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Negócios Corporativos

- Publicada em 16 de Janeiro de 2019 às 01:00

Embraer pagará US$ 1,6 bilhão a acionistas

Companhias formarão duas joint ventures para fabricação de aviões

Companhias formarão duas joint ventures para fabricação de aviões


/ERIC PIERMONT/AFP/JC
A Embraer prevê pagar US$ 1,6 bilhão aos acionistas assim que for concluída a transação para criação da aliança com a norte-americana Boeing, informou ontem Nelson Salgado, vice-presidente financeiro da empresa brasileira. O executivo participou do Embraer Day na bolsa de Nova Iorque para detalhar a formação das duas joint ventures firmadas com a fabricante de aviões americana.
A Embraer prevê pagar US$ 1,6 bilhão aos acionistas assim que for concluída a transação para criação da aliança com a norte-americana Boeing, informou ontem Nelson Salgado, vice-presidente financeiro da empresa brasileira. O executivo participou do Embraer Day na bolsa de Nova Iorque para detalhar a formação das duas joint ventures firmadas com a fabricante de aviões americana.
"Nossa ideia é distribuir US$ 1,6 bilhão em dividendos especiais aos acionistas assim que a transação for concluída", afirmou. "É uma companhia que começa nova com US$ 1 bilhão de fluxo de caixa líquido e acionistas recebendo US$ 1,6 bilhão em dividendos."
Mais cedo, em comunicado ao mercado, a empresa já havia anunciado a distribuição dos recursos, condicionada "à confirmação de determinados requisitos, inclusive o resultado do exercício social". Salgado afirmou que, com a parceria com a Boeing, as duas companhias serão mais fortes e capazes de crescer mais rápido no mercado.
Ele lembrou que as duas empresas, juntas, têm anos "de história e legado na indústria, o que é muito". "Olhando para a aviação comercial, a parceria vai fortalecer muito as possibilidades de mercado e penetração dos jatos E2", disse.
A Boeing deterá 80% desta empresa. No acordo firmado entre as duas companhias, a Embraer poderá vender os 20% que deterá na NewCo, a nova companhia que produzirá a atual linha de jatos regionais e desenvolverá novos modelos.
"Vamos nos beneficiar de potenciais reduções de custos nas linhas de jatos E-Jets. A Boeing tem uma influência muito maior na cadeia de fornecedores do que a Embraer, e assim que isso for aplicado à linha de produtos E2, vai aumentar a competitividade do produto e o lucro que conseguimos com ele", disse Salgado.
Pelos termos do acordo, as áreas de aviação executiva, defesa e segurança continuam 100% sob controle da Embraer. Também será formada uma joint venture específica para a comercialização de novos contratos do cargueiro militar KC-390, um dos produtos mais promissores da Embraer nesse setor. Nessa empresa, 51% pertencerão à Embraer, e os outros 49% serão da Boeing.
Para 2019, a Embraer prevê a entrega de entre 85 e 95 jatos comerciais, de 90 a 110 executivos, 10 aviões A-29 Super Tucano e duas aeronaves KC-390. As receitas previstas estão entre US$ 5,3 bilhões e US$ 5,7 bilhões.
O próximo passo agora é que a Embraer convoque uma assembleia de acionistas, que ocorrerá dentro de 30 dias a partir da convocação. Só com o aval dos acionistas é que os documentos finais da fusão poderão ser assinados pelas empresas.

Empresa reduz projeções financeiras e de entregas de jatos

A Embraer anunciou ontem uma revisão de suas projeções financeiras. Houve piora das estimativas para receita líquida, Ebitda, Ebit e margem Ebit (operacional), além de entregas de jatos executivos, em relação ao previsto anteriormente, em março do ano passado.
Segundo a companhia, embora o mercado global de jatos executivos siga melhorando, a recuperação tem se mostrado mais lenta do que o esperado. A empresa afirma ter optado por uma postura "mais cautelosa" para as entregas de aeronaves executivas, estimando 91 unidades, contra a faixa inicialmente prevista de 105 a 125 jatos. Para entregas de aviação comercial, a Embraer manteve a expectativa entre 85 e 95 aeronaves.

Diante do menor volume de entregas no segmento executivo e de uma redução dos valores esperados para Defesa & Segurança - devido à revisão da base de custos do KC-390 ocorrida no segundo trimestre do ano passado, motivada pelo incidente com o protótipo 001 -, a projeção para receita líquida consolidada passou para
US$ 5,1 bilhão em 2018, inferior à faixa de US$ 5,4 bilhão e US$ 5,9 bilhão esperada anteriormente.

As revisões resultaram também em menor alavancagem operacional, impactando as previsões para Ebit, margem Ebit, Ebitda e margem Ebitda em 2018. Os novos valores foram ajustados para excluir o impacto de US$ 127,2 milhões relacionados à revisão de base de custos do KC-390.
A Embraer passou a esperar um Ebit de US$ 200 milhões em 2018, contra US$ 270 milhões e US$ 355 milhões inicialmente. Para a margem Ebit, a nova projeção é de algo em torno de 4%, contra a expectativa anterior de 5% a 6%. Já para Ebitda, os novos valores contemplam US$ 480 milhões, contra US$ 540 milhões a US$ 650 milhões anteriores. A margem Ebitda deve ficar ao redor de 9%, ante 10% a 11% esperados antes.