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mercado financeiro

- Publicada em 20 de Janeiro de 2019 às 21:37

Bolsa tem quinzena mais otimista desde 2003

A posse de Jair Bolsonaro (PSL) como presidente da República foi capaz de garantir alta de 7,49% na bolsa ainda na primeira quinzena de 2019 - mais do que rendeu o CDI (taxa que anda de mãos dadas com a Selic) durante todo o ano de 2018. Trata-se do início de governo mais otimista desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT), em 2003. Diante da escalada, muitos investidores questionam se ainda há espaço para surfar nessa onda. Especialistas, porém, indicam que esta é a hora de observar movimentos, pois a lua de mel pode ser mais curta que o esperado.
A posse de Jair Bolsonaro (PSL) como presidente da República foi capaz de garantir alta de 7,49% na bolsa ainda na primeira quinzena de 2019 - mais do que rendeu o CDI (taxa que anda de mãos dadas com a Selic) durante todo o ano de 2018. Trata-se do início de governo mais otimista desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula (PT), em 2003. Diante da escalada, muitos investidores questionam se ainda há espaço para surfar nessa onda. Especialistas, porém, indicam que esta é a hora de observar movimentos, pois a lua de mel pode ser mais curta que o esperado.
Nos primeiros 15 dias de 2003, quando assumiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), posteriormente condenado e preso na Operação Lava Jato, o Ibovespa avançou 8,04%. Em seu segundo mandato, Lula viu o índice recuar 3,49% no período, reflexo de dúvidas do mercado de que ele seria capaz de manter a economia nos trilhos.
Já em 2011, a ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT) era vista como herdeira de um trabalho positivo feito por seu antecessor, recebendo o que o analista Pedro Guilherme Lima, da Ativa Investimentos, chama de "voto de confiança". O resultado foi uma bolsa com alta de 2,36% nos primeiros 15 dias de governo. Já no início de 2015, o mercado sinalizava a pior crise econômica dos últimos tempos com o segundo mandato de Dilma e recuava 5,07% - movimento também visto quando seu sucessor assumiu o Palácio do Planalto em maio de 2016: com a entrada de Michel Temer (MDB), o índice caiu 7,87% em uma quinzena.
"Após um longo período de pessimismo econômico, agora em 2019 vemos medidas mais positivas em busca de equilíbrio e melhora da economia - e isso reflete nos números", diz Lima. Para ele, o quadro atual era esperado e fruto de uma equipe econômica que agradou o mercado, liderada por Paulo Guedes, ministro da Economia. "Temos indicações de que serão tomadas atitudes pró-mercado, com postura mais liberalista e reformista. Assim, o mercado reage positivamente."
"Agora temos um cenário completamente diferente, com o mercado dando um grande voto de confiança à nova equipe, o que é bom. Isso explica os números, mas o limite desta lua de mel é curto e depende da reforma da Previdência", diz Jefferson Laatus, operador do mercado e sócio do Grupo Laatus.
Segundo ele, definições como as presidências da Câmara e do Senado no próximo mês e do impasse comercial entre China e Estados Unidos também podem afetar o ritmo do mercado. "Não dá para achar que a bolsa vai bater um recorde atrás do outro. A popularidade de um governo dura, em média, 100 dias. Por isso, é momento de esperar para investir para, quem sabe, obter mais direcionamento."
Nesse aspecto, há cautela com a falta de novidades sobre a reforma da Previdência. "Nunca tivemos um mercado tão esperançoso com um presidente por quase uma década, mas isso não é garantia. O investidor estrangeiro comporta-se de maneira diferente e quer horizonte, por isso mesmo está aguardando para ver o que acontece", afirma o especialista Jefferson Laatus.
Com a abertura do Fórum Econômico de Davos amanhã, na Suíça, há a expectativa de que Paulo Guedes dê mais detalhes sobre a mudança nas regras de aposentadoria. A notícia foi bem recebida pelo mercado. Enquanto os anúncios não acontecem, a cautela ainda é o melhor caminho, avalia Laatus, sobretudo para quem ainda está engatinhando no mercado acionário.
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Ambiente econômico sustenta expectativa de melhor resultado

A Bolsa furou a barreira dos 96 mil pontos, acumulando alta de quase 10% nos primeiros 13 pregões do ano. Embora a alta esteja calcada na expectativa positiva dos investidores em relação à agenda liberal do novo governo, especialistas apontam que a perspectiva de melhora nos resultados das empresas em 2019, diante do maior crescimento em um ambiente de inflação controlada e Selic baixa, também sustenta o avanço.
Do ponto de vista corporativo, o Itaú BBA revisou para cima seus prognósticos para o lucro das companhias de capital aberto neste ano: de um avanço de 29%, previsto em dezembro passado, para 38%, agora em janeiro. A temporada de balanços começa no fim deste mês. De acordo com Luiz Cherman, estrategista de renda variável para o Brasil da instituição, um ponto importante é que essa mudança para um cenário mais favorável ocorreu sem uma revisão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que se mantém em 2,5% para este ano.
"Essa revisão significativa da espera por lucros maiores mostra que há fundamento para a alta da Bolsa", diz Cherman, ressaltando também que a razão entre preço e lucro (P/L) de 11,8% está na média histórica. Thiago Souza, gestor de recursos da Mapfre Investimentos, complementa que um P/L entre 11% a 12% é relativamente barato, ficando caro acima de 15%. "Não é só o investidor fazendo uma aposta. As empresas estão mais positivas e isso dá mais solidez ao movimento de alta do mercado de ações", afirma Cherman.
No entanto, ele ressalta que a revisão para cima dos resultados corporativos também considera a aprovação da reforma da Previdência. Isso porque, diz o estrategista, com as contas fiscais equilibradas, os juros básicos poderão seguir baixos e isso permitirá maior crescimento econômico e, evidentemente, refletirá na melhora dos resultados das empresas. Já em caso de falha na aprovação das novas regras de aposentadoria, não haverá caminho para conjuntura favorável.
Entre as ações que apresentaram bons desempenhos nos primeiros dias de 2019, mas que também têm boas perspectivas, Especialista em ações da Levante Ideias de Investimento, Eduardo Guimarães cita as de estatais. Os novos presidentes da Petrobras e do Banco do Brasil, por exemplo, têm discursos favoráveis ao mercado. "As ações vão subir até mais que o índice. Os lucros vão melhorar, especialmente da Petrobrás", aposta.
Em relação à Eletrobrás, ele afirma que a continuidade de Wilson Ferreira Jr. à frente da empresa reforça as expectativas positivas, inclusive de uma possível privatização. "Nesse sentido, até mesmo as estatais estaduais estão em bom momento, principalmente Sabesp e Cemig, com as sinalizações dadas pelos respectivos governos (locais)", diz Guimarães. O analista ressalta que as estatais federais e estaduais listadas no Ibovespa representam 20% do índice.
Segundo Tatiane Cruz, da Coinvalores, papéis de bancos e do varejo refletem a expectativa de maior crescimento da economia, do crédito e a redução da inadimplência. Assim como o Itaú BBA, a gestora também considera crescimento do PIB em torno de 2,5% este ano.