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Economia

- Publicada em 11 de Abril de 2019 às 03:00

Preço do minério pode chegar ao maior nível desde 2014

Rompimento da barragem da Vale favorece a alta da commodity

Rompimento da barragem da Vale favorece a alta da commodity


DOUGLAS MAGNO/AFP/JC
Depois de atingir níveis já considerados elevados no ano passado e ajudar a sustentar os lucros de empresas como Vale e CSN, o preço do minério de ferro pode bater nos US$ 100 por tonelada neste ano, maior patamar desde meados de 2014, apontam analistas. A perspectiva é sustentada por uma "tempestade perfeita", que englobou tanto os desafios da Vale após o rompimento de sua barragem em Brumadinho (MG) quanto os efeitos climáticos em áreas importantes para outras gigantes como BHP e Rio Tinto.
Depois de atingir níveis já considerados elevados no ano passado e ajudar a sustentar os lucros de empresas como Vale e CSN, o preço do minério de ferro pode bater nos US$ 100 por tonelada neste ano, maior patamar desde meados de 2014, apontam analistas. A perspectiva é sustentada por uma "tempestade perfeita", que englobou tanto os desafios da Vale após o rompimento de sua barragem em Brumadinho (MG) quanto os efeitos climáticos em áreas importantes para outras gigantes como BHP e Rio Tinto.
Em 24 de janeiro, um dia antes do rompimento da barragem da Vale, a cotação do minério no porto de Qingdao, na China, estava nos US$ 74,71/t. Um mês depois, no dia 25 de fevereiro, a commodity já havia atingido os US$ 86,65. No fechamento da terça-feira, bateu nos US$ 94,85, alta de 27% na comparação com o período antes do rompimento.
Os analistas Thiago Lofiego, Arthur Suelotto e Isabella Vasconcelos, do Bradesco BBI, avaliam que a curva do preço do minério deve aumentar sobretudo por causa dos maiores custos operacionais e investimentos para que a indústria possa crescer daqui em diante. "Agora, prevemos um déficit de oferta de 45 milhões de toneladas no mercado em 2019, o que deve ser suficiente para manter os preços dentro da faixa de US$ 80/t a US$ 100/t", escrevem em relatório.
A expectativa em torno de um acordo comercial entre Estados Unidos e China também influencia a cotação do minério, lembra, ainda, o analista Regis Régis Chinchila, da Terra Investimentos.
Sabrina Cassiano, analista da Coinvalores, acrescenta que a demanda da China continua sólida, com as obras de infraestrutura e o setor de construção civil garantindo o bom desempenho a despeito da desaceleração da atividade. Ela destacou, entretanto, que mesmo com a demanda chinesa, o patamar de US$ 100 deverá ser um teto.
A última vez que o minério chegou a níveis parecidos foi em 16 de maio de 2014, aos US$ 100,7/t no porto de Qingdao. Nessa época, o PIB da China crescia mais de 7% ao ano, enquanto os EUA também estavam crescendo mais de 2%. "O cenário econômico global era diferente. Foi uma época em que a China estava bombando. O patamar do minério deve continuar positivo, mas, se bater no US$ 100, ele não se sustenta", avalia Sabrina. Segundo a analista, a casa dos US$ 80/t já seria interessante, inclusive, para as próprias mineradoras.
 
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