Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

reforma da previdência

- Publicada em 25 de Março de 2019 às 01:00

Em reunião, Bolsonaro pede foco na reforma e pacificação no Congresso Nacional

Em reunião com ministros na manhã de ontem, o presidente da República, Jair Bolsonaro, recomendou foco total esta semana para tentar viabilizar a proposta da reforma da Previdência, que enfrenta resistência no Congresso e é vista como o principal projeto do governo nos primeiros meses da administração.
Em reunião com ministros na manhã de ontem, o presidente da República, Jair Bolsonaro, recomendou foco total esta semana para tentar viabilizar a proposta da reforma da Previdência, que enfrenta resistência no Congresso e é vista como o principal projeto do governo nos primeiros meses da administração.
Após divergências públicas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro também recomendou que os ministros busquem "pacificação" com a Casa, segundo auxiliares.
Não se falou, no entanto, sobre um possível encontro entre Bolsonaro e o deputado, hipótese que chegou a ser ventilada na semana passada.
Durante a tarde, em breve discurso durante a cerimônia de assinatura de novos contratos de transmissão de energia no setor elétrico, o presidente voltou a defender a aprovação da reforma da Previdência. Ao citar as cifras dos contratos de concessão, que devem gerar investimentos de R$ 13,2 bilhões e 28 mil empregos, Bolsonaro ressaltou que seu governo trabalha a favor da atração de investimentos privados.
"É nesse cenário que também entra nossa proposta de uma nova Previdência, mais justa, mais igualitária, e que possibilitará o equilíbrio das contas públicas do governo federal, estaduais e municipais. É o Brasil voltando a crescer", afirmou o presidente.
 

Paulo Guedes minimiza crise e confia na aprovação

Após a repercussão dos atritos entre o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em torno da articulação pela reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, buscou minimizar a crise e disse que o que está acontecendo é "perfeitamente natural". Ele avaliou ainda, em tom otimista, que, mesmo que haja agora uma "queda de braço", a reforma será aprovada.
"O Brasil está enriquecendo politicamente e estamos vendendo história ao contrário. Falam em crise, não vejo assim; o que está acontecendo é perfeitamente normal", disse Guedes ontem em evento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
Pouco antes, ele ouviu um apelo do presidente da FNP, Jonas Donizette, por uma postura mais atuante do governo e do presidente Jair Bolsonaro nessa articulação para evitar um "vácuo".
O ministro, porém, demonstrou otimismo. "A dinâmica é virtuosa", disse. "Por mais que tenha jogo de forças, queda de braço, na hora do voto, teremos a reforma aprovada", afirmou.
Ele lembrou que a aprovação da proposta interessa a todos os governos: União, Estados e municípios. "Nós somos responsáveis pelo nosso próprio destino e vamos tomar decisão certa", comentou. "Acredito que reforma será aprovada por nossos representantes", disse.
Guedes também minimizou qualquer atrito com Maia. O ministro lembrou que, quando eleito para a presidência da Câmara há dois anos, Maia já defendia a reforma da Previdência. "Por que Maia seria contra a reforma agora?", questionou.
O ministro também voltou a colocar a necessidade de garantir uma reforma com economia de R$ 1 trilhão em uma década. Abaixo disso, segundo ele, o Congresso "começa a entrar" em recursos das futuras gerações e não seria possível lançar o novo regime de capitalização.
O presidente da FNP afirmou que a maioria expressiva dos gestores municipais apoia a aprovação da reforma da Previdência. Segundo ele, a entidade estima que os municípios que têm regimes próprios de previdência (cerca de metade) economizarão R$ 32 bilhões em quatro anos.
Em 10 anos, a economia chega a R$ 150 bilhões. Já em duas décadas, o impacto alcança R$ 300 bilhões.

Nem o PSL está convencido sobre a proposta, afirma líder do partido

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), voltou a fazer críticas sobre a falta de articulação do governo, e colocou em dúvida a aprovação da reforma da Previdência pelo parlamento neste momento. Para ele, o projeto de lei que altera regras para a previdência dos militares causou muito descontentamento entre os parlamentares, inclusive do próprio PSL, ao agregar no texto a reestruturação da carreira. Para ele, talvez o governo tenha menos do que os 55 votos (total de deputados do PSL).
"Nem o PSL está convencido da reforma. Isso eu já falei. Quando chegou a reforma da previdência, eu fui o primeiro a questionar que veio um abacaxi aqui e até agora a faca não chegou aqui não. Não vamos abrir esse abacaxi no dente. Amanhã (terça), Paulo Guedes vai estar aqui e vamos ver se ele traz a faca ou o facão", disse.
Ele afirmou que o governo precisa ainda construir sua base e os líderes partidários continuam descontentes. "Existem pessoas específicas que precisam estar no seu papel, recebem por isso e parece que estão errando. Os resultados não estão chegando", disse, sem citar nomes. "Eu espero que Rodrigo Maia e Bolsonaro soltem a fumacinha da paz e realmente passem a dialogar para que o Brasil avance com as reformas necessárias", disse. Waldir disse que Maia é "apaixonado pela reforma" e que deve trabalhar por sua aprovação.
O líder do PSL espera que Bolsonaro assuma uma defesa mais contundente da reforma. "O governo não quer assumir a paternidade da reforma", disse. Para ele, Bolsonaro precisa ser mais incisivo na defesa. "Esse filho não pode ficar sem pai, ele está passando fome neste momento e corre o risco de morrer", afirmou.