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Conjuntura

- Publicada em 11 de Abril de 2019 às 03:00

País deve acelerar ajustes para ganhar credibilidade

Gaspar vê espaço para a recuperação da política fiscal no Brasil

Gaspar vê espaço para a recuperação da política fiscal no Brasil


/BRENDAN SMIALOWSKI / AFP/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou ontem que o Brasil deveria acelerar o ritmo das medidas de ajuste fiscal e estabilizar o crescimento da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do País.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou ontem que o Brasil deveria acelerar o ritmo das medidas de ajuste fiscal e estabilizar o crescimento da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Ao comentar resultados do relatório Monitor Fiscal, o diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Vitor Gaspar, afirmou que a projeção da dívida pública no Brasil se baseia no limite constitucional de gastos públicos e que, segundo essas projeções, o número poderia alcançar quase 98% do PIB em 2024, o que compromete a credibilidade da economia do País.
"Na nossa visão, considerando as vulnerabilidades da posição fiscal do Brasil, saudaríamos um ritmo mais rápido de ajuste e saudaríamos se a dívida sobre o PIB estabilizasse mais cedo", declarou.
Segundo Gaspar, a recompensa desses esforços seria justamente o ganho de credibilidade em sustentabilidade fiscal da economia brasileira - comprometida pelo ciclo de crises por qual passa o País desde 2015.
"Ao mesmo tempo, nós vemos espaço para melhorar a política fiscal no Brasil, incluindo aumento na eficiência do gasto público e melhorias no lado tributário." De acordo com o relatório do FMI, a adoção do teto dos gastos públicos - ainda no governo Michel Temer - e a aprovação neste ano da reforma da Previdência - considerada prioridade da gestão de Jair Bolsonaro - vão ajudar o Brasil a antecipar em um ano o retorno ao seu superávit primário, de 2023 para 2022.
O documento do FMI discute também medidas que podem ser tomadas em nível mundial para tratar da corrupção. O vice-diretor do departamento de assuntos fiscais do FMI, Paolo Mauro, afirmou que a corrupção tem implicação direta na macroeconomia dos países, que desperdiçam dinheiro público que poderia ser aplicado em investimentos.
"A gente pode perceber o custo da corrupção para o crescimento econômico de países da América Latina. Se você comparar os países que têm menos corrupção, eles não desperdiçam tanto em investimento público e claro que isso tem implicação na macroeconomia", disse Mauro.
O critério de dívida pública adotado pelo FMI é diferente daquele considerado pelo Brasil - a entidade considera os títulos públicos na carteira do Banco Central como parte da dívida pública, enquanto o Brasil não leva isso em consideração.

Fundo prevê 44,3% de desemprego na Venezuela neste ano

A taxa de desemprego na Venezuela aproxima-se de níveis inéditos no mundo desde a Guerra da Bósnia, indicou o Fundo Monetário Internacional (FMI). A falta de trabalho deve chegar a 44,3% da população economicamente ativa este ano e perto de 50% em 2020 - a mesma taxa registrada na Bósnia em 1996, após três anos e meio de guerra.
O FMI divulgou dados macroeconômicos da Venezuela, que o governo do presidente Nicolás Maduro vinha retendo havia anos. Os números foram enviados ao fundo após meses de pressão e ameaças de suspensão da entidade.
De acordo com o FMI, a depressão econômica venezuelana já é uma das maiores para um país em tempos de paz. Só o encolhimento do PIB é o maior do mundo desde o da Líbia, em 2014. Naquela ocasião, o país magrebino recuperava-se do levante que levou à queda do líder Muamar Kadafi.
O FMI prevê que em 2019 a economia venezuelana perderá 1/4 de seu tamanho. Segundo os técnicos do fundo, a depressão é tão grande que afetará não apenas a projeção de crescimento para a América Latina este ano, mas também a de países emergentes como um todo.
O cotidiano da economia real na Venezuela tem sido afetado pelos frequentes apagões e racionamento de energia. Nesta terça-feira, a maioria das lojas nos bairros comerciais de Sabana Grande e Las Mercedes, em Caracas, estava fechada ou vazia. O salário-mínimo de 18 mil bolívares (US$ 5,50) é insuficiente para comprar um lanche em uma rede de fast-food. A taxa de desemprego medida pela consultoria privada Econométrica em março é de 42%.
O governo venezuelano removeu oito toneladas de ouro na semana passada dos cofres do Banco Central e deve vendê-las no exterior para conseguir dinheiro em meio às sanções dos EUA, disseram um deputado e uma fonte do governo.
Com as sanções do governo americano afetando as receitas de exportação da estatal petrolífera Pdvsa, o governo cada vez mais isolado do presidente Nicolás Maduro está recorrendo às reservas de ouro, que se tornaram a única fonte de moeda estrangeira.
A fonte do governo disse que foram retiradas 30 toneladas de ouro do Banco Central desde o começo do ano. Antes de o presidente americano, Donald Trump, endurecer as sanções, os cofres tinham cerca de 100 toneladas, que valiam mais de US$ 4 bilhões.