Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Relações Internacionais

- Publicada em 21 de Março de 2019 às 01:00

Diretor-geral da OMC defende Brasil na OCDE

Azevêdo diz que ingresso garantirá um selo de qualidade ao País

Azevêdo diz que ingresso garantirá um selo de qualidade ao País


/FABRICE COFFRINI /AFP/JC
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou ser favorável à entrada no Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já que o País passaria a fazer parte das discussões da agenda mundial. Para ele, trata-se de um passo importante, já que, além de garantir um selo de qualidade ao Brasil, muitas das negociações que vão parar na OMC ou em discussões bilaterais têm origem na OCDE.
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou ser favorável à entrada no Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já que o País passaria a fazer parte das discussões da agenda mundial. Para ele, trata-se de um passo importante, já que, além de garantir um selo de qualidade ao Brasil, muitas das negociações que vão parar na OMC ou em discussões bilaterais têm origem na OCDE.
"Os membros da OCDE têm a possibilidade de dar os contornos da agenda mundial. Os países que integram este grupo não ganham apenas um selo de qualidade, mas passam a fazer parte das discussões sobre como enfrentar os desafios da economia moderna. O Brasil dentro da OCDE passa a fazer parte da gestão embrionária de vários acordos comerciais e de várias iniciativas internacionais. É uma coisa muito importante", disse.
Em visita aos EUA, o presidente Jair Bolsonaro ouviu pedido de seu colega americano, Donald Trump, para que abrisse mão do status de país em desenvolvimento que tem na OMC em troca do apoio dos EUA para a entrada do Brasil na OCDE . Mas, para Azevêdo, não ficou claro se o Brasil abrirá mão de seu status de país em desenvolvimento na OMC, onde recebe tratamento diferenciado.
"Entendi pelo comunicado divulgado pelo governo que o Brasil não está abrindo mão de seu status de país em desenvolvimento na OMC totalmente, mas de apenas alguns espaços. Essa é uma pergunta que tem que ser feita ao governo brasileiro", afirmou Azevêdo.
O diretor-geral da OMC afirmou que o Brasil deve buscar outras oportunidades de comércio "de forma pragmática", em acordos com outros países. Mas ele avaliou que, sem a mediação da OMC, haveria uma "lei da selva" no comércio mundial e todos perderiam, "mesmo os que pensam estar no topo da cadeia alimentar". O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marco Troyjo, afirmou que o Brasil está começando um processo para abrir mão de seu status de país emergente na OMC. Segundo ele, o documento divulgado depois do encontro entre os presidentes Bolsonaro e Trump, em Washington, fala em "começar a abrir mão". "É uma discussão que está em processo nesse momento. A linguagem adotada pelo documento de Washington é começar a abrir mão. É um processo, que está relacionado ao tempo, e não começa a valer agora", explicou.
Na avaliação de Troyjo, o status de país em desenvolvimento é um resquício da velha política desenvolvimentista, usada quando da substituição das importações. Ela faz pouca referência ao futuro do comércio internacional. Portanto, diz o secretário, o Brasil tem muito mais a ganhar entrando na OCDE do que continuar se valendo de um regime que não faz mais sentido na economia do século XXI. "A entrada na OCDE funciona como um catalisador das reformas internas, credencia o Brasil à recepção de investimentos estrangeiros e também como protagonista dessa nova fase de acordos comerciais, onde os padrões, e não apenas tarifas e cotas, serão importantes" - disse o secretário.
Fazem parte da OCDE 36 países que aceitam os princípios da economia de mercado e formulam políticas para solucionar problemas internacionais. O Brasil é membro observador da OCDE desde 2007. Fez pedido para ser membro pleno do grupo no governo de Michel Temer, em maio de 2017. Até agora, no entanto, não houve acordo sobre a entrada do Brasil. A maior resistência era dos Estados Unidos. O combate à corrupção e à evasão fiscal também fazem parte da agenda da OCDE, e o Brasil precisa mostrar que tem iniciativas nessa direção.
O diretor-geral da OMC e o secretário Marcos Troyjo participaram em São Paulo do lançamento do projeto Brasil Quer Mais, da Internacional Chamber of Commerce (ICC), uma iniciativa do setor privado para aumentar a inserção do Brasil no mundo, especialmente no comércio internacional, onde o País vem perdendo espaço.

Bolsonaro participa no Chile de Cúpula Presidencial Sul-Americana

Destaque do encontro será a criação do Prosul no lugar da Unasul

Destaque do encontro será a criação do Prosul no lugar da Unasul


/MARTIN BERNETTI/AFP/JC
Após uma visita oficial de três dias aos Estados Unidos, a primeira de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro embarcou para o Chile, onde participa, nesta sexta-feira, da Cúpula Presidencial de Integração Sul-Americana. Além do líder brasileiro, participam do encontro os presidentes da Argentina, do Peru, da Colômbia, do Paraguai, Equador e Chile, segundo informou o Palácio do Planalto.
O destaque do encontro será o lançamento do Prosul, nova comunidade de países latino-americanos que deverá substituir a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O Prosul será formado por 12 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Costa Rica, Nicarágua, Panamá e República Dominicana.
Em entrevista, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que os países que atualmente integram a Unasul, incluindo o Brasil, deverão deixar o bloco de forma conjunta nas próximas semanas. De acordo com o porta-voz da presidência da República, Otávio Rêgo Barros, a nova comunidade de países é um marco para a cooperação e integração regional e terá como princípios a defesa da democracia e dos direitos humanos. "O propósito é criar um novo marco, o Prosul, para melhor coordenação, cooperação e integração regional, livre de ideologias, aberto a todos e 100 por cento comprometido com a democracia e os direitos humanos, conforme indicou o presidente chileno Sebastian Piñera", afirmou. Nesta sexta-feira, o presidente participa da cúpula presidencial, no Palácio La Moneda, sede do governo chileno.
O encontro, que começa de manhã, prevê uma declaração conjunta à imprensa no início da tarde, seguida de almoço oferecido aos chefes de Estado pelo presidente anfitrião.