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Economia

- Publicada em 02 de Abril de 2019 às 21:41

Compradores mundiais de carne se reúnem em Bagé

Integrantes de embaixadas do Egito, Irã, China e Japão estão no grupo

Integrantes de embaixadas do Egito, Irã, China e Japão estão no grupo


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Thiago Copetti
Três dos principais mercados internacionais da pecuária brasileira (China, Egito e Irã) e um desejado comprador (o Japão) estiveram reunidos, ontem, na Estância Santa Maria, em Bagé. Incluída no roteiro do projeto AgroBrazil, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a fazenda do presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, é um dos grandes exemplos de produção voltada tanto ao mercado interno como externo.
Três dos principais mercados internacionais da pecuária brasileira (China, Egito e Irã) e um desejado comprador (o Japão) estiveram reunidos, ontem, na Estância Santa Maria, em Bagé. Incluída no roteiro do projeto AgroBrazil, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a fazenda do presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, é um dos grandes exemplos de produção voltada tanto ao mercado interno como externo.
"Na cidade temos o abate halal feito pela Marfrig para importantes mercados, como Irã e Egito, que hoje estão aqui e estão entre os maiores compradores de carne brasileira", explicou Gedeão, antes de mostrar uma caixa de carne com abate pelas regras islâmicas e levadas à fazenda para o churrasco servido ao grupo de estrangeiros.
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Enquanto Egito e Irã "disputam" posições como maiores compradores da carne bovina brasileira, a China é líder absoluta. E, de acordo com o representante asiático da embaixada da China no Brasil, Changqing Bai, ainda poderá ampliar as compras de proteína animal em geral devido ao avanço da peste suína africana na Ásia. "Como estamos abatendo muitos animais, vamos precisar comprar mais carnes em geral, especialmente do Brasil", resume o chinês.
Enquanto a ampliação de negócios com a China é uma perspectiva real, o Brasil, porém, ainda batalha para conseguir entrar em outro mercado asiático: o Japão. No momento, são questões sanitárias que impedem a venda para os consumidores japoneses. Um dos problemas é o Brasil ser livre de aftosa com vacinação, explica Lígia Dutra, superintendente de Relações Internacionais da CNA. "Ainda que se diga que ao abrir o mercado americano se abriria o mercado japonês, isso não ocorreu porque os Estados Unidos permaneceram abertos à carne brasileira por pouco tempo, no ano passado, sendo fechando logo depois", pondera Lígia.
Hiraku Hota, segundo-secretário da embaixada do Japão, afirma que o mercado japonês não depende necessariamente da abertura norte-americana. Hota avalia que há questões sanitárias que ainda limitam a venda de carne do Brasil para o Japão e que estão no curso negociações entre os dois governos sobre o assunto. "Abertura do mercado é processo longo e depende de questões de governo e sanitárias que está sendo tratado entre os dois países", explica o diplomata japonês.
Ligia ressalta que em maio essa aproximação do Brasil com o mercado japonês poderá avançar com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no Japão. No próximo mês haverá um encontro do G-20 realizado lá com foco no agronegócio.
Sobre um futuro empecilho nas vendas aos islâmicos, como retaliação pela aproximação do novo governo federal com Israel, a executiva da CNA avalia que a abertura de apenas um escritório comercial em Jerusalém não deve ser motivo para isso. "Quanto mais escritórios comerciais tivermos, melhor. E vale lembrar que há um escritório comercial também em Dubai, da Apex", diz a superintendente da CNA.
A questão, porém, pode retrair os negócios, diz Mohsen Shahbazi, segundo-secretário da embaixada do Irã no Brasil. Mas Shahbazi, também destaque que o Irã tem potencial para dobrar as compras de carne bovina brasileira. Um dos pontos que dificulta essa expansão, porém, não depende de nenhuma ação de pecuaristas.
"Temos problemas bancários para efetuar pagamentos. Isso porque há sanções norte-americanas e muitos bancos que estão no Brasil temem fazer transações para empresas do Irã. Se conseguirmos facilitar esse processo, ampliamos as compras aqui", diz Shahbazi.
Um dos mercados que pode ganhar espaço nas gôndolas iranianas, por exemplo, é o do arroz. Provocado por Gedeão a pensar na possibilidade de adquirir no Rio Grande do Sul o grão hoje comprado do Uruguai, por exemplo, o iraniano disse que é uma ação possível. "Não conhecia esse potencial do arroz do Rio Grande do Sul. Não sabia que tem a mesma origem do que comprarmos no Uruguai e Argentina. Vamos analisar esse caso, sim", antecipa Shahbazi.
No caso do Egito, além da compra de carne bovina, cresce a importação também de gado em pé. Com uma população que passa de 100 milhões e demanda cada vez mais alimentos, Omar Elrifai, cônsul egípcio, afirma que o país deve comprar cada vez mais carnes brasileiras. "Apesar de termos uma boa produção local, não é mais suficiente para atender toda a demanda. Por isso compramos do Brasil e já chegamos a ser o segundo maior comprador, mesmo adquirindo também de outros países", ressalta El Rifai.
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