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Economia

- Publicada em 06 de Fevereiro de 2019 às 22:06

Governo retira taxa para leite de União Europeia e Nova Zelândia

Thiago Copetti
Já em crise devido ao ingresso de leite em pó oriundo de outros países do Mercosul, a setor lácteo pode vir a enfrentar um novo obstáculo em 2019. O governo federal suspendeu ontem a taxa de importação de 14,8% sobre o produto importado da União Europeia (UE) e de 3,9% da Nova Zelândia. A decisão do Ministério da Economia foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem.
Já em crise devido ao ingresso de leite em pó oriundo de outros países do Mercosul, a setor lácteo pode vir a enfrentar um novo obstáculo em 2019. O governo federal suspendeu ontem a taxa de importação de 14,8% sobre o produto importado da União Europeia (UE) e de 3,9% da Nova Zelândia. A decisão do Ministério da Economia foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem.
Tornar mais barato a compra de leite em pó destes dois grandes produtores pode agravar ainda mais o cenário já crítico do setor lácteo no Estado. Isso porque depois de competir com o produto importado de países como Uruguai e Argentina, que entra no Brasil com preços reduzidos e concentrado em curtos períodos (o que desestabiliza o mercado), o mercado brasileiro pode ser alvo para desembarque dos elevados estoques do produto europeu, principalmente.
"Apesar de o preço médio do produto europeu ser até 30% acima do brasileiro, a Europa tem um estoque estimado em 250 mil toneladas de leite em pó. E, tendo todo esse estoque, pode baixar muito os valores para escoar isso em diferentes mercados, com o Brasil", explica Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).
O fim da taxação já ser esperado pelo Sindilat não significa, porém, que o sindicato deixará de pressionar o governo para encontrar alguns paliativos aos possíveis danos. A taxa vinha sendo aplicada desde a resolução de 2001, como medida de proteção ao produto nacional, e encerra a cobrança antidumping sobre o leite em pó, integral e desnatado da UE e da Nova Zelândia.
A taxa vinha sendo aplicada desde a resolução de 2001, como medida de proteção ao produto nacional. A medida encerra a cobrança antidumping sobre o leite em pó, integral e desnatado. A alíquota era de 14,8% para o produto vindo da UE e de 3,9% para o item da Nova Zelândia. Segundo o presidente Sindilat, Alexandre Guerra, que o governo federal também flexibilize outras demandas do setor lácteo nacional, como o programa de escoamento da produção e outras linhas de pré-comercialização do leite. No dia 12 de fevereiro ocorrerá a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite, em Brasília, onde serão discutidas as demandas do setor.
Para o deputado estadual Elton Weber (PSB), a decisão de encerrar a cobrança antidumping sobre o leite em pó, integral ou desnatado das duas regiões levará entidades representativas do setor leiteiro e deputados a se mobilizar para rediscutir o assunto. "O governo federal está jogando contra a cadeia leiteira. Precisamos a manutenção das alíquotas", defende Weber.
Para Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, a decisão vem em um momento em que o Brasil - e, principalmente, o Rio Grande do Sul - atravessa uma crise sem precedente na área do leite. "E o pior é que está argumentando com números defasados, de 2017, que não são reais neste momento", ressalta Silva.
Na avaliação do secretário-executivo do Sindilat, será difícil reverter a medida. Palharini avalia que o fim da taxação está adequado ao discurso de abertura comercial do Brasil, defendida pelo Ministério da Economia.
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