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Indústria Automotiva

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2019 às 01:00

GM perde mercado, mas mantém liderança

Modelos Onix e Prisma, montados no Estado, tiveram bons resultados

Modelos Onix e Prisma, montados no Estado, tiveram bons resultados


/DAIANA BERTO/DIVULGAÇÃO/JC
A GM, que produz e vende no Brasil os carros da marca Chevrolet, cresceu menos que o mercado em janeiro, mês em que ameaçou deixar de produzir no País (caso não voltasse a ter lucro em 2019), depois de três anos seguidos de queda. A montadora, no entanto, manteve a liderança nas vendas, graças a carros que são produzidos fora de São Paulo, onde estão as fábricas que dão mais dores de cabeça aos executivos da empresa.
A GM, que produz e vende no Brasil os carros da marca Chevrolet, cresceu menos que o mercado em janeiro, mês em que ameaçou deixar de produzir no País (caso não voltasse a ter lucro em 2019), depois de três anos seguidos de queda. A montadora, no entanto, manteve a liderança nas vendas, graças a carros que são produzidos fora de São Paulo, onde estão as fábricas que dão mais dores de cabeça aos executivos da empresa.
No primeiro mês do ano, as vendas de carros da GM subiram 6,8%, enquanto o mercado de veículos leves, do qual a montadora participa no Brasil, teve expansão de 8,6%, segundo dados divulgados pela Fenabrave, federação que reúne as concessionárias. Com isso, a preferência dos consumidores pela empresa caiu levemente, de 19,3% em janeiro de 2018 para 18,9% em janeiro de 2019.
A GM só não conseguiu crescer mais que o mercado por causa do desempenho abaixo da média dos carros produzidos nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano, ambas no interior de São Paulo. A S10, por exemplo, produzida em São José, teve queda de 18,6% em janeiro ante igual mês do ano passado, enquanto o segmento de picapes teve alta de 2%. Montado em São Caetano, o Cobalt teve recuo de 31%, enquanto o mercado de sedãs compactos quadruplicou.
Quase todos os outros carros feitos nessas duas cidades tiveram desempenhos inferiores aos seus respectivos segmentos. As exceções foram a Spin, que não tem concorrentes, mas cresceu abaixo do mercado total, a um ritmo de 6,5%; e a versão hatch do Cruze, que teve expansão de 38% (o segmento teve alta de 10%), mas sobre um base pouco expressiva, de apenas 453 unidades.
Os carros que salvaram a GM foram o Onix e o Prisma, que são os modelos produzidos na única fábrica de veículos fora de São Paulo, localizada em Gravataí, no interior do Rio Grande do Sul - a empresa tem uma fábrica de motores em Joinville, Santa Catarina.
O Onix e o Prisma são os únicos da marca Chevrolet que estão entre os 20 automóveis mais vendidos do País e tiveram desempenhos acima do mercado. O primeiro, carro mais comercializado do Brasil, teve alta de 17,3%, enquanto o segmento de hatchs pequenos avançou 7,4%. O Prisma, por sua vez, cresceu 16,8%, enquanto o mercado de sedãs pequenos subiu 14,9%.
Para melhorar os resultados das fábricas de São Paulo, a GM tenta reduzir custos trabalhistas por meio de negociações com o sindicato de cada região e busca com o governo estadual a antecipação de créditos acumulados no ICMS.
A fábrica de Gravataí, mesmo com resultados mais favoráveis, também pode ser afetada. Executivos da empresa disseram na semana passada ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que, se a empresa fechar as fábricas de São Paulo, por falta de acordos, pode concluir que não vale a pena manter a unidade gaúcha, que não seria suficiente para segurar uma participação de mercado relevante.

General Motors propõe reajuste zero em 2019 para trabalhadores de São José dos Campos

Como parte do esforço para conter custos no Brasil, a GM propôs aos trabalhadores da fábrica de São José dos Campos, no interior paulista, que não haja reajuste salarial em 2019. Em 2020, o aumento seria de 60% da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A reposição total pela inflação, segundo o mesmo índice, só voltaria em 2021.
Para amenizar a falta de reajuste em 2019, a empresa ofereceu abono salarial de R$ 2,5 mil. Para 2020, já com a reposição parcial da inflação, o abono cairia para R$ 1,5 mil. Em 2021, com a reposição total, deixa de haver abono.
A proposta, que envolve outras nove questões, foi feita após seis rodadas de negociações com o sindicato dos metalúrgicos da cidade. Os funcionários da fábrica farão uma votação nesta quarta-feira para decidir se aceitam ou não.
A negociação foi iniciada em janeiro, depois de a montadora ameaçar deixar de produzir no Brasil caso não voltasse a ter lucro em 2019, depois de três anos seguidos de prejuízo. Para isso, a empresa busca reduzir custos trabalhistas nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul, além de negociar com o governo do estado a antecipação de créditos acumulados no ICMS.
Em São José, a GM começou as conversas com 28 reivindicações. Após as rodadas de negociações, a pauta caiu para 10 pontos. Em um deles, que toca no piso salarial de novos contratados, houve recuo da montadora. No início, a empresa queria reduzir o piso de R$ 2,3 mil para R$ 1,6 mil, uma queda de 30%. Agora, propõe redução para R$ 1,7 mil nesse momento, com aumento para R$ 1,8 mil em setembro.
A empresa chegou a abrir negociações com os metalúrgicos da fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, mas desistiu de todas as reivindicações em menos de uma semana. A fábrica de Gravataí é a que está em melhor situação. A preocupação é que, se não houver acordos em São Paulo, a montadora pode concluir que não faz sentido manter só a unidade gaúcha, dado que perderia participação de mercado.
Os demais pedidos também envolvem mudanças nas participações dos trabalhadores em resultados e redução gradativa do adicional noturno até 2021, de 27% para 20%. Os novos admitidos já entrariam com 20%. Para horas extras, a empresa quer a exclusão dos limites de 29 horas no mês ou 275 horas no ano.