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Agronegócios

- Publicada em 15 de Janeiro de 2019 às 01:00

Valor da produção fecha ano em R$ 569,8 bi

Soja, café e algodão foram as culturas que sustentaram o indicador

Soja, café e algodão foram as culturas que sustentaram o indicador


/JOSÉ SCHÄFER/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) encerra o ano de 2018 em R$ 569,8 bilhões, menor do que o valor recorde obtido em 2017, de R$ 582,3 bilhões. Os valores da produção de algodão e de soja foram os maiores registrados na série iniciada em 1989. Esses resultados trouxeram importantes benefícios, especialmente àqueles estados onde predominam as lavouras desses produtos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) encerra o ano de 2018 em R$ 569,8 bilhões, menor do que o valor recorde obtido em 2017, de R$ 582,3 bilhões. Os valores da produção de algodão e de soja foram os maiores registrados na série iniciada em 1989. Esses resultados trouxeram importantes benefícios, especialmente àqueles estados onde predominam as lavouras desses produtos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia.
Os produtos que deram maior sustentação ao VBP foram algodão, café e soja, embora cana-de-açúcar e milho também são destacados por expressiva participação no valor gerado.
O ano não foi favorável para a pecuária, que teve redução de valor em suas principais atividades, como carne bovina, frango, carne suína, leite e ovos. Preços internacionais e retração do consumo interno estão associados a esse desempenho, analisa José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Um balanço dos resultados dos estados mostra que nove tiveram aumento real do valor da produção. São eles Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo e os estados do Centro-Oeste (exceto o Distrito Federal). As quedas de valor foram observadas em estados do Nordeste, em toda a Região Sul, parte do Sudeste e alguns estados do Norte.
As perspectivas para 2019 mostram aumento do faturamento devido, principalmente, à melhoria da pecuária, que mostra crescimento em quase todas suas atividades. As primeiras estimativas mostram crescimento de 2,1% do VBP em relação ao último ano, o que representa faturamento de R$ 581,6 bilhões.

Cooperativas apostam em alta produtividade no milho

Embora com menos área, cereal avança por conta da tecnologia

Embora com menos área, cereal avança por conta da tecnologia


/TALINE SCHNEIDER EMATER SANTA ROSA/DIVULGAÇÃO/JC
A colheita do milho se iniciou no Rio Grande do Sul. Em áreas mais quentes, onde o plantio ocorreu já a partir de agosto, as primeiras lavouras já começaram a ser colhidas. Na avaliação da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro-RS), as produtividades apresentadas já nesta largada indicam uma boa colheita do grão.
Segundo o presidente da FecoAgro-RS, Paulo Pires, o milho já tem uma área reduzida no Rio Grande do Sul, onde segundo o levantamento de janeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área foi de 753,9 mil hectares, mas a cultura está cada vez mais verticalizada, sendo plantada com mais tecnologia e envolvimento dos sistemas de irrigação. "Mesmo com esta área menor, a cultura tem experimentado um aumento de produção em função do aumento de produtividade no Rio Grande do Sul", destaca.
Pires lembra que a janela de plantio do milho é maior e que esta é uma das características da cultura no Estado, quando se começa a se plantar em agosto, em regiões mais quentes, especialmente na costa do rio Uruguai, e depois vai evoluindo até ir para áreas mais frias, como os Campos de Cima da Serra. Observa que mesmo com as chuvas fortes que vêm ocorrendo não haverá problemas. "As chuvas atrapalham um pouco, mas não temos histórico de muitas áreas de milho em regiões alagadas. Perdas por causas destas chuvas não temos notícias, a não ser questões pontuais", ressalta.
Entretanto, Pires analisa que os preços devem ser o fato negativo da safra de milho, pois o início de colheita exerce uma pressão sobre as cotações do grão. Pires avalia que esta falta de equilíbrio atrapalha no momento da comercialização. "É ruim para quem compra e quem vende, mas principalmente para o produtor que planta e começa a desacreditar na questão de estabilidade de preço e isto se reflete em redução de área. Não digo que tivesse que ficar em um patamar tão alto, pois prejudica quem produz carnes e leite, mas seria interessante se ele tivesse uma manutenção de preços em patamares médios e não derretesse tanto na hora da safra", analisa.
Conforme o último levantamento da Conab, a produção de milho no Rio Grande do Sul deve fechar em 5,63 milhões de toneladas. A abertura oficial da colheita do milho no Rio Grande do Sul está marcada para o próximo dia 25 de janeiro em Santo Ângelo.
 

Lei da Integração é debatida na Farsul

Thiago Carvalho apresentou os pormenores da regulamentação a presidentes de sindicatos

Thiago Carvalho apresentou os pormenores da regulamentação a presidentes de sindicatos


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Regulamentadora do sistema de integração na produção agropecuária, a Lei nº 13.288/16, chamada de Lei da Integração, foi tema de debate ontem na Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Amplamente utilizado nas cadeias aviária, suína e de fumo, o modelo envolve obrigações e responsabilidades recíprocas entre produtores e indústria, como o fornecimento de insumos e a compra da produção. Mesmo em uso desde a década de 1970, o sistema só foi regimentado pela lei, que continua a suscitar dúvidas.
"A lei regulamenta um contexto que até então não tinha regras específicas", argumenta o consultor jurídico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Carvalho, que apresentou os pormenores da regulamentação a presidentes de sindicatos rurais gaúchos. "Questões rurais sempre foram pouco entendidas pelos juristas, e é preciso entender a dinâmica para avaliar", continua Carvalho, lembrando que a regulamentação foi defendida tanto por produtores quanto pelas indústrias como forma de padronizar e pacificar conflitos.
Um dos principais pontos defendidos por Carvalho reside nas chamadas Cadecs (Comissões para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração), grupos locais com representação paritária das indústrias e dos produtores para debate e resolução de problemas entre integradoras e integrados. Após a lei, não se pode mais modificar contratos sem que a alteração passe por avaliação na Cadec responsável pela respectiva região. "Percebeu-se que, às vezes, o produtor era coagido a assinar contrato sem ver se aquilo era legal, nem se era realmente bom para ele", comenta Carvalho.
O consultor recomendou aos agricultores o estabelecimento de regimentos internos para as Cadecs e eleições para escolha dos representantes como forma de dar legitimidade às decisões proferidas pelas comissões.