Os contratos futuros de petróleo tiveram uma jornada de volatilidade nesta segunda-feira (4), com fechamento em queda. Após chegarem a subir mais cedo, de olho nas sanções dos Estados Unidos à Venezuela e nos sinais da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), eles perderam fôlego ao longo do dia, pressionados pela valorização do dólar.
O petróleo WTI para março fechou em baixa de 1,26%, a US$ 54,56 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril recuou 0,38%, a US$ 62,51 o barril, na ICE.
A notícia da agência Bloomberg de que a produção da Opep recuou em janeiro a 31,02 milhões de barris por dia, na maior queda em cerca de dois anos, apoiou os contratos inicialmente. Além disso, as sanções americanas à Venezuela seguiram no radar. As medidas devem piorar as exportações de petróleo do país, o que tende a levar para cima os preços. "A grande questão é se as Forças Armadas permitirão a entrada de ajuda humanitária", afirmam analistas da Teneo em nota de pesquisa, admitindo que, por ora, os militares seguem ao lado do presidente Nicolás Maduro, enquanto o autointitulado presidente interino Juan Guaidó busca ampliar seus apoios.
Ao longo do pregão, o petróleo passou ao território negativo diante da força do dólar. A moeda foi apoiada por declarações otimistas sobre a economia americana do diretor do Conselho de Assuntos Econômicos da Casa Branca, Steven Hassett. Com isso, o petróleo tende a ficar mais caro para os detentores de outras divisas e isso reduz o apetite dos investidores.
Analistas apontaram também que operadores aproveitaram para realizar lucros, depois de altas recentes. Segundo Bob Yawger, diretor da divisão de futuros da Mizuho Securities USA, o avanço dos contratos em janeiro abriu espaço para o movimento de hoje.