O ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, apareceu pela primeira vez ontem desde que foi preso, há quase dois meses. O executivo prestou depoimento em audiência no Tribunal Distrital de Tóquio.
Ao tribunal, ele afirmou ter "agido com honra, legalmente e com o conhecimento e a aprovação dos diretores da companhia". O presidente da Renault e ex-chefe do conselho da Nissan é acusado de ocultar parte da sua renda e de repassar à montadora perdas com investimentos pessoais.
Em uma carta apresentada pelos seus representantes no início da audiência, Ghosn se declarou inocente. "Fui injustamente acusado e injustamente detido com base em acusações sem fundamento e infundadas", disse. "Ao contrário das acusações feitas pelos promotores, nunca recebi nenhuma compensação da Nissan que não foi divulgada, nem jamais contratei qualquer contrato vinculativo com a Nissan para receber uma quantia fixa que não foi divulgada."
Ghosn foi preso dia 19 de novembro, sob suspeita de ocultar ganhos na Nissan. Ele também é acusado de violação grave de confiança, pois teria transferido prejuízos com investimentos pessoais para a empresa, da qual foi afastado como presidente do conselho de administração.