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Fraude

- Publicada em 06 de Março de 2019 às 01:00

Após pagar fiança, Carlos Ghosn é libertado

Franco-brasileiro teve pedido aceito após pagamento de R$ 34 milhões

Franco-brasileiro teve pedido aceito após pagamento de R$ 34 milhões


/KAZUHIRO NOGI /AFP/JC
Após 108 dias preso em Tóquio, o executivo Carlos Ghosn foi libertado ontem. O brasileiro pagou fiança de R$ 34 milhões, estabelecida na véspera pela Justiça japonesa. Ghosn é acusado de falsificar informes sobre seus rendimentos e de ter se beneficiado pessoalmente de recursos da Nissan, montadora japonesa da qual foi o principal executivo e o presidente do conselho de administração.
Após 108 dias preso em Tóquio, o executivo Carlos Ghosn foi libertado ontem. O brasileiro pagou fiança de R$ 34 milhões, estabelecida na véspera pela Justiça japonesa. Ghosn é acusado de falsificar informes sobre seus rendimentos e de ter se beneficiado pessoalmente de recursos da Nissan, montadora japonesa da qual foi o principal executivo e o presidente do conselho de administração.
O julgamento do brasileiro não está marcado, mas não deverá ocorrer em um prazo inferior a seis meses, segundo a avaliação de advogados. Até lá, Ghosn permanecerá vivendo em Tóquio.
Imagens da TV NHK mostram Ghosn saindo da prisão vestindo um uniforme, máscara e boné. Ele deixou o prédio entrou em uma van, sob os olhares de centenas de jornalistas que o aguardavam. O executivo nega irregularidades e diz estar passando por um "terrível martírio".
Este foi o terceiro pedido de liberdade condicionada ao pagamento de fiança feita pela defesa de Ghosn, mas o primeiro elaborado pela equipe de Hironaka, que substituiu o ex-promotor Motonari Otsuru. Aos 73 anos, Hironaka é conhecido como 'A Navalha' por obter absolvições em casos célebres no Japão. Venceu ao convencer a Corte de que Ghosn seria monitorado em tempo integral, como garantia de que não haveria tentativa de fuga, destruição de provas ou contato com pessoas possivelmente ligadas ao caso.

Veja cronologia da prisão do ex-presidente da Nissan

19/11
Presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn é preso por supostas violações financeiras no Japão; o diretor da Nissan Greg Kelly também é detido, suspeito de envolvimento no caso
21/11
Tribunal de Tóquio mantém as prisões de Ghosn e de Kelly por 10 dias
22/11
Conselho da Nissan tira Ghosn da presidência do colegiado e Kelly da direção da montadora
25/11
Ghosn se pronuncia pela primeira vez desde a detenção e nega as acusações
26/11
Conselho de administração da Mitsubishi Motors remove Ghosn da presidência do colegiado
30/11
Tribunal de Tóquio aceita estender até 10 de dezembro a detenção de Ghosn
10/12
Procuradores de Tóquio indiciam oficialmente Ghosn por subdeclarar sua renda e prorrogaram sua detenção. Nissan também é indiciada por apresentar declarações financeiras falsas
11/12
Tribunal de Tóquio rejeita recurso apresentado pelos advogados de Ghosn para ele ser libertado
12/12
Tribunal brasileiro decide que Ghosn deve ter acesso a apartamento no Rio de Janeiro para recuperar pertences
13/12
Nissan afirma que Ghosn e seus representantes não têm direito a acessar o apartamento do Rio e que o conteúdo de três cofres existentes no imóvel podem conter evidência contra o executivo. Na mesma data, o conselho administrativo da Renault ratifica Ghosn como presidente da multinacional
14/12
Nissan informa que representantes de Ghosn recuperaram documentos do apartamento corporativo no Rio
20/12
Tribunal de Tóquio decide não prorrogar a prisão de Carlos Ghosn
21/12
Promotoria de Tóquio faz nova acusação e consegue impedirasoltura do empresário. Kelly, porém, deve deixar a cadeia
23/12
Justiça japonesa decide prolongar a detenção de Ghosn por mais dez dias
25/12
Tribunal autoriza liberdade de Greg Kelly, sob fiança de R$ 2,4 milhões
31/12
Prisão de Ghosn é prorrogada por mais 10 dias
08/01
Ghosn faz primeira declaração pública desde prisão e diz que foi detido injustamente
11/01
Promotoria apresenta novas acusações contra Ghosn
17/01
Tribunal de Tóquio nega pedido de liberdade sob fiança, e Ghosn deve permanecer detido até março
20/01
Ghosn aluga apartamento e oferece uso de monitoramento eletrônico para deixar prisão
22/01
Justiça nega novo pedido de liberdade sob fiança de Ghson
24/01
Ghosn renuncia à presidência da Renault, e executivos da montadora francesa e da Michelin assumem seu lugar
30/01
Em primeira entrevista desde prisão em novembro, Ghson diz que executivos da Nissan usaram conspiração e traição para barrar integração com Renault
07/02
Renault apura se Ghosn usou contrato com Versalhes para pagar casamento
12/02
Renault afirma que Ghosn mantém cargo como diretor da empresa
13/02
Principal advogado de Carlos Ghosn, o ex-promotor Motonari Otsuru, pede demissão. Ele é substituído por Junichiro Hironaka
15/02
A Ordem dos Advogados do Brasil envia documento à federação japonesa de advogados pedindo intervenção no caso do executivo, afirmando que ele seria vítima de tortura
04/03
Família e advogados de Ghosn enviam documento para grupo da ONU apontando violações na prisão do executivo
05/03
Carlos Ghosn tem pedido de fiança aceito pela Justiça japonesa, que fixa pagamento no valor de cerca de R$ 34 milhões e exige monitoramento do executivo por câmeras