O fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo deve impactar uma cadeia produtiva estimada em 24 mil trabalhadores, sendo 2.800 funcionários diretos da unidade, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O coordenador de Educação e Comunicação do Dieese, Fausto Augusto Jr., considera "simbólico" o encerramento das atividades da fábrica, motivado, segundo ele, por uma posição do poder público de não priorizar o subsídio às montadoras na pauta econômica.
"Uma cadeia produtiva vai sendo desmontada, vai perdendo elo. O impacto imediato é sobre os (trabalhadores) que serão demitidos, mas os efeitos serão percebidos ao longo dos próximos dois anos."
A fábrica de São Bernardo passou ao controle da Ford em 1967 e desde então tem produzido de forma ininterrupta.
A assessoria de imprensa da montadora não deu detalhes sobre como e quando vão ocorrer as dispensas dos trabalhadores, nem se eles serão indenizados, mas disse que "haverá um impacto significativo nos empregos" e que os próximos passos com relação ao anúncio serão definidos junto ao sindicato.
O complexo seguirá fechado, segundo o sindicato dos trabalhadores, até terça-feira (26), quando haverá uma assembleia para decidir quais medidas serão tomadas. A assessoria de imprensa da categoria informou que os trabalhadores da unidade que será fechada têm acordo coletivo com a Ford que prevê que não haja demissões até novembro desse ano.
A previsão que tiveram por parte da montadora, no entanto, é de que o fechamento da unidade ocorra exatamente no mês de novembro.