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Economia

- Publicada em 24 de Fevereiro de 2019 às 20:00

Festa da Uva de 2019 deve receber em torno de 1 milhão de visitantes

Expectativa é receber em torno de 1 milhão de visitantes e movimentar R$ 220 milhões de recursos na economia regional

Expectativa é receber em torno de 1 milhão de visitantes e movimentar R$ 220 milhões de recursos na economia regional


Divulgação/jc
Roberto Hunoff
A Comissão Comunitária da 32ª Festa da Uva deve divulgar nesta segunda (25) números preliminares sobre o movimento do primeiro final de semana do evento, iniciado na sexta (22) e que segue até o dia 10 de março, em Caxias do Sul. Uma das principais atrações, o desfile de carros alegóricos, marcado para este domingo (24), foi cancelado em razão das fortes chuvas que caíram sobre a cidade.
A Comissão Comunitária da 32ª Festa da Uva deve divulgar nesta segunda (25) números preliminares sobre o movimento do primeiro final de semana do evento, iniciado na sexta (22) e que segue até o dia 10 de março, em Caxias do Sul. Uma das principais atrações, o desfile de carros alegóricos, marcado para este domingo (24), foi cancelado em razão das fortes chuvas que caíram sobre a cidade.
A expectativa da organização é receber em torno de 1 milhão de visitantes e movimentar R$ 220 milhões de recursos na economia regional. A rede hoteleira está com ocupação média de 60%, podendo chegar a 90% nos fins de semana. A festa investiu na compra de 150 mil quilos de uva para degustação pelos visitantes no parque e projeta a geração de 300 empregos temporários.
A solenidade de abertura teve, como principal autoridade presente, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Na sua manifestação oficial, destacou que o momento era significativo, pois a região foi uma das que mais votou em Jair Bolsonaro nas eleições de outubro. Explicou que o presidente, por recomendação médica, está evitando participar de eventos com grandes aglomerações.
Mourão assinalou que o governo enfrenta, neste momento, um grande desafio que é o de aprovar o projeto da Nova Previdência. Disse que a proposta precisa ser entendida como uma solução para todos e não apenas para o governo. “É o primeiro passo para transpor a linha de partida e encaminhar o crescimento da Nação”, defendeu. Alertou que, sem mudanças, os jovens que hoje estão ingressando no mercado de trabalho serão os principais prejudicados, porque haverá dificuldade para honrar os compromissos quando se aposentarem.
No rápido encontro com a imprensa, de menos de cinco minutos, antes de visitar, também rapidamente, alguns dos 240 estandes da exposição, Mourão afirmou acreditar que a reforma da Previdência, apresentada na quarta (20) ao Congresso Nacional, passará por mudanças positivas e negativas. Mas, segundo ele, é algo que faz parte do jogo político. Também afirmou não ver nas manifestações dos filhos do presidente Bolsonaro prejuízos à reforma. “Os filhos do presidente são pessoas bem sucedidas, cada um dentro da função para a qual foi eleito. Eu acho que há poucas pessoas que têm três filhos assim nessas condições”, limitou-se a dizer.
Em relação à crise da Venezuela, disse que a solução está sendo tratada dentro do Grupo de Lima. “O grupo de países foi criado em 2017 como forma de fazer pressão política para mudar a ditadura que está havendo lá para um regime democrático”, observou. Quanto às reivindicações que ouviu em Caxias do Sul, especialmente na área de infraestrutura, garantiu que o ministro da Infraestrutura e o secretário do Programa de Parcerias e Investimentos trabalham nessa questão. Segundo ele, o aeroporto de Vila Oliva é um dos itens em análise.
Dentre os setores que tiveram reunião com Mourão foi do setor vitivinícola. Lideranças defenderam que o vinho seja considerado parte da dieta alimentar para fins de enquadramento em alíquotas menores. “Justificamos esta solicitação para compensar o aumento médio do IPI ocorrido a partir de 2016. Esta medida poderia ser por um período de 10 anos, o que estimularia a consolidação e o crescimento da vitivinicultura no Brasil”, argumentam em documento.
Foi pedido que o governo adote medidas para reduzir a tributação, que corresponde a mais da metade do valor final do produto. Outras demandas são linhas de crédito para financiamentos; controle e fiscalização nas fronteiras brasileiras para evitar o contrabando; investimentos no Laboratório de Referência Enológica; e implantação do Cadastro Vitivinícola Nacional. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Caxias do Sul, Rudimar Menegotto, pediu o retorno do subsídio agrícola ao existente em anos anteriores, na ordem de 45%. “Também queremos a garantia do Plano Safra para recursos da agricultura familiar”, salientou.
