Após dois anos de preços comportados, a inflação da Páscoa voltou a assustar, nas contas da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os preços dos produtos mais consumidos na data subiram 17,15% entre abril de 2018 e março de 2019, usando os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela FGV. Em 2017 e 2018, o mesmo indicador havia subido 0,36% e 2,61%, respectivamente.
O principal vilão da inflação da Páscoa de 2019 é a batata-inglesa. No período de um ano até março, o tubérculo ficou 78,83% mais caro, na média nacional. Também foram destaque de alta a couve (21,17%), o bacalhau (19,35%) e o atum (10,36%).
"A alimentação tem subido mais neste início de ano, muito pelo fato de que este tem sido um período chuvoso. A questão climática tem significado um desafio para as lavouras, o que acaba impactando na oferta e, consequentemente, no preço dos alimentos", diz o pesquisador Igor Lino, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).
A alta do dólar, há um ano, cotado na casa de R$ 3,30, contra os R$ 3,90 atuais, encarece os importados. "O que ajuda também a influenciar a alta no índice é a base de comparação mais baixa, pois tivemos dois anos em que a cesta de produto de Páscoa subiu abaixo da inflação. No caso do bacalhau, soma-se a isso a alta do dólar no período, já que o pescado é importado", diz a nota da FGV.
Bombons e chocolates subiram 3,64%, mas a FGV não monitora os preços dos ovos de Páscoa.