Temores de desidratação da reforma da Previdência, secundados por um ambiente externo negativo e a possibilidade de redução do peso de papéis brasileiros em um índice acionário global de emergentes, levaram o Ibovespa a perder a linha dos 96 mil pontos no pregão desta quinta-feira, encerrando fevereiro em queda de 1,86%. Também contribuiu para deprimir o mercado a fraqueza da retomada da economia brasileira, atestada pelo resultado fraco do PIB em 2018.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que é possível uma mudança na idade mínima para aposentadoria das mulheres na proposta de reforma da Previdência, reduzindo de 62 anos para 60 anos. Já desconfiados em relação à capacidade do governo em articular uma base de apoio para aprovar o texto da reforma sem muitas alterações, o mercado se surpreendeu ao ouvir do próprio presidente que pontos centrais da proposta podem virar letra morta.
O índice encerrou o pregão aos 95.584 pontos, queda de 1,77%. Houve tombos generalizados do setor financeiro e das ações da Petrobras. Embora a empresa tenha reportado lucro de R$ 25,779 bilhões em 2018, o primeiro resultado anual positivo após quatro anos, o mercado se ressentiu da perspectiva de que a empresa continue a limitar o pagamento de dividendos.
O dólar fechou fevereiro acumulando valorização de 2,58%, maior alta mensal desde novembro (3,50%). No dia, a moeda teve alta de 0,62%, a R$ 3,7535.