O governador Eduardo Leite, que participou da solenidade de abertura, palestrara, momentos antes, para mais de 360 empresários em café da manhã organizado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. O foco central da manifestação foi a situação financeira do estado.
Segundo o governador, em números redondos, a dívida total do Estado do Rio Grande do Sul está estimada em torno de R$ 100 bilhões. Se a quitação fosse feita integralmente, neste início de ano, ainda assim o governo chegaria, em 31 de dezembro, com déficit de R$ 2 bilhões, que teria de ser rolado para o exercício seguinte. “É preciso mudar a postura para sair desta situação. As administrações passadas usaram de muita criatividade para manter o Estado funcionando. Agora, não há mais espaço para isto”, afirmou.
O governador apresentou um diagnóstico do problema crônico do déficit nas contas públicas e reforçou que a grave situação do Estado exige reformas estruturantes. A agenda de ajustes, segundo Leite, passa por medidas que buscam o equilíbrio fiscal, em que a reforma da Previdência está entre as prioridades, e pela retomada do crescimento econômico do Rio Grande do Sul. “Estamos todos compartilhando da crise, e a solução também será de esforços compartilhados, cada um fazendo a sua parte”, afirmou.
Para Leite, os problemas no caixa do governo se refletem na precariedade dos serviços públicos prestados à população e na falta de investimentos em áreas essenciais. Ele citou a reforma do Instituto Estadual Cristóvão de Mendoza de Caxias do Sul, a melhoria das estradas e a desapropriação da área do novo aeroporto, em Vila Oliva, situações reivindicadas pela comunidade de Caxias e Região, como exemplos desta falta de recursos. “Nosso governo se inicia com forte determinação de adotar reformas profundas e fazer o déficit deixar de existir”. De acordo com ele, isso irá melhorar os investimentos e animar a economia, gerando a receita necessária para estado sair da crise.
Por entender que é preciso construir um ambiente necessário às reformas, Eduardo Leite disse que a primeira marca de seu governo é a estratégia de diálogo. “Acredito que podemos avançar a partir das diferenças e conciliar os pontos importantes, buscando avançar nas reformas que são fundamentais para o Estado”, ponderou.
Em resposta ao presidente da CIC, Ivanir Gasparin, que em seu discurso de saudação mencionou que Caxias do Sul está ilhada logisticamente, Eduardo Leite reconheceu ser incompreensível o principal polo industrial gaúcho não ter uma ligação inteiramente duplicada com a Região Metropolitana. Leite explicou que o Estado está impedido de contratar novos financiamentos para investimentos em infraestrutura, porque o comprometimento de sua receita corrente líquida com a dívida está acima do permitido pela legislação. Por isso, aposta nas parcerias com o setor privado. “A RS-122 se insere neste contexto como prioridade”, anunciou. Sua expectativa é que as concessões de estradas sejam lançadas ainda neste semestre.
Aproveitando a presença do governador na cidade, representantes de entidades dos trabalhadores de Caxias do Sul e região entregaram demandas ao governador. Entre elas, o aumento de 8,43% no salário mínimo regional, que passaria a R$ 1.297,93. A União Caxiense dos Estudantes e o Grêmio Estudantil do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza entregaram ofício com demandas de vários educandários caxienses, que carecem de investimentos estruturais. “O governador nos garantiu que, em 15 dias, agendará visita ao Cristóvão. Ele afirmou que as obras irão acontecer, mas não como o previsto no processo licitatório, com investimentos na ordem de R$ 30 milhões. Mas de forma gradativa, iniciando pelas prioridades e pelos serviços mais fáceis de serem solucionados”, informou o estudante e vice-presidente do Grêmio Estudantil da escola, Anderson Borges.
O presidente da CIC, Ivanir Gasparin, salientou a importância de resolver o déficit financeiro do Estado, citando medidas que precisam ser implantadas, como segurança jurídica, simplificação tributária e eficiência administrativa. “É preciso adequar o tamanho da máquina pública à realidade das contas gaúchas, implantar a reforma da Previdência e vender estatais que não atuem em atividades fins de Estado”, ressaltou.
No âmbito local, disse ser necessária a ampliação e modernização da infraestrutura logística. “Caxias do Sul está ilhada e carece urgentemente de um plano logístico, sob pena de ver minguar o potencial de desenvolvimento e geração de riquezas. O governador disse que uma das primeiras parcerias público privadas será a duplicação da RS-122. Mas, antes, União e Estado precisam equalizar as contas. Sem isto, teremos poucos investimentos”, salientou.
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