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Economia

- Publicada em 17 de Janeiro de 2019 às 01:00

Fumicultores e indústria não chegam a acordo

Segundo entidades, aumentos oferecidos não cobrem os custos

Segundo entidades, aumentos oferecidos não cobrem os custos


/VILSON WINKLER/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Terminou sem acordo a nova rodada de negociações entre produtores e indústrias para definição do reajuste no preço do tabaco. As tratativas, que se arrastam desde o fim do ano passado, chegaram a um impasse nos encontros realizados na quarta e quinta-feira em Porto Alegre. A comissão de representação dos fumicultores decidiu suspender a negociação, alegando que as fumageiras não respeitaram o processo. Segundo as entidades, o acordo não volta a ser discutido enquanto não houver mudança de postura da indústria.
Terminou sem acordo a nova rodada de negociações entre produtores e indústrias para definição do reajuste no preço do tabaco. As tratativas, que se arrastam desde o fim do ano passado, chegaram a um impasse nos encontros realizados na quarta e quinta-feira em Porto Alegre. A comissão de representação dos fumicultores decidiu suspender a negociação, alegando que as fumageiras não respeitaram o processo. Segundo as entidades, o acordo não volta a ser discutido enquanto não houver mudança de postura da indústria.
A forma de discussão do reajuste nos preços de comercialização do tabaco é praxe no setor. O percentual é negociado, todos os anos, pela comissão formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas federações da agricultura e dos trabalhadores na agricultura dos três estados da Região Sul junto a cada empresa fumageira. Produtores e indústrias trocam cálculos quanto ao aumento do custo de produção e, geralmente, chegam a um acordo quanto ao percentual que será aplicado na venda do tabaco.
Ou, melhor, chegavam. Embora não seja a primeira vez que em que não há acordo, as entidades de produtores alegam que nunca houve discussão tão dura quanto agora. "Quando iniciamos a rodada, tínhamos a expectativa de que pelo menos uma ou outra empresa teria um acerto, mas, infelizmente, nenhuma delas chegou no percentual que as entidades estavam solicitando", comenta o presidente da Afubra, Benício Albano Werner. A proposta dos produtores era de reajuste de 5% em relação ao preço da safra passada, segundo o dirigente, e nenhuma indústria chegou perto disso.
De acordo com as entidades, apenas uma empresa chegou a oferecer um percentual de reajuste acima do cálculo do aumento no custo de produção feito pelas próprias indústrias. "O resto não propôs nem repor o custo. Falam em compensar com aumento da produtividade, mas isso pode acontecer ou não para cada agricultor, não dá para pensar que a remuneração do produtor virá disso", critica o presidente Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva.
As maiores reclamações, porém, ficam por conta de situações como a divulgação prévia por algumas indústrias dos percentuais que seriam oferecidos, além da tentativa de definição de reajustes distintos para cada classe de fumo, diferenciação que foge ao controle do agricultor. "As empresas estão brincando com os produtores", reclama Silva. Werner, da Afubra, demonstra preocupação com o futuro das negociações nas próximas safras.
Para ainda esta safra, entretanto, a comissão ainda acalenta a esperança de um acordo. Para isso, chegou a solicitar, de última hora, a intervenção do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco) junto às indústrias para que revejam suas posições.
"Deliberamos que não sentamos mais à mesa se não mudarem essa estratégia de discussão, pelo menos respeitando o custo de produção e a comissão", assegura Silva. Werner afirma esperar algum retorno ainda na semana que vem, já que a safra se encontra em fase avançada de colheita.
Enquanto não houver definição, as vendas seguem sendo feitas com o preço da safra passada ou com os percentuais propostos pelas próprias indústrias. Historicamente, o preço é depois ajustado, retroativamente, para todas as operações.
 
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