em nenhum processo. "Agimos como deveríamos agir eticamente."
Também a queda no ritmo da economia afetou o portfólio de obras. Segundo o presidente da construtora, fundada em 1945 por três sócios, um deles pai do atual dirigente, a situação se deteriorou após 2017. "O pico do nosso faturamento foi 2017, de R$ 760 milhões, passamos a R$ 600 milhões em 2018 e devemos ficar em R$ 350 milhões este ano", descreve Busnello. 
A empresa teve de ajustar o tamanho, de 3,5 mil trabalhadores passou a 900 em abril deste ano. Somente com a paralisação da obra na ERS-118, no lote em Sapucaia do Sul, devido ao não pagamento do Estado, foram demitidos cerca de 100 empregados que estavam ligados à execução. Busnello garante que os salários estão em dia e que a decisão agora é "só tocar as obras (públicas) que tiverem orçamento. Se não tem, não pode medir, aí não fatura e não recebe", resumiu sobre a ERS-118, com parcelas de três meses atrasadas, somando quase R$ 4 milhões.  
A empresa aguarda agora a entrada em cena do administrador judicial, já nomeado pela Justiça, que vai acompanhar os procedimentos que fazem parte da recuperação. Sobre a operação da empresa, Busnello diz que continua normal, mantendo contratos que estão com fluxo de pagamentos. A maior obra faz parte da transposição do rio São Francisco, no Nordeste, onde a construtora é parte do consórcio. A empresa executa também obras no Parque Pontal, no Pontal do Estaleiro, na orla do Guaíba.
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