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Economia

- Publicada em 10 de Abril de 2019 às 03:00

FMI reduz projeção de crescimento do Brasil

Incertezas e adiamento de reformas levaram à revisão, diz Gita Gopinath

Incertezas e adiamento de reformas levaram à revisão, diz Gita Gopinath


/CABALLERO-REYNOLDS/AFP/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a projeção de crescimento do Brasil para 2019 de 2,5% para 2,1%, apesar de elevar a estimativa para 2020 de 2,2% para 2,5%. Em relatório divulgado ontem com as previsões para a economia global, o FMI ressalta que a "principal prioridade" do País deve ser conter o aumento da dívida pública, assegurando ao mesmo tempo que os "gastos sociais necessários permaneçam intactos".
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a projeção de crescimento do Brasil para 2019 de 2,5% para 2,1%, apesar de elevar a estimativa para 2020 de 2,2% para 2,5%. Em relatório divulgado ontem com as previsões para a economia global, o FMI ressalta que a "principal prioridade" do País deve ser conter o aumento da dívida pública, assegurando ao mesmo tempo que os "gastos sociais necessários permaneçam intactos".
Segundo a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, pesaram, na revisão para baixo este ano, a incerteza política e o adiamento de reformas. Ela lembrou ainda o fato de a atividade no Brasil ter tido um desempenho mais fraco na segunda metade de 2018, o que deixou uma herança estatística mais fraca para este ano.
Gita ressaltou a importância da aprovação da reforma da Previdência para o Brasil melhorar as perspectivas de suas contas públicas. Oya Celasun, chefe da divisão de estudos mundiais do Departamento de Pesquisa do FMI, disse esperar que a reforma seja aprovada ainda este ano - daí a perspectiva de um crescimento um pouco melhor em 2020.
No relatório, o FMI ressalta ainda que são necessários mais ajustes, "em especial cortes na folha de pagamento do setor público", a fim de impedir o aumento das despesas, ao mesmo tempo em que "se protegem programas sociais vitais para os vulneráveis". Mas não cita que programas seriam.
A análise faz parte do Panorama Econômico Mundial, divulgado nesta terça, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, que ocorre esta semana.
Mesmo com a redução da estimativa para 2019, a previsão do FMI ainda está ligeiramente acima do consenso do mercado, que aponta expansão de 1,97% este ano, segundo analistas consultados pelo Banco Central. Já para 2020, o mercado prevê 2,7%, contra 2,5% do Fundo.
O FMI afirmou também que o desastre em Brumadinho, Minas Gerais, terá impacto sobre a indústria de minério de ferro. O relatório aponta os preços dos metais básicos vêm se recuperando este ano, devido à expectativa de estímulo fiscal na China, somada a "um forte aumento nas cotações do minério de ferro devido ao desastre na barragem de Brumadinho". O Fundo projeta alta de 2,4% em seu índice de metais básicos este ano.
O crescimento global este ano também será menor do que o previsto anteriormente. O FMI reduziu sua projeção de 3,5% para 3,3%. É a terceira revisão em seis meses. Para 2020, a previsão foi mantida em 3,6%.
"O nosso novo Panorama Econômico Mundial projeta uma desaceleração do crescimento em 2019 para 70% da economia global", afirmou Gita em post no blog do FMI. Para a América Latina, houve uma redução expressiva do crescimento esperado em 2019, de 2% para 1,4%.
Já para a Venezuela, o FMI projeta que o PIB sofrerá um tombo de 25% neste ano - em outubro, a previsão era de queda de 5% - e outros 10% em 2020, o que afeta negativamente as projeções para o PIB da região e dos emergentes. Desde 2013, a economia venezuelana encolheu 50%.
Além da forte retração econômica, o país também vive uma hiperinflação. De pouco abaixo de 1.000.000% em 2018, a expectativa do FMI é que a inflação atinja 10.000.000% neste ano e no próximo. Já a taxa de desemprego subiria de 35% para 44,3% este ano, atingindo 47,9% em 2020.
 
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