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Turismo

- Publicada em 21 de Janeiro de 2019 às 01:00

Festa da Uva encolhe com orçamento enxuto

Comissão Comunitária trabalha para organizar a exposição em Caxias

Comissão Comunitária trabalha para organizar a exposição em Caxias


/ALEX FERNANDES/DIVULGAÇÃO/JC
Adiada de 2018 para este ano, em função da situação econômica e da decisão do prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra, de não destinar recursos públicos ao evento, a 32ª edição da Festa Nacional da Uva terá uma série de mudanças em relação às anteriores. Ontem à noite, a Comissão Comunitária promoveu encontro com patrocinadores, autoridades e convidados para marcar a contagem regressiva à abertura da festa, que será no dia 22 de fevereiro, e apresentação dos principais diferenciais.
Adiada de 2018 para este ano, em função da situação econômica e da decisão do prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra, de não destinar recursos públicos ao evento, a 32ª edição da Festa Nacional da Uva terá uma série de mudanças em relação às anteriores. Ontem à noite, a Comissão Comunitária promoveu encontro com patrocinadores, autoridades e convidados para marcar a contagem regressiva à abertura da festa, que será no dia 22 de fevereiro, e apresentação dos principais diferenciais.
A atual Comissão Comunitária, presidida por Sandra Mioranzza Randon, trabalha com estimativa de orçamento em torno de 20% a 30% inferior aos consolidados nas edições mais recentes. Sandra explica que o evento foi montado com base em três cenários - enxuto, médio e maior -, com receita e despesa oscilando entre
R$ 12 milhões e R$ 15 milhões. Esses recursos terão origem, de forma equilibrada, em três fontes: patrocinadores, bilheteria e venda de espaços. "Foi bastante difícil fechar os contratos de patrocínios, até porque se estava levando a ideia de um novo conceito de feira, mas conseguimos manter marcas já tradicionais e acrescentar novas", expôs Sandra.
De forma a resolver uma reclamação comum em feiras anteriores, que era a grande concentração de expositores de produtos diversos, o que dificultava a movimentação dos visitantes e, também as vendas, a comissão reduziu o número de expositores de 300, da festa passada, para 95. "Não teremos mais aquele caminho forçado aos visitantes, que tinham, obrigatoriamente, que seguir um fluxo. Criamos roteiros diferentes, como gastronomia e família, entre outros, para que o turista escolha o que quer fazer na festa", argumentou.
Também foi restrito a quatro o número de marcas por produtos, além de cada estande ter, no mínimo, 32 metros quadrados para garantir conforto ao visitante e melhorar o atendimento. Ao contrário de 2016, quando apenas 30% dos expositores eram do Rio Grande do Sul, nesta edição, a maioria é do Estado e, principalmente, de Caxias do Sul e região. "Abrimos, inicialmente, a venda para interessados de Caxias do Sul. Depois, para todo o Estado, e, somente após, para marcas nacionais. Mas, nesta edição, não teremos produtos de outros países. Queremos a valorização da nossa produção", assinalou.
A mesma estratégia está sendo usada para atrair visitantes, que a comissão estima em algo como 1 milhão, pouco acima dos 960 mil da edição anterior. Sandra Randon destaca que o trabalho de divulgação está sendo feito, prioritariamente, em Caxias do Sul e nos municípios vizinhos. Também estão no radar moradores da Região Metropolitana e do Vale do Sinos, que participaram em grande número na edição passada, como mostrou pesquisa realizada pela Universidade de Caxias do Sul. "Fizemos trabalhos em eventos nacionais para promover a feira, mas, até pelas limitações financeiras, focamos mais nos mercados próximos", explicou.
A possível vinda do presidente da República, Jair Bolsonaro, para abertura do evento é vista como um grande impulso à divulgação nacional em função dos espaços concedidos na mídia nacional. De acordo com Sandra, que foi recebida em audiência na semana passada, em Brasília, o presidente mostrou ter muita vontade de vir, mas estabeleceu como norteador desta viagem o seu estado de saúde após a cirurgia que fará no início de fevereiro. "A vinda está agendada, mas há essa situação que precisa ser considerada. O presidente mostrou ter conhecimento da realidade do setor vitivinícola e interesse em buscar soluções, em especial, na questão tributária", salientou.
O novo formato da festa também contempla mudanças na área da alimentação. De acordo com Sandra, o objetivo é oferecer ao visitante uma experiência diferenciada, focando nas características marcantes da gastronomia local. Os ingressos aos pavilhões, que darão direito a circular por todo o espaço e a assistir aos shows, têm custo de R$ 16,00, de segunda a quinta-feira, e de R$ 18,00, de sexta-feira a domingo.

Estimativa é que sejam distribuídos 300 mil quilos de uvas

Visitantes serão contemplados com a fruta já na chegada ao parque

Visitantes serão contemplados com a fruta já na chegada ao parque


/RUAN ALVES/DIVULGAÇÃO/JC
De acordo com a presidente da Comissão Comunitária da Festa da Uva, Sandra Mioranzza Randon, a uva para a distribuição aos visitantes já está garantida. São 300 mil quilos já assegurados por produtores, em trabalho realizado de forma conjunta com a Secretaria da Agricultura do município e sindicatos de representação rural. Nesta edição, ao contrário das anteriores, a distribuição ocorrerá na entrada do parque. "Queremos que o visitante sinta o clima de festa desde a chegada", argumenta.
Outra preocupação está sendo com a oferta de uva para a venda no parque de exposições. A intenção é ter diferentes pontos no espaço para que o visitante adquira uva. A dificuldade, segundo Sandra, está sendo conciliar a participação dos produtores na festa com as atividades nas propriedades. "Muitas variedades de uvas estão com amadurecimento atrasado em função das condições do clima. Por isso, terão de ser colhidas mais tarde, o que pode tornar difícil o produtor estar presente nos pavilhões", ponderou.
O parque de eventos, que está passando por melhorias - a prefeitura repassou R$ 1,5 milhão, com aprovação legislativa, para a empresa Festa da Uva S.A. realizar as obras -, também será local para a realização de desfiles temáticos, algo novo em relação aos eventos anteriores, que concentravam essa atividade no Centro da cidade. Nesta edição, por enquanto, está programado somente um desfile, no dia 24 de fevereiro, na rua Sinimbu. Os demais ocorrerão no parque de eventos.
De segunda a quinta-feira, das 11h às 12h30min, não será cobrada entrada. O objetivo é incentivar que os visitantes almocem nas dependências do parque. No dia 25, não haverá programação. Segundo Sandra Randon, o objetivo é realizar uma avaliação do primeiro fim de semana, visando corrigir erros e reforçar iniciativas que deram certo. De acordo com a presidente, desde os primeiros encontros de organização, o objetivo sempre foi o de realizar uma festa de celebração. Ela acredita que esse propósito ganha ainda mais sentido neste momento de recuperação da economia, não apenas local, mas nacional. "Estamos vivendo um novo momento, de retomada, de crescimento. Por isso, a festa ganha ainda mais importância."