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A partir da segunda quinzena de março, uma cartilha com orientações para passageiros, turistas e comunidade aeroportuária será distribuída em todos os pontos de entrada no Rio Grande do Sul. Além dos centros de atendimento ao turista nas fronteiras do Estado e no Aeroporto Internacional Salgado Filho, o material também será disponibilizado em consulados, na Estação Rodoviária e em diversos hotéis de Porto Alegre.
Contendo uma lista de telefones úteis, dados sobre o escopo de trabalho da Delegacia de Polícia para o Turista (DPTur) da Capital, e dicas de prevenção (a exemplo de cuidados básicos com pertences pessoais e outras adequadas a situações comuns em aeroportos), o material está sendo produzido pelo Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) em parceria com a DPTur. De acordo com o presidente da entidade, Henry Chmelnitsky, a união de esforços visa ampliar o fluxo de informação educativa para quem chega na Capital. "A rede hoteleira depende muito do turismo e quanto mais o visitante estiver amparado melhor", avalia.
A princípio, serão produzidos cerca de 50 mil folders com textos em português, inglês e espanhol. De acordo com a titular da delegacia, Laura Rodrigues Lopes, os casos mais comuns de crimes contra turistas na Capital são furto, roubo, estelionato, lesão corporal, extravio de bagagem ou sumiço de pertences embarcados. "Além do crime de furto contra o patrimônio, que é o mais recorrente, também existem alguns estelionatos envolvendo turistas, que acabam sendo enganados por compras que induzem ao erro, tanto pela internet quanto no próprio aeroporto", comenta a delegada.
"Em dezembro, prendemos em flagrante um homem que oferecia serviço de frete e transporte de passageiros, mas ao invés disso ele inventava uma história e levava dinheiro e celular das vítimas", exemplifica Laura. Vinculada à Polícia Civil, a DPTur, atua em situações que envolvam turistas tanto na condição de vítima como de acusados. "Além de registro de ocorrências e inquéritos policiais, a delegacia também facilita o contato com consulados, quando envolve visitantes estrangeiros", explica a delegada.
Localizada no aeroporto Salgado Filho, a DPTur funciona durante 24 horas e possui equipe de policiais que falam fluentemente outros idiomas como inglês, francês, espanhol, alemão e italiano. "É fundamental ampliar a notificação do tipo de serviço que é prestado nesta delegacia, para que o turista receba uma informação clara e direta, entenda em quais casos pode buscar a DPTur e se sinta seguro", reforça Chmelnitsky. Na opinião do presidente do Sindha, a cidade "precisa receber bem" e faz parte deste receptivo "destacar o trabalho especializado, desempenhado por uma equipe multidisciplinar de policiais".
"Será um avanço necessário na valorização desse atendimento", avalia o dirigente do sindicato que representa a rede hoteleira de Porto Alegre. "Nossa maior intenção com essa ação é que as pessoas busquem a delegacia especializada (e não as distritais), quando houver qualquer crime contra o turista. Um material atrativo é o incentivo necessário para essa mudança de hábito", considera a titular da DPTur.
Dicas de segurança valem para qualquer lugar do mundo, destaca delegada
Transitar por ruas e praças nas cidades onde visitam é uma das experiências que mais encantam turistas em qualquer lugar do mundo. Mas, segundo especialistas, é bom manter a atenção e cuidado, por menor que seja o risco evidente. Inaugurada em 2011, a DPTur de Porto Alegre, além de atender casos de crimes contra turistas, costuma trabalhar também com a prevenção. "E se for preciso, encaminhamos o visitante para receber assistência do consulado, a exemplo de casos onde é preciso refazer passaporte ou outra documentação", comenta a delegada Laura Lopes.
A titular da DPTur afirma que as dicas de segurança que serão repassadas no folder que a delegacia está produzindo com o Sindha podem ser utilizadas em qualquer lugar do mundo. "Por exemplo: muitas vezes a pessoa se distrai e acha que está segura porque está em um aeroporto, então acaba se descuidando dos pertences. É preciso ficar atento, não ficar de costas e cuidar bolsas, carteiras e celular, para não facilitar o furto", explica.
Transportar quantidade mínima de dinheiro em espécie, desconfiar do que pode desviar atenção (como conversas com estranhos na rua), não levar carteira no bolso traseiro das calças e desconfiar de ofertas muito tentadoras são outras orientações básicas que Laura sugere. "Também é importante jamais reagir se for assaltado", alerta.
O especialista em segurança pública e privada, Jorge Lordello, que costuma palestrar sobre o tema dá outra orientação importante: "Os cuidados devem começar ainda na cidade de origem, com a escolha de uma agência de viagem que seja devidamente registrada", alerta. Segundo Lordello, se o viajante optar por fazer tudo de forma independente tem que obter informações sobre a cidade. Neste sentido, os folders distribuídos em pontos de entrada de uma cidade que oferecem grande variedade de informações, e uma cartilha de orientação ao turista, ajudam bastante.
"De uma maneira geral é aconselhável precaução aonde você for no que se refere a roubos e furtos nos centros urbanos. Os turistas devem evitar transportar e ostentar objetos de valor", resume o especialista. Ele também sugere que devem ser evitadas viagens de automóvel à noite ou passeios por zonas pouco frequentadas. "É aconselhável nos passeios turísticos fazer-se apenas acompanhar de xerox dos documentos e não os originais que devem ficar em cofre no hotel."
Além de pedir informações em balcões adequados para atendimento ao turista, estabelecimentos comerciais ou policiais; o aconselhável é que o turista seja cauteloso com pessoas estranhas que se mostrem muito receptivas, evitando, principalmente, consumir bebidas que lhe sejam oferecidas. "Em caso de assalto, nunca reagir", reforça. "Imediatamente depois, procure uma delegacia de polícia para o turista."