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Fraudes

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Presidente da CNI é preso durante operação da Polícia Federal

Andrade foi detido ontem na sede da Confederação em Brasília

Andrade foi detido ontem na sede da Confederação em Brasília


/ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL/JC
A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem uma operação que tem entre os alvos o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade. A suspeita é de que uma organização criminosa, da qual Andrade supostamente faria parte, teria desviado R$ 400 milhões do Sistema S e do Ministério do Turismo. Uma ordem de prisão temporária foi expedida pela Justiça Federal de Pernambuco contra o empresário. Andrade foi preso pela manhã na sede da CNI. No total, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária. Os presos foram encaminhados para audiência de custódia na Justiça Federal.
A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem uma operação que tem entre os alvos o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade. A suspeita é de que uma organização criminosa, da qual Andrade supostamente faria parte, teria desviado R$ 400 milhões do Sistema S e do Ministério do Turismo. Uma ordem de prisão temporária foi expedida pela Justiça Federal de Pernambuco contra o empresário. Andrade foi preso pela manhã na sede da CNI. No total, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária. Os presos foram encaminhados para audiência de custódia na Justiça Federal.
Segundo a PF, na ação batizada de "Operação Fantoche", um grupo de empresas atuaria desde 2002 executando contratos vinculados ao Ministério do Turismo e ao Sistema S. Os contratos serviriam para encobrir desvios de recursos.
"A atuação do grupo consistia na utilização de entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério e Unidades do Sistema S. Tais contratos, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada", diz a PF.
Ao ser preso, Andrade saiu acompanhado do superintendente jurídico da instituição. Em Brasília, a PF interditou todo o sétimo andar da CNI, onde funciona o departamento financeiro da instituição.
Em nota, a CNI informou que não teve acesso à investigação e "acredita que tudo será devidamente esclarecido", se colocando à disposição para fornecer as informações que forem solicitadas.
Na reunião que estava marcada para esta terça-feira na CNI, a diretoria discutiria, segundo fontes da instituição, justamente um posicionamento para o Sistema S no novo governo de viés liberal e que pretende diminuir a carga tributária sobre a indústria. As federações do sistema sobrevivem com contribuição das empresas do setor.
A operação mobilizou 213 policiais federais e oito auditores do Tribunal de Contas da União para cumprir 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária em Brasília, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Alagoas.
O delegado federal Renato Madsen, que participa das investigações, pontuou que as empresas são investigadas pela criação de companhias de fachada para dificultar possíveis investigações.
"Eles criaram empresas sem fins lucrativos para dificultar a investigação do TCU. Queremos investigar até que ponto esse esquema partiu do sistema S daqui e reverberou em outros estados", disse.
O delegado explicou que as investigações começaram há alguns anos, a partir de uma empresa que recebia dinheiro para realizar eventos culturais. "Percebeu-se que esses valores estavam superfaturados e que foram criadas empresas de fachada. Conseguimos identificar também que o dinheiro não era destinado totalmente a essas produções culturais."
Segundo a Polícia Federal, as entidades do Sistema S e o Ministério do Turismo acertavam contratos com uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) para oferecer o serviço cultural. Essa organização, por sua vez, foi um canal encontrado pelo grupo criminoso para não prestar constas diretamente aos órgãos de fiscalização e se afastar da contratação direta com o Ministério do Turismo e o Sistema S.
"O processo de prestação de contas está previsto em legislação. O que se observa é que uma organização criminosa se aproveitou dessa sistemática para desviar esses recursos", disse o delegado.
 

Fiergs destaca a trajetória de serviços prestados pelo Sesi e Senai no Rio Grande do Sul

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) aguarda informações sobre o depoimento do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade à Polícia Federal.
Em nota divulgada ontem, o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, salientou que o Sesi e o Senai gaúchos têm uma trajetória de serviços à sociedade, atuando fortemente em saúde do trabalhador, educação, inovação e tecnologia, não dispondo de iniciativas na área do turismo, já que as duas instituições são voltadas exclusivamente ao setor industrial.
Além disso, assinalou que as contas do Sistema S são fiscalizadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), havendo, assim, uma fiscalização externa conforme a Lei nº 8.443 de 1992.