Mesmo com alta da produção industrial gaúcha, expectativa do empresário cai em fevereiro

O índice de produção da indústria gaúcha passou de 51,6 pontos, em janeiro, para 53, em fevereiro. O dado faz parte da Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira (28), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Mesmo com a alta, o presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry, destaca que o otimismo para os próximos meses diminuiu.

"Mesmo que parte dos resultados da Sondagem aponte para uma melhora, o mesmo levantamento revela também que a expectativa dos empresários para os próximos seis meses caiu, embora permaneça positiva", afirma Petry.

Apesar de continuarem positivas, as expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses se revelam em patamares inferiores, em março, na comparação com fevereiro: o índice de demanda caiu de 63,1 para 60,6 pontos. O menor otimismo com a demanda provocou impacto nas expectativas de emprego (de 55,4 para 52,7 pontos) e das compras de insumos e matérias-primas (de 60,7 para 57,7 pontos). No mesmo sentido, o índice para as exportações recuou 2,8 pontos, para 54,1.

Em contrapartida, o índice de intenção de investir nos próximos seis meses cresceu de 52,1 para 54,1 pontos de fevereiro para março. O indicador também varia de zero a cem pontos. Quando a intenção prevalece entre as empresas, seu valor é superior a 50. Em março, a proporção de indústrias gaúchas que declararam tal disposição foi de 55,2%, ante 44,8% que informaram o contrário. Em fevereiro, 53,8% haviam revelado essa ideia.

O indicador do emprego na indústria gaúcha teve alta entre janeiro e fevereiro, passando de 51,9 para 51,8 pontos. Conforme a Fiergs, o desempenho da produção e do emprego - superiores ao padrão histórico do mês - pode ser explicado, possivelmente, pelo efeito do Carnaval ter caído só em março.

A indústria gaúcha ainda registrou menos ociosidade, com o índice de UCI registrando 46 pontos em fevereiro, 2,1 acima de janeiro. Apesar de seguir abaixo dos 50 pontos, a UCI continuou se aproximou do nível usual entre janeiro e fevereiro. Resultados acima de 50 pontos indicam crescimento em relação ao mês anterior.

Nos estoques, o índice de evolução em fevereiro ficou em 51,5 pontos, revelando, acima de 50, crescimento ante janeiro, quando foi de 48,5. Já o índice em relação ao planejado pelas empresas alcançou 51,3 pontos (foi de 49,5 no mês anterior). Nesse caso, valores maiores que 50 pontos indicam estoques indesejados, fato que não ocorria desde setembro de 2018.

A pesquisa foi realizada entre 1º e 19 de março, com 205 empresas, sendo 47 pequenas, 76 médias e 82 grandes.