Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Aviação

- Publicada em 11 de Março de 2019 às 01:00

Azul assina acordo para comprar a Avianca Brasil

Quarta maior aérea em voos domésticos está em recuperação judicial

Quarta maior aérea em voos domésticos está em recuperação judicial


/VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
A Azul, terceira maior companhia aérea do País, assinou acordo para a compra da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial, por US$ 105 milhões (R$ 406 milhões). O negócio envolve certificado de operador aéreo, 30 aviões e 70 slots (autorizações de pousos e decolagens), e será feito por meio de uma UPI (Unidade Produtiva Isolada) a ser formada para reunir esses ativos.
A Azul, terceira maior companhia aérea do País, assinou acordo para a compra da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial, por US$ 105 milhões (R$ 406 milhões). O negócio envolve certificado de operador aéreo, 30 aviões e 70 slots (autorizações de pousos e decolagens), e será feito por meio de uma UPI (Unidade Produtiva Isolada) a ser formada para reunir esses ativos.
"Destacamos que o acordo é não vinculante e que o processo de aquisição da UPI está sujeito a uma série de condições, como a conclusão de um processo de diligência, a aprovação de órgãos reguladores e credores, assim como a conclusão do processo de recuperação judicial. A expectativa é que esse processo dure até três meses", afirmou a Azul.
O acordo envolve 75% dos aviões da Avianca Brasil. A empresa devolveu sete dos 47 aviões que tinha após entrar em recuperação judicial. Três dos aviões devolvidos já estavam com a Azul.
As aeronaves passaram a ser devolvidas em dezembro, quando a companhia se desentendeu com empresas arrendadoras de aviões e pediu recuperação judicial para estancar as dívidas e as tentativas que essas arrendadoras vinham fazendo para retomar parte da frota.
A Azul já tinha um interesse antigo de elevar a participação dos A320neo - modelo que a Avianca opera - em sua frota, mas em fevereiro divulgou comunicado afirmando que decidiu acelerar os planos de renovação do portfólio.
Segundo a agência de notícias Reuters, o negócio envolve todos os slots da Avianca Brasil nos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), e cerca de metade deles em Guarulhos (SP).
O acordo não vinculante vai elevar os slots da Azul no aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do País, de 13 para 34, se aprovado por autoridades regulatórias e de defesa da concorrência. Atualmente, Gol e Latam possuem cerca de 130 slots cada uma em Congonhas.
As ações da Azul negociadas na Bolsa de Valores fecharam o pregão de ontem em alta de 6,45%.

Companhia já se beneficiava de crise da concorrente

A crise que levou à recuperação judicial da Avianca Brasil, quarta maior companhia aérea do mercado de voos domésticos, já vinha beneficiando a frota da terceira empresa do ranking, a Azul, que começou a absorver aviões da concorrente desde o início do ano.
Cinco dos aviões devolvidos pela Avianca até agora são do modelo Airbus A320neo. Três deles já estão pintados com a logomarca da Azul, que, até o final de 2018, possuía 20 modelos do tipo.
A meta da Azul era alcançar 27 aviões A320neo até o fim de 2019, mas foi elevada para 32. Além de serem maiores do que os aviões Embraer usados pela Azul, os A320neo proporcionam economia de combustível.
Os sete aviões já devolvidos pertencem a quatro empresas: Boc Aviation, GE Capital Aviation, Aircastle e Infinity. Essas empresas e outros três grupos de arrendadores pediam cerca de 35 aeronaves, de uma frota que tinha 47 aviões até o ano passado. O interesse da Azul pelas aeronaves pode ter levado as arrendadoras a endurecer a negociação com a Avianca Brasil, segundo avaliam executivos que atuam pela recuperação da companhia.
A Azul afirma que todas as aeronaves adicionadas a seu plano de renovação de frota foram negociadas diretamente com as arrendadoras. "Eram aviões que estavam disponíveis no mercado, e essa é uma ação em linha com nossa estratégia de frota", disse.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), até agora, nenhuma das aeronaves devolvidas da Avianca foi registrada na agência por outra empresa